Sociedade Felupe: Desintegração ou transformação social?

Autores

  • Lúcia Bayan Centro de Estudos Internacionais (CEI-IUL), Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), Avenida das Forças Armadas, 1649-026, Lisboa, Portugal

Palavras-chave:

Guiné-Bissau, globalização, Felupe, segurança alimentar, migração, resiliência

Resumo

Este artigo tem como objectivo abordar algumas das mudanças e transformações sociais, ocorridas nos últimos anos, nas dinâmicas internas dos Felupe, ou Joola-ajamaat, uma sociedade rural localizada no noroeste da Guiné-Bissau. Bem adaptados ao meio, os Felupe são detentores de um conjunto de saberes e técnicas que, durante séculos, lhes permitiram garantir a sua segurança alimentar e coesão social. Actualmente, esta sociedade encontra-se confrontada com mudanças bruscas de parâmetros como, por exemplo, as alterações ambientais, a inconstância do mercado mundial ou a diminuição de mão-de-obra. Pretende-se, com suporte em consulta bibliográfica e informações recolhidas durante o trabalho de terreno efectuado em 2009 e 2012, identificar as estratégias que esta sociedade desenvolveu para se adaptar aos condicionalismos inerentes às dinâmicas da globalização.

Referências

Almeida, Carlos Lehmann de. (1955). Inquérito etnográfico sobre a alimentação dos felupes. Boletim Cultural da Guiné Portuguesa, X(40), pp. 617-634.

Ba, Mody M. D. (2007). Estudo de mercado sobre a comercialização de produtos locais no sector de São Domingos. Lisboa: Instituto Marquês de Valle Flôr (IMVF) & Acção para o Desenvolvimento (AD).

Barry, B., Creppy, E., & Wodon, Q. (2007). Cashew production, taxation and poverty in Guinea-Bissau. In Barry, B. (Ed.), Conflict, livelihoods and poverty in Guinea-Bissau (pp. 77-88). Washington, D.C.: The World Bank.

Batterbury, S. (2007). Rural populations and agrarian transformations in the global South. Paris: CICRED.

Bayan, L. (2010). Autoridades Tradicionais, insegurança alimentar e gestão de recursos: um estudo de caso no Reino Felupe de Suzana (Guiné-Bissau). Dissertação de mestrado não publicada, ISCTE-IUL, Lisboa, Portugal (http://hdl.handle.net/10071/3900).

Bock, A. J. (2009). Segurança alimentar: Potencialidade dos recursos na Guiné-Bissau e política alimentar. Dissertação de doutoramento não publicada, ISA-UTL, Lisboa, Portugal (http://hdl.handle.net/10400.5/1595).

Journet-Diallo, O. (2000). Le peuplement joola de la région frontalière. In Gaillard, G. (dir.), Migrations anciennes et peuplement actuel des Côtes guinéennes (pp. 81-92). Paris: L’Harmattan.

Journet-Diallo, O. (2007). Les créances de la terre. Chroniques du pays Jamaat (Jóola de Guinée-Bissau). Turnhout: Brepols.

Marzouk, Y. (1993). Du côté de la Casamance: Pouvoirs, espaces et religions. Cahiers d’études africaines, 33(131), 483-491.

Medina, N. (2008). O ecossistema orizícola na Guiné-Bissau: Principais constrangimentos à produção na zona I (regiões de Biombo, Cacheu e Oio) e perspectivas. Dissertação de mestrado não publicada, ISA-UTL, Lisboa, Portugal (http://hdl.handle.net/10400.5/1977).

Mota, A. Teixeira da. (1972). Mar, além mar. Lisboa: Junta de Investigações do Ultramar.

Pélissier, P. (1966). Les paysans du Sénégal. Les civilisations agraires du Cayor à la Casamance. Saint-Yrieix: Fabrègue.

Schiefer, U. (2002). Von allen guten Geistern verlassen? Guinea Bissau: Entwicklungspolitik und der Zusammenbruch afrikanischer Gesellschaften. Hamburgo: Institut für Afrika-Kunde.

Sigrist, Ch. (2001). La destruction des sociétés agraires en Afrique. Esquisse théorique. Cadernos de Estudos Africanos 1, pp. 69-84 (doi: 10.4000/cea.1614).

DOI : 10.4000/cea.1614

Silva, A. A. da. (1960). Usos e costumes jurídicos dos Felupes da Guiné. Boletim Cultural da Guiné Portuguesa, XV(57), pp. 7-52.

Temudo, M. P., & Schiefer, U. (2004). Disintegration and resilience of agrarian societies in Africa – The importance of social and genetic resources: A case study on the reception of urban war refugees in the south of Guinea-Bissau. Current Sociology, 51(3/4), pp. 393-416.

DOI : 10.1177/0011392103051003013

Tomàs, J. (2009). Identidad, “resistencia” y religión tradicional entre los joola del sur del rio Casamance. In Aixelà, Y., Mallart, L., & Martí, J. (Eds.), Introducción a los estudios africanos (pp. 131-144). Barcelona: Ceiba.

Downloads

Publicado

2016-01-19