RP-4 AVALIAÇÃO DA EVOLUÇÃO DAS EMOÇÕES EM DEBRIEFING ESTRUTURADO AO LONGO DE 1 MÊS SIMULAÇÃO MÉDICA
DOI:
https://doi.org/10.25751/rspa.27432Palavras-chave:
.Resumo
Introdução e Objetivos:
A simulação tem surgido como uma ferramenta pedagógica para treino e desenvolvimento de competências em Medicina1. Existe evidência crescente de que proporcionar uma experiência de simulação imersiva e ininterrupta de Alta Fidelidade, enriquece a experiência pedagógica e otimiza os resultados de aprendizagem2.
Alicerçados por técnicas de simulação e debriefing estruturado, os autores propuseram-se a avaliar a evolução de emoções referidas, lançando planos futuros de as relacionar com evolução, satisfação e confiança.
Materiais e Métodos:
Durante 3 meses, 133 alunos do 5º ano do Mestrado Integrado em Medicina cumpriram o módulo de Emergência. Durante 4 semanas, divididos em grupos de 4-5, os alunos foram responsáveis pelo desenrolar de um cenário clínico de emergência por semana. Na primeira, abordaram um síndrome coronário agudo com evolução para PCR, na segunda um choque séptico, na terceira uma fibrilhação auricular com resposta ventricular rápida e instabilidade hemodinâmica e na quarta uma emergência hipertensiva com evolução para edema agudo do pulmão. As simulações tiveram a duração de cerca de 20 minutos, seguidas por cerca de 40 minutos de debriefing estruturado. Este foi dividido em: 1) emoção (onde se questionaram os alunos relativamente à emoção durante a simulação; 2) descrição (o team leader fez uma descrição literal e objetiva do caso e 3) análise (a equipa docente analisou a simulação aproveitando momentos oportunos para discussões teórico-práticas da temática abordada).
Resultados e Discussão:
Foram registadas as emoções dos 133 alunos ao longo das 4 simulações, posteriormente classificadas como positiva ou negativa. Na primeira simulação apenas 9,7% dos alunos referiu emoções positivas. Na segunda e terceira simulações esse número aumentou para 53,5% e 57,8%, respetivamente. Na última simulação já 76,5% dos alunos associaram uma emoção positiva à simulação.
Com o aumento do número de simulações efetuadas e, consequentemente, o aumento da exposição ao erro bem como o incremento e desenvolvimento de conhecimentos e de capacidades de gestão emocional e trabalho em equipa, observou-se um aumento da associação de emoções positivas (como confiança, segurança, felicidade ou tranquilidade) em detrimento de emoções negativas (insegurança, ignorância, frustração ou impotência) à simulação.
Conclusão:
A simulação surge como uma ferramenta pedagógica fundamental no ensino médico pré-graduado, permitindo não só aumentar níveis de conhecimento e capacidade de gestão de situações clínicas, mas também estando associada a valores emocionais progressivamente mais positivos.
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Referências
REFERÊNCIAS:
Bradley P. The history of medical simulation in medical education and possible future directions. Medical education history. 2006; 40: 254-262
Meyers L, Mahoney B, Schaffernocker T, Way D et al. The effect of supplemental high Fidelity simulation training in medical students. BMC Medical Education. 2020; 20:421
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