Vol 5 n.º 3 (2017): Educação Social e Intervenção Comunitária (MESIC)

EDITORIAL

 

Neste número temático organizámos um conjunto de artigos que resultaram da compilação de algumas das Dissertações de Mestrado já defendidas no Mestrado em Educação Social e Intervenção Comunitária (MESIC) da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Santarém. Pela sua natureza, o âmbito a que respeitam estes artigos é o chamado Terceiro Setor, assim designado nos países anglo-saxónicos ou Economia Solidária, conceito mais empregue na Europa. Trata-se, pela sua imensa amplitude de intervenção, de um campo vasto onde convergem, sob um mesmo nome e utilizando metodologias próximas, um não menos vasto campo teórico que, consoante as diferentes proveniências, mais ligadas à pedagogia, à sociologia, à antropologia ou à psicologia, propendem para modelos de intervenção e propostas metodológicas de ação com as convergências referidas mas, também, com uma imensa diversidade extensamente descrita na literatura da especialidade. Mas a referida diversidade resulta ainda —e, pelo menos em parte, explica as múltiplas óticas ora mencionadas—, dos diferentes públicos-alvo com os quais se trabalha e com a diversidade de problemáticas a cada um deles adstrita. Tendencialmente, esta diversidade surge atualmente agrupada em cinco grandes áreas de intervenção ou campos de ação – Adultos e Idosos, Problemáticas ligadas às crianças e jovens e aos comportamentos de risco; Contextos Educativos (novas abordagens educativas, de natureza não formal, para minorias e contextos sociais degradados; violência em meio escolar e Bullying, etc.); Inclusão Social (imigrantes, minorias étnicas e outras) e Gestão das Organizações Sociais. Como consequência, essas acabam por ser as grandes áreas em torno das quais se estrutura o referido Mestrado em Educação Social e Intervenção Comunitária e, assim, os artigos que se seguirão surgirão organizados segundo esses campos. Na verdade, essas grandes áreas não constituem campos independentes e estanques entre si; pelo contrário, elas estão necessariamente ligadas possuindo inúmeras interseções entre si. Desde logo, elas são, no geral, perpassadas transversalmente -ainda que de uma forma esfumada, sub-reptícia ou, até, etérea-, pelo conceito de inclusão/exclusão social, determinando que a base dos processos de intervenção socioeducativa subjacentes à Educação Social se focalize na procura do empowerment de grupos populacionais mais fragilizados tendo em conta a disponibilidade relativa de determinados recursos ou capacidades. Assim, por exemplo, se, para alguns grupos, a elevação da idade pode constituir um critério para a exclusão social numa sociedade fortemente assente sobre o primado da eficácia, da eficiência e da produtividade físicas, para outros poderão ser os deficits culturais (medidos a diversos níveis) que poderão concorrer para esse fim. De igual modo, para outros grupos, ainda, essa exclusão social poderá decorrer da pertença a minorias (étnicas, por orientação de género, religiosas, etc.); in extremis a exclusão social materializar-se-á na privação da liberdade decorrente da violação, pelos mais diversos caminhos, das normas sociais. Desta forma, ao Técnico Superior em Educação Social cabe sempre, em última instância, fomentar o envolvimento ativo desses grupos de pessoas em projetos que, apoiando-se nos seus próprios recursos, mobilizando a sua participação plena e mediante o apelo a redes organizadas de respostas sociais, se estabeleça como meta conseguir uma melhoria das suas condições de vida. Assim, é então tão válido, em termos do conceito de inclusão social, reconfigurar a conceção de vida de um idoso como alguém que já não tem utilidade no sistema produtivo contrapondo-lhe o conceito de envelhecimento ativo; como, para um toxicodependente cronicamente estigmatizado pela sua adição a uma ou mais substâncias psicoativas, a contraposição dos conceitos de redução de danos e/ou a minimização de riscos decorrentes da referida adição a uma substância psicoativa, permitindo-lhe viver com a sua adição mais como uma contingência variável do que como uma impossibilidade total; paralelamente, ainda tendo por base esse mesmo conceito de inclusão social, reconfigurar a imagem, e as consequências que dela resultam, do indivíduo recluso como alguém cronicamente excluído pelo estigma de presidiário para alguém que, através de respostas sociais adequadas, pode voltar a ter um lugar válido na sociedade Em ambos os casos, o que se procura alcançar é uma reconfiguração do autoconceito do indivíduo, lado a lado com uma tentativa de diminuir alguma da estigmatização social associada a essas circunstâncias de vida, na senda da melhoria das condições de vida dessas pessoas, respeitando a sua natureza idiossincrática e os condicionalismos decorrentes do seu contexto. Públicos diferentes com problemas diversos aos quais o Educador Social procura responder diferentemente, mas sempre na senda da sua maior inclusão, ou menor exclusão social.

Paralelamente, o leitor perceberá que, neste número temático, muitos dos artigos dizem respeito à realidade brasileira. Tal facto decorre da maioria dos autores dos artigos que se seguem serem oriundos de uma turma de alunos que frequentaram o MESIC à distância através do sistema B-Learning, no âmbito de um Protocolo de Cooperação Internacional estabelecido entre o Instituto Politécnico de Santarém e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília. A maioria dos artigos representam, por isso, uma súmula das respetivas Dissertações de Mestrado que refletem um contexto de intervenção socioeducativo específico, mas onde, na maioria dos casos, as problemáticas existentes bem como as metodologias adotadas são as mesmas que se utilizam noutras partes do mundo, desde logo, em Portugal. Esta obra serve, assim, também, como corolário de uma cooperação internacional que se tem vindo a revelar extremamente profícua em termos de intercâmbio de experiências, de produção científica e de difusão cultural.

Por sua vez, este mestrado, e as Dissertações dele resultantes (algumas aqui compiladas sob a forma de artigos científicos), integra-se plenamente na lógica da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Santarém. Na sua génese, como o próprio nome indica, esta Escola tem uma missão educativa. Inicialmente, de forma quase exclusiva, a Escola Superior de Educação desenvolvia a sua oferta formativa no âmbito da Educação Formal. Com o passar do tempo, contudo, e pela necessária adaptação à evolução da sociedade portuguesa, essa oferta formativa tem vindo a alargar-se compreendendo hoje em dia novas linhas de formação, desde logo, no âmbito da Educação não Formal, na qual se integra o Mestrado em Educação Social e Intervenção Comunitária. Por sua vez, do lado brasileiro, a rede de Institutos Federais foi legalmente constituída a partir do ano de 2008, numa tentativa de generalizar o acesso da formação e do saber a toda a sociedade brasileira, desde logo, àqueles grupos populacionais que, por diversas razões, são mais excluídos socialmente, embora não se confinando a eles. Assim, a missão da Escola Superior de Educação e a correspondente missão formativa do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília coincidem no essencial, pelo que a frequência do Mestrado em Educação Social e Intervenção Comunitária e os produtos dela resultantes (alguns deles aqui publicados) surgem e confirmam exatamente essa confluência formativa.

Seguindo as grandes áreas temáticas anteriormente identificadas, esta obra surge arrumada em partes.

Iniciaremos este número com as problemáticas ínsitas ao contexto escolar, seja no chamado ensino regular, de natureza formal, seja no ensino profissional ou noutras formas não formais de educação adstritas a públicos cuja cultura social de origem nem sempre é convergente com a cultura escolar-urbana de classe média. Este primeiro momento culmina com a violência em meio escolar/bullying. Trata-se da secção onde se encontram agregados mais artigos.

Neste âmbito, surge um primeiro artigo, da autoria de Juana Silva, Paulo Coelho Dias e Maria Cristina Madeira da Silva, intitulado: “Fatores de influência no processo de evasão escolar em três cursos técnicos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília” que nos traz um estudo sobre o cenário de evasão e eficiência dos cursos técnicos subsequentes em Eventos, Informática e Serviços Públicos do Campus Brasília do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília – IFB, com destaque para os possíveis fatores que levam os estudantes à evasão escolar. Procura-se identificar possíveis causas para o abandono/evasão escolar como forma de contribuir para a introdução de novas medidas político-pedagógicas que possam infletir a tendência.

Segue-se um artigo, da autoria de Mércia Costa e Lia Pappámikail, denominado: “Mapeando vivências de uma intervenção socioeducativa com recurso à educação entre pares: os multiplicadores por seus pares e os multiplicadores pelos multiplicadores.” Trata-se de um artigo no qual se procura aferir o impacto do trabalho com pares na aprendizagem dos alunos, tendo em conta a influência geralmente reconhecida ao grupo de pares na troca de saberes entre jovens. Assim, construídos os pares de aprendizagem (aluno multiplicador ou mais experiente e aluno aprendiz) esta proposta de investigação foi procurar medir o impacto da aprendizagem por pares no caso da sexualidade e dos afetos. Esta proposta, quiçá, alargando-se a outras áreas disciplinares, pode, pois, constituir-se como uma das possibilidades de combate ao insucesso escolar, questão versada no artigo anterior, da evasão/abandono escolar.

Seguidamente, apresentaremos um artigo, da autoria de Davi Lucas e Paulo Coelho Dias, intitulado: “Pedagogia da Alternância e o papel do Educador Social (Professores e Gestores) frente aos desafios de implementação da Educação do Campo no Instituto Federal de Brasília – Campus Planaltina”. Esta obra focaliza-se na identificação da adequabilidade e adoção, no instituto Federal de Brasília, da Pedagogia da Alternância enquanto instrumento de suposta integração do homem do campo no âmbito da aprendizagem formal de cursos técnicos em agropecuária. É aqui questionado o saber dos professores e gestores do campus sobre a Pedagogia da Alternância, o modelo de alternância seguido e os reais impactos conseguidos junto do público agricultor cujo modelo de Educação do Campo nem sempre se coaduna à educação formal largamente seguida em escolas deste tipo.

Segue-se um artigo, da autoria de Priscila de Fátima Silva, Paulo Coelho Dias e Fernando Póvoas, denominado: “O impacto socioeconómico da implementação do Programa Jovem Aprendiz a partir da inclusão laboral dos jovens aprendizes atendidos pelo instituto Federal de Brasília – Campus Estrutural.” Trata-se, tal como no artigo anterior, de aferir a eficácia pedagógica de modelos de ensino e o seu impacto, seguindo, de certa forma, uma orientação próxima do artigo anterior. Neste caso concreto, contudo, o público-alvo versado não são jovens agricultores como no anterior, mas, antes, jovens proletários urbanos ou rurais que procuram ingressar nesta oferta formativa de cunho profissionalizante com o objetivo de ingressarem, de forma mais efetiva, no mercado de emprego.

Seguidamente, surge-nos um artigo, da autoria de Lucilene Alves Vitória dos Santos e Lia Pappámikail, intitulado: “Arte e inclusão social: uma análise sobre a importância de projetos artístico-culturais numa escola brasileira de ensino profissional e tecnológico.” Trata-se, uma vez mais, de analisar um programa de formação profissional seguindo a linhas dos artigos anteriores. Aqui se apresentam os resultados de uma análise sobre os impactos, desde logo em termos de inclusão social, de três projetos artístico-culturais, desenvolvidos numa escola de ensino profissional e tecnológico do Instituto Federal de Brasília (IFB) - Campus Planaltina.

A seguir, numa linha próxima do artigo anterior, surge um outro, da autoria de Andreia Campos e Lia Pappámikail, denominado: “Intervenção socioeducativa numa residência estudantil: análise da prática lúdica e recreativa de Jump num campus do Instituto Federal de Brasília.” Este artigo apresenta os resultados de uma investigação sobre os contributos de atividades educativas não formais em espaço escolar, especificamente, sobre o uso de camas elásticas, popularmente denominadas “jump”, em atividades desportivas/artísticas por parte de estudantes de Ensino Médio brasileiro (equivalente ao Ensino Secundário em Portugal).

Seguidamente, ainda dentro do contexto educativo, surge-nos um outro artigo, da autoria de Nádia Mangabeira Chaves, de Sónia Galinha e Simone Gontijo, denominado: “Formação docente e habilidades sociais: contribuições para a formação integral de estudantes universitários.“Este estudo investigou a formação docente no curso de licenciatura em Letras/Espanhol do Instituto Federal de Brasília (IFB) em relação às habilidades sociais (HS) inerentes à atuação do professor, medindo a relevância desta competência a diferentes níveis em termos do desempenho dos alunos.

Este grupo temático sobre o contexto escolar encerra com um artigo, da autoria de Ana Cristina Albernaz, Sónia Seixas e Maria Cristina Madeira da Silva, intitulado: “Memórias de Bullying na trajetória escolar dos estudantes da licenciatura em biologia: caminhos investigativos para a Educação Social.”O presente artigo descreve parte de uma investigação que procurou estudar a existência de bullying no percurso escolar de estudantes do Instituto Federal de Brasília.

Fazendo interseção com a área temática anterior, surge, seguidamente, um outro campo - Adultos e Idosos e aprendizagem ao longo da Vida- em torno do qual se integram os artigos seguintes.

Neste âmbito apresentamos um primeiro artigo, da autoria da Antongnioni Pereira de Melo e Ana Cristina de Castro Loureiro, denominado: “Impacto do estudo da informática na melhoria do pensamento crítico e autonomia intelectual: um estudo com mulheres na modalidade Educação de Jovens e Adultos no Brasil.” No referido estudo procurar-se-á verificar as possíveis contribuições do ensino da informática na melhoria do pensamento crítico e autonomia intelectual num grupo de mulheres em situação de alta vulnerabilidade que compõem a modalidade de ensino Educação de Jovens e Adultos.

Segue-se um artigo, da autoria de Élia Teixeira e Sónia Galinha, denominado: “A importância da Universidade Sénior para um envelhecimento ativo: universidade Sénior de Machico – Um estudo de caso na RAM.” O presente estudo assumiu como objetivo central perceber a importância da universidade sénior USM, insular, na perspetiva de quem a frequenta – especificidades e mudança positiva que proporciona.

Este campo temático termina com um artigo, da autoria de Ana Feliciano e Sónia Galinha, intitulado: “Perceções dos idosos sobre a sexualidade em idades avançadas – estudo exploratório.” No referido estudo foi proposto, como objetivo central, percecionar de que forma os homens e as mulheres, em idades avançadas, vivenciam e vivenciaram a sua sexualidade, assim como analisar a perceção e a importância que os mesmos lhe atribuem.

Segue-se um último campo temático que integra, por diferentes vias, questões ligadas ao já referido binómio inclusão/exclusão social que, como dissemos atrás, detém, de certa forma, uma presença permanente e transversal, embora nem sempre diretamente percetível, em todas as diversas áreas temáticas aqui abordadas.

Neste âmbito apresentaremos um primeiro artigo, da autoria de Nelma Santos Silva e Luísa Maria da Silva Delgado, intitulado: “Vidas ressignificadas: o protagonismo do Educador Social em uma unidade de atendimento socioeducativo feminino no Distrito Federal.” Este artigo apresentará resultados de uma pesquisa exploratória que investigou as possibilidades de educação e ressocialização decorrentes de uma proposta pedagógica que visa a reinserção social, partindo da ressignificação de valores das adolescentes em cumprimento da Medida Socioeducativa de Semiliberdade, na Unidade de Atendimento de Semiliberdade Feminina do Guará – UASFG, no Distrito Federal.

Segue-se um artigo, claramente completar do anterior, que integra outras dimensões e perspetivas sobre a mesma medida socioeducativa abordada no artigo anterior. É da autoria de Alessandra do Carmo Fonseca, Luísa Maria da Silva Delgado e Maria Cristina Madeira da Silva e denomina-se: “Medida socioeducativa de semiliberdade e seu potencial transformador: estudo de caso realizado em uma unidade feminina do Distrito Federal.” Intersetando o artigo anterior, neste propõe-se uma discussão sobre a Educação no Sistema Socioeducativo e seus desdobramentos, explicitando a complexidade desta temática, principalmente sobre as medidas privativas e restritivas da liberdade feminina. Investigou-se a relação que as adolescentes em conflito com a lei estabeleceram com a unidade socioeducativa e como essa relação poderá contribuir para a reconstrução de suas vidas.

Segue-se um artigo, da autoria de Renato Mendes Gomes e Perpétua Santos Silva, denominado: “Cantando vidas no lixo: o caso de uma cooperativa de trabalho de reciclagem em Santa Maria – DF, Brasil.” Tomando como objeto de estudo o caso de uma cooperativa de trabalho de reciclagem em Santa Maria-DF, foram trabalhadas algumas dimensões profissionais e pessoais da vida de catadores, tendo como objetivo conhecer as suas perspetivas sobre as condições profissionais, pessoais e sociais enquanto profissionais da catação de resíduos sólidos organizados em cooperativa de trabalho de reciclagem, identificando quais as suas principais dificuldades, constrangimentos e necessidades e procurando conhecer de que forma o movimento cooperativista de trabalho de reciclagem contribui para o possível desenvolvimento dos seus processos de inclusão social.

Este campo temático encerra com um último artigo, da autoria de Fátima Hartwig e Perpétua dos Santos Silva, intitulado: “A importância do Português como língua de acolhimento na integração de alunos imigrantes e refugiados no Instituto Federal de Brasília – IFB.” Nesse artigo, partindo-se da premissa de que as sociedades contemporâneas são marcadas pela diversidade, pela heterogeneidade e complexidade das relações e dado que, correspondentemente, as instituições educativas são atravessadas por fortes fluxos imigratórios, possuidores de ampla multiplicidade de origens geográficas, de diferenças sociais, culturais e étnicas dos seus estudantes, esse artigo foi perspetivar, no âmbito do Instituto Federal de Brasília (IFB), os desafios que se colocam às instituições educativas com a chegada de alunos imigrantes e refugiados, cuja integração educacional e social é preciso promover.

Desta forma, encerrar-se-á este número temático que, com diferentes perspetivas e enfoques teóricos e teórico-práticos, procura, para além dos exemplos apresentados, deixar em aberto conjuntos de pistas de investigação para que os seus autores, ou outros no futuro, prossigam no seu aprofundamento.

 

 

Santarém, 25 de setembro de 2017

 

Paulo Coelho Dias – Escola Superior de Educação – IPS, Portugal

Maria Cristina Madeira da Silva – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília, Brasil

 

Equipa Técnica

Carla Bastos

João Samartinho (EDITOR)

 

Publicado: 2017-12-12

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