P-12 INFLUÊNCIA DA SIMULAÇÃO DE ALTA FIDELIDADE NAS COMPETÊNCIAS NÃO TÉCNICAS EM SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA
DOI:
https://doi.org/10.25751/rspa.27420Palavras-chave:
SimulaçãoResumo
Introdução e Objetivos: Os eventos adversos no cuidado à pessoa em situação crítica são maioritariamente atribuídos à falha de competências não técnicas (CNT). O treino destas competências é um complemento essencial ao treino de competências técnicas que, segundo o European Resuscitation Council¹, deve ser agregado ao processo formativo da equipa de emergência. A Simulação de Alta Fidelidade (SAF) tem-se evidenciado como estratégia pedagógica eficaz na promoção da melhoria da qualidade dos cuidados e da segurança do doente, em contexto de emergência. Pretende-se analisar se o treino de CNT (comunicação e liderança) influencia o conhecimento, a performance, a autoconfiança e a satisfação dos enfermeiros do Serviço de Urgência, em situações de emergência.
Materiais e Métodos: Estudo quantitativo, de carácter pré-experimental, com desenho antes-após com grupo único. Amostra não probabilística por conveniência, constituída por 20 enfermeiros do Serviço de Urgência, divididos aleatoriamente em 4 grupos de 5 elementos. Desenvolvido e implementado um Programa de Formação de Práticas Clínicas Simuladas, com recurso a cenários de SAF, para treino de CNT (comunicação e liderança) em situações de emergência. Analisadas as diferenças antes e após relativas a: conhecimento, com recurso a teste de conhecimentos; performance, através de grelhas de observação (comunicação e liderança) elaboradas e validadas para o efeito; e autoconfiança, através da Escala de autoconfiança para intervenção em emergências². No final da formação, foi avaliada a satisfação dos enfermeiros através da Escala de Satisfação com as Experiências Clínicas Simuladas³. A análise estatística foi efetuada em IBM SPSS. Foram tidos em conta os aspetos formais e éticos.
Resultados e Discussão: Amostra constituída por 20 enfermeiros com tempo de exercício profissional medio de 12,8 anos. Nenhum tem formação em CNT, mas 80% tem em Suporte Avançado de Vida.
Segundo os resultados preliminares, houve melhoria: do conhecimento, 67,3% para 88,1%; da performance na comunicação (o recurso à comunicação estruturada e utilização de ferramentas de comunicação progrediram de 0% a 100%) e na liderança (o cumprimento dos itens da grelha de observação variou de 5% a 35% na avaliação inicial e 80% a 100% na avaliação final; o debriefing da avaliação inicial não foi realizado por nenhum grupo mas o final foi por todos); os valores de autoconfiança apresentaram-se acima do ponto médio nas dimensões e no global, com valores mais elevados na dimensão “Respiração” e mais baixos na “Disfunção neurológica”. A média do score global da escala de satisfação foi de 84,1%.
Conclusão: O treino de CNT, em contexto de simulação, é promissor para a melhoria dos cuidados e da segurança do doente pois influencia positivamente o conhecimento, a performance, a autoconfiança e a satisfação dos enfermeiros do Serviço de Urgência, para atuar em situações de emergência.
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Referências
Referências:
¹ Greif R, Lockey A, Conaghan P, et al. European Resuscitation Council Guidelines for Resuscitation 2015 Section 10. Education and implementation of resuscitation. Resuscitation [Internet]. 2015 [cited 2022 Mar 28] ;(95):288-301. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26477418/. DOI:10.1016/j.resuscitation.2015.07.032 .
² Martins J, Baptista R, Coutinho V, et al. Self-confidence for emergency intervention: adaptation and cultural validation of the Self-confidence Scale in nursing students. Revista Latino-Americana de Enfermagem [Internet]. 2014 jul-ago [cited 2022 Mar 28];22(4):554-561. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25054868/. DOI:10.1590/0104-1169.3128.2451.
³ Baptista R, Martins J, Pereira M, et al. Satisfação dos estudantes com as experiências clínicas simuladas: validação de escala de avaliação. Revista Latino-Americana de Enfermagem [Internet]. 2014 set-out [cited 2022 Mar 28];22(5):709-715. Available from: https://www.scielo.br/j/rlae/a/3NPqY6ZGGfPRhSd6dLXF49m/?format=pdf&lang=pt . DOI: 10.1590/0104-1169.3128.2451.
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