Vol 4 n.º 3 (2016): Número Especial - Terapêuticas Não Convencionais

Editor Principal: António Moreira  - Docente na Escola Superior de Desporto de Rio Maior - Instituto Politécnico de Santarém, Especialista em Medicina Chinesa pelo Instituto Ciências Biomédicas Abel Salazar – UP

 

Conselho Editorial:

Alexandra Ferreira Martins - Mestre em Ciência Política pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Politicas (ISCSP) Pós-Graduada em Medicina Chinesa pelo Instituto Van Nghi.

Ana Varela - Docente na Escola Medicina Tradicional Chinesa, Mestre em Clínica pela Universidade de Medicina Chinesa de Nan Jing,

Carlos Campos Ventura - Coordenador e Docente no Instituto Piaget, dos cursos de Pós-graduação em Fitoterapia

Jorge Pereira Machado - Professor Associado do ICBAS - UP, Diretor do Curso de mestrado em Medicina Tradicional Chinesa

Pedro Albuquerque -  Especialista em Medicina Tradicional pelo Pólo da Universidade de Medicina Tradicional Chinesa de Chengdu em Portugal. Pós-graduado nas Universidades de Medicina Chinesa de BeiJing, GuangDong e ChengDu (China). Mestrando na Universidade de Westminster (Londres)

Pedro Vaz - Licenciado em Cardiopneumologia pela Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra - Especialista em Medicina Tradicional Chinesa pelo Pólo da Universidade de Medicina Tradicional Chinesa de Chengdu em Portugal.

 

 

EDITORIAL

A publicação dum número de uma revista científica nunca é uma tarefa fácil, mas quando esse número versa sobre as terapêuticas não convencionais (TNC’s) várias razões contribuem para tornar essa tarefa ainda menos fácil.

Esta publicação só foi possível graças a abertura manifestada pelo Conselho Científico da Unidade de Investigação do Instituto Politécnico de Santarém e à colaboração dos colegas membros do conselho editorial, sem os quais não seria possível seleccionar e rever todos os artigos recebidos.

Num momento crucial para a afirmação das TNC’s em Portugal, num momento em que o nosso País, se prepara para finalizar uma regulamentação pioneira e exemplar, queremos salientar o esforço de todos os envolvidos neste processo e não podemos por isso deixar de sentir a responsabilidade que cabe à construção do conhecimento pela publicação de artigos sejam eles de cariz clínico ou científico.

Os paradigmas delimitadores da construção do conhecimento estão em permanente transformação, e a compreensão e explicação dos fenómenos com base exclusivamente num paradigma positivista, progressista há 200 anos atrás, torna-se nos nossos dias num paradigma conservador a precisar de revisão, sujeito à critica racional, obviamente, e longe de poder ser considerado o padrão de ouro da investigação e da construção do conhecimento, como o foi para as ciências naturais durante todo o séc. XX.

As TNC’s não podem viver sobre um espectro de misticismo e obscurantismo, e como tal devem ser trazidas para a via da reflexão e do confronto científico.

Hoje, já não é o uso das TNC’s, nomeadamente das técnicas da Medicina Tradicional Chinesa, que está sobre o crivo da ciência, esse uso afirma-se numa procura cada vez maior de alguns procedimentos desta medicina, subjacentes a uma matriz de interpretação do conhecimento que escapam a um modelo biomédico de explicação do funcionamento do ser humano.

Hoje precisamos que a racionalidade, assente na observação (efectuada sob critérios de objectividade) e na verificação da consistência dos resultados dos procedimentos clínicos efectuados, permita a sua afirmação, contribuindo dessa forma para uma verdadeira transformação social, possibilitando ganhos quer numa perspectiva do individuo, melhorando a sua qualidade de vida e potenciando que o aumento da esperança de vida corresponda a mais anos de vida vividos com autonomia e qualidade; quer numa perspectiva da sociedade, através da luta, entre outras, contra as doenças de características crónicas e/ou degenerativas associadas a um envelhecimento da população, com menos efeitos iatrogénicos dos tratamentos, e maior sustentabilidade dos diversos sistemas de apoio social, nomeadamente do sistema nacional de saúde.

Sem pretensiosismos, e com a insipiência do pioneirismo, achamos que este pode ser um modesto contributo para sujeitar o conhecimento ao contraditório, seja na forma de conhecer, compreender, ou justificar uma intervenção, ou os mecanismos explicativos da sua eficácia ou da falta dela.

Por isso desejamos que este número especial seja o embrião de uma ou mais futuras publicações, periódicas e indexadas, com uma estrutura editorial melhorada, e agradecemos penhoradamente a todos os que contribuíram para que este número pudesse ver a luz, nomeadamente aos autores dos artigos ora publicados.

António Moreira

 

Equipa Técnica da UIIPS

Carla Bastos

João Samartinho

Publicado: 2016-12-28

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