P-2 SUPORTE BÁSICO DE VIDA EM SIMULAÇÃO – IMPACTO DO ENSINO A PROFISSIONAIS DO TURISMO
DOI:
https://doi.org/10.25751/rspa.27407Palavras-chave:
SimulaçãoResumo
Introdução: Os profissionais de Turismo são frequentemente first-responders de situações críticas, resultado da elevada procura de turismo de montanha, aquático e de desportos radicais na nossa região, por vezes até praticados em locais remotos. Sensibilizados para a necessidade de dotar estes profissionais de competências em Suporte Básico de Vida, um grupo de anestesiologistas organizou uma formação hands-on, com recurso a manequins de baixa fidelidade e em contexto de simulação. Esta formação realizou-se no âmbito da celebração do Dia Mundial da Anestesiologia e incluiu 48 profissionais guias de turismo. Os autores avaliaram o impacto desta formação após 5 meses.
Métodos: Foi feito um estudo transversal retrospetivo com a totalidade dos indivíduos, que foram submetidos a 2 questionários: imediatamente após a formação (questionário 1) e 5 meses após a formação (questionário 2). Incluíram-se questões sobre o conhecimento prévio de SBV, a importância da aquisição de conhecimentos nesta área, a eventual abordagem de uma vítima em paragem cardiorrespiratória após a formação (identificação; chamada de ajuda; abordagem inicial; priorização de atitudes; gestão psicológica do próprio ou do grupo), e a autoperceção do impacto do curso na confiança e predisposição para assumir responsabilidades (tabela 1). Foi feita análise descritiva das variáveis categóricas obtidas nas respostas.
Resultados: Dos 48 participantes, 32 responderam ao questionário 1 e 30 responderam ao questionário 2. A análise do questionário 1 revelou que apenas 53% (17/32) possuíam conhecimentos prévios de SBV, contudo todos os participantes (100%) reconheceram a importância da aquisição desta competência. No questionário 2, 77% (23/30) revelaram ter adquirido ganho de confiança e predisposição para assumir responsabilidades. Efetivamente, 4 dos inquiridos experienciaram a abordagem a indivíduo em estado crítico após a formação, e desses, 3 (75%) reconheceram uma maior facilidade na chamada de ajuda, priorização de atitudes e gestão psicológica do próprio ou do grupo. 50% (2/4) referiram maior segurança na identificação do doente crítico e na sua abordagem inicial. 83% do total dos inquiridos (25/30) referiram ter transmitido os conhecimentos adquiridos a colegas ou outros contatos. Todos consideraram imprescindível a reciclagem da informação.
Conclusão: O estudo demonstrou um impacto positivo da educação de indivíduos sem background clínico na abordagem do doente crítico extra-hospitalar, traduzindo-se num maior ganho de confiança e predisposição a atuar. O ambiente de simulação e o realismo inerente são determinantes na aquisição de confiança e envolvimento dos participantes.
TABELA 1
Questionário 1
Questionário 2
Já possuía alguma informação sobre SBV?
Nota impacto desta formação em algum aspecto do seu quotidiano (ex. ganho de confiança, predisposição para assumir responsabilidades)?
Acha importante ter conhecimentos de SBV?
Desde então, já experienciou a abordagem de alguma pessoa em estado crítico ou inconsciente?
Após esta formação, considera-se mais seguro para ajudar uma vítima inconsciente?
Se sim, a formação que recebeu permitiu-lhe lidar melhor com a situação?
Em que medida?
- Identificação do doente crítico
- Chamada de ajuda
- Abordagem inicial do doente crítico
- Priorização de atitudes
- Gestão psicológica do próprio ou do grupo
Considera que a reciclagem da formação seria imprescindível?
Já teve oportunidade de transmitir os conhecimentos que adquiriu nesta formação a colegas ou outros contatos?
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