Desenvolvimento — um conceito ultrapassado ou em renovação? Da teoria à prática e da prática à teoria

Autores

Palavras-chave:

desenvolvimento, ciências sociais

Resumo

O conceito de desenvolvimento tem sido um dos mais importantes e polémicos nas Ciências Sociais. Mobilizador de vontades de mudança e de transformação das sociedades e dos indivíduos, tem servido também para avaliar e classificar o seu nível de progresso e bem-estar. Presente em várias áreas disciplinares, deu corpo a diversas teorias da mudança mas também galvanizou e avaliou práticas e intervenções. É, desse ponto de vista, um dos conceitos com mais possibilidades de alimentar diálogos (ou confusões) interdisciplinares e de estabelecer pontes ou rupturas entre a teoria e a prática. Nestes últimos 60 anos, e em particular nos últimos 30 anos, o conceito conheceu várias versões, tornando-se mais complexo e menos linear na sua concepção e aplicação. Essa complexidade foi enriquecida pela contribuição de várias disciplinas e pelas experiências de várias práticas, tornando-se, por seu turno, portadora de múltiplos desafios, quer no que se refere às abordagens interdisciplinares que exige, quer no que respeita às estratégias e aos métodos de intervenção que implica. Tornou-se, por isso, objecto de novas polémicas, mas também capaz de novas formulações e desafios e motivo de renovado interesse.

Referências

M. AHLUWALIA, «Inequality, Poverty and Development», in Journal of Development Economics, Dezembro, reeditado em Development, Economics and Policy: Readings, London, Ed. Livingstone, 1976.

Tim ALLEN & Alan THOMAS, Poverty and Development into the 21st century, Oxford e New York, Oxford University Press, 2000.

C. ALVARES (1994), Science, Development and Violence: the revolt against modernity, Oxford and New Delhi, Oxford University Press, 1994.

Rogério Roque AMARO, «Desenvolvimento e Injustiça Estrutural», in Communio, n.º 5, Setembro-Outubro, pp. 449-459, Lisboa, 1990.

Rogério Roque AMARO, «Lógicas de espacialização da economia portuguesa», in Sociologia — Problemas e Práticas, n.º 10, Lisboa, pp. 161-182, 1991.

Rogério Roque AMARO (coord.), Iniciativas de Desenvolvimento Local — caracterização de alguns exemplos, Lisboa, ISCTE/IEFP, 1992.

Rogério Roque AMARO, «O Desenvolvimento Local — um caminho para a Sociedade Providência?», comunicação à III Conferência dos Economistas de Língua Portuguesa, Rio de Janeiro, Setembro, 1997.

Rogério Roque AMARO, «O Desenvolvimento Local em Portugal — as lições do passado e as exigências do futuro», in A Rede, n.º especial, Novembro, pp. 60-64, 1998.

Rogério Roque AMARO, «Opções, Estratégias e Actores de Desenvolvimento em Confronto no Caso de Foz Côa», in Maria Eduarda GONÇALVES (coord.), O Caso de Foz Côa: um laboratório de análise sociopolítia, Lisboa, Edições 70, 2001.

H. W. ARNDT, Economic Development — the History of an Idea, Chicago e London, The University of Chicago Press, 1987.

Bhuvan BHATUAGAR & Aubrey WILLIAMS (eds.), Participatory Development and the World Bank potential directions for change, Washington, World Bank discussion papers, n.º 183, 1992.

Jacques BRASSEUL, Introduction à l'Économie du Développement, Paris, Armand Colin, 1993 (2.ª edição).

Pablo BUSTELO, Teorías Contemporáneas del Desarrollo Económico, Madrid, Editorial Sintesis, 1999.

James M. CYPHER & James L. DIETZ, The Process of Economic Development, London, Routledge, 1997.

DAG HAMMARSKJOLD FOUNDATION, What Now? Another Development, Uppsala, 1975.

P. T. ELLSWORTH, The International Economy, New York, Macmillan, 1950.

G. ESTEVA, «Development», in W. SACHS (ed.), The Development Dictionary: a guide to knowledge as power, London, Zed Books, 1992 (pp. 6-25).

John FRIEDMANN, Empowerment - uma política de Desenvolvimento alternativo, Oeiras, Celta Editora, 1996.

Dharam GHAI, «Basic needs and its critics», in Institute of Development Studies Bulletin, vol. 9, n.º 4, Junho, 1978.

Dharam GHAI, Participatory development: some perspectives from grass-roots experiences, London, Macmillan Press, 1990.

GRUPO DE LISBOA, Limites à Competição, Lisboa, Publicações Europa-América, 1994.

J. R. HICKS, The Social Framework, Oxford, Clarendon Press, 1942.

Paul HOUÉE, Le développement local au défi de la mondialisation, Paris, L'Harmattan, 2001.

Diana HUNT, Economic Theories of Development — An Analysis of Competing Paradigms, New York, Harvester Wheatsheaf, 1989.

W. Arthur LEWIS, The Theory of Economic Growth, London, Allen & Unwin, 1955.

Angus MADDISON, Dynamic Forces in Capitalist Development — A long-run comparative view, New York, Oxford University Press, 1991.

Donella MEADOWS & Dennis MEADOWS, Os Limites do Crescimento, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1972.

G. M. MEIER & D. SEERS (eds.), Pioneers in Development, New York, Oxford University Press, 1984.

Mário MURTEIRA, Lições de Economia Política de Desenvolvimento, Lisboa, Editorial Presença, 1990.

Gunnar MYRDAL, Economic Theory and Under-Developed Regions, London, Duckworth, 1957.

Gunnar MYRDAL, Asian Drama, New York, Random House, 1968.

Ragnar NURKSE, Problems of Capital Formation in Underdeveloped Countries, Oxford, Blackwell, 1953.

B. OKUN & R. W. RICHARDSON (eds.), Studies in Economic Development, New York, Holt, Rinehart & Winston, 1962.

Bernard PECQUEUR, Le développement local, Paris, SYROS—Altematives, 1989.

François PERROUX, «A Ideia de Progresso perante a Ciência Económica do nosso tempo», in Aná1ise Social, vol. I, n.º 2 (Abril), pp. 173-182, 1963.

François PERROUX, L'Économie du XXe Siècle, Paris, P.U.F., 1964 (2.º ed.).

François PERROUX, Ensaio sobre a filosofia do novo desenvolvimento, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1987.

P.N.U.D., Rapport Mondial sur le Développement Humain, Paris, Ed. Economica, 1990.

P.N.U.D., Relatório do Desenvolvimento Humano, edições de 1991 a 2002, (as mais recentes existem em português na Tricontinental Editora, Lisboa)

P.N.U.D., Relatório do Desenvolvimento Humano, Queluz, Ed. Mensagem, 2003.

M. RAHNEMA, «Towards post-development: searching for signposts, a new language and new paradigms», in M. RAHNEMA & V. BAWTREE, The Post Development Reader, London, Zed Books, 1997, pp. 377-403.

M. RAHNEMA & V. BAWTREE, The Post Development Reader, London, Zed Books, 1997.

W. W. Rosrow, The Stages of Economic Growth: a non-communist Manifesto, Cambridge, Cambridge University Press, 1960.

Ignacy SACHS, Stratégies de l'écodeveloppement, Paris, Les Éditions Ouvrieres, 1980.

W. SACHS (ed.), The Development Dictionary: a guide to knowledge as power, London, Zed Books, 1992

Dudley SEERS, «OS indicadores de desenvolvimento: o que estamos a tentar medir? », in Aná1ise Social, vol. XV (60)- 4.º Lisboa, 1979, pp. 949-968.

Maria Manuela SILVA, «Fases de um processo de Desenvolvimento Comunitário», in Análise Social, vol. I, n.º 4 (Outubro), Lisboa, 1963, pp. 538-558.

Maria Manuela SILVA, «Oportunidade do Desenvolvimento Comunitário em Portugal», in Análise Social, vol. II, n.º 7/8 (2º semestre), Lisboa, 1964, pp. 498-510.

Alvin Y. So, Social Change and Development: Modernization, Dependency and World­Systems Theory, London, Sage Publications, 1990.

W. STÖHR & D. F. TAYLOR (eds.), Development from Above or from Below?, Chichester, John Wtley, 1981.

Walter STÖHR (ed.), Global Challenge and Local Response — Initiatives for Economic Regeneration in Contemporary Eurape, London e New York, The United Nations University, Mansell, 1990.

Paul STREETEN & AAVv, First Things First: Meeting Basic Human Needs in Develaping Countries, New York, Oxford University Press, 1981.

Michael P. TODARO, Economic Development, London, Addison Wesley Longman, 2000 (7th edition).

Bernard VACHON, Le Développement Local, Théorie et pratique, Montréal, Gaëtem Morin (Éditeur), 1993.

W.C.E.D. — WORLD COMMISSION ON ENVIRONMENT AND DEVELOPMENT (the Brundtland Commission), O Nosso Futuro Comum, Lisboa, Meribérica/Liber, 1987. <http://www.dhf.uu.se>

Downloads

Publicado

2016-02-26