P-6 FORMAÇÃO CONTINUA EM COMPRESSÃO CARDÍACA EXTERNA COM RECURSO A SIMULAÇÃO

Resumo

Introdução e Objetivos:

Segundo a AHA1 as vítimas de PCR não recebem RCP de alta qualidade e a maioria não sobrevive. Realização de RCP de alta qualidade tem implicações na probabilidade de reversão de PCR

Para analisar os contributos da formação contínua com recurso à simulação, na melhoria da performance dos enfermeiros na Compressão Cardíaca Externa (CCE), em contexto de emergência, delineamos os objetivos específicos: construir e validar uma grelha de avaliação de performance dos enfermeiros em CCE e conhecer a perceção dos contributos da simulação para a melhoria da performance em RCP.

Materiais e Métodos:

Realizou-se um estudo quantitativo, quase-experimental com avaliação de um único grupo de forma emparelhada

Contruiu-se e validou-se com recurso à técnica de Delphi uma grelha de avaliação de performance em compressões torácicas (CT) baseada na opinião de 9 peritos. Para tal realizou-se uma análise descritiva com frequências absolutas e relativas, Md e AIQ

Recorreu-se à observação estruturada junto de enfermeiros a exercerem em Sala de Emergência para avaliar a performance em CT através da grelha construída. A avaliação realizou-se antes e após formação com recurso a simulação. Na comparação de variáveis entre os dois momentos, foram utilizados os testes não paramétrico de Wilcoxon e de Mann Whitney, considerando-se uma significância de 95% (p=0,05). Aplicou-se questionário para conhecer a perceção dos enfermeiros sobre os contributos da simulação na melhoria da performance em RCP. Os dados obtidos foram tratados pela análise conteúdo

Resultados e Discussão:

Os participantes cumpriram os parâmetros de posicionamento em relação à vítima, tórax, posição relativa das mãos e destas ao nível do tórax. Registou-se aumento estatisticamente significativo da realização de CT a um ritmo adequado (Md: 67,5% e AIQ: 93% vs. Md: 95,5% e AIQ: 31%) e da permissão de descompressão total do tórax (Md: 86,5% e AIQ: 67% vs. Md: 100% e AIQ: 2%)

A um ritmo entre 100 e 120 compressões por minuto associa-se uma maior probabilidade de sucesso da RCP; a descompressão torácica assume papel importante na RCP, por permitir um melhor retorno venoso ao tórax e manter uma perfusão coronária e um fluxo miocárdico adequados 2.

Observamos satisfação global com a formação, facto concordante com alguns autores que referem que formação contínua após Licenciatura é muito valorizada pelos Enfermeiros3.

Conclusão:

Verificada melhoria na performance em CT com a realização de formação com recurso a simulação, nomeadamente, na frequência das compressões e correta descompressão do tórax. Todos os participantes cumpriram os parâmetros de posicionamento no 2º momento de avaliação.

Identificou-se satisfação global com a formação com recurso a simulação.

Emerge a importância de replicação deste estudo em outros hospitais e do investimento das instituições em formação contínua neste âmbito, com recurso à simulação.