TY - JOUR AU - Martins, António Augusto PY - 2016/03/22 Y2 - 2024/03/28 TI - Editorial da RSPA Vol 21 N 3, 2012 JF - Revista da Sociedade Portuguesa de Anestesiologia JA - Rev Soc Port Anestesiol VL - 21 IS - 3 SE - Editorial DO - 10.25751/rspa.8851 UR - https://revistas.rcaap.pt/anestesiologia/article/view/8851 SP - 5 AB - <p>O presente número da Revista da SPA inicia a sua escrita segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Este acordo entrou em vigor em 13 de Maio de 2009 com um período de transição de seis anos para Portugal. Esta decisão prende-se com duas ordens fatores: a necessidade de implementar o que está em lei e o envio de trabalhos para submissão redigidos, quase exclusivamente, em sintonia com o Acordo.</p><p> </p><p>A edição deste número continua a revisão sobre Farmacologia Cardiovascular (2ª parte) na vertente dos diuréticos e vasodilatadores.</p><p>Apresentam-se duas revisões adicionais:</p><p>- Uma, sobre o potencial terapêutico dos canabinóides sintéticos e o reconhecimento de recetores específicos no sistema endocanabinóide com aplicabilidade clínica na terapêutica da dor aguda e crónica.</p><p>- Outra, sobre as mucopolissacaridoses. Um grupo heterogéneo de doenças hereditárias por deficiência de enzimas do metabolismo dos glicosaminoglicanos com evolução crónica e sistémica prevalente na idade pediátrica.</p><p>A anestesiologia pediátrica é revista num contexto histórico em Portugal. Esta temática histórica vai ter continuidade em próximos números e deseja-se que constituam registos da nossa memória anestesiológica. Este assunto terá um tratamento mais desenvolvido no próximo número.</p><p>No programa do Congresso Anual da SPA decorreu em regime de pré-congresso a Reunião de Formação &amp; Ensino. Neste número da Revista damos a conhecer os resultados desta reunião cujo resumo foi elaborado pelos seus promotores.</p><p>Este tema de “Formação &amp; Ensino” é, particularmente, importante para a nossa especialidade.</p><p>A aplicação do Decreto de Lei aprovado no Diário da República de Janeiro de 2011 (1ª série, nº 18-26 de Janeiro de 2011, portaria 49/2011) vem equiparar, em duração da formação, a especialidade de Anestesiologia ao que se verifica na maioria dos países europeus. Este projeto de alteração e revisão do programa de formação em Anestesiologia foi enviado ao CNE em Junho de 2004. Desde então foi alterado e revisto sucessivamente, pela persistência e esforço das sucessivas direções do Colégio da Especialidade, que culminou no documento atual.</p><p> </p><p> </p><p>Importa pois refletir sobre a qualidade da formação ministrada e os novos desafios ou complementaridades a que a especialidade tem de estar atenta. Algumas das reflexões inseridas no referido texto estão em linha com as preocupações atuais relativas à relevância dos fatores humanos no desempenho das equipas, na prevenção do erro médico e segurança do doente. A análise destes fatores (ex. liderança, comunicação e trabalho de equipa) que poderemos designar como competências não-técnicas tem sido estudada desde o final dos anos 80 do século passado <sup>1</sup>. O seu treino tem sido implementado em programa estruturados a nível europeu de forma compulsiva (Dinamarca)<sup> 2</sup> ou opcional através de programas de simulação médica. Trata-se de uma ferramenta pedagógica particularmente interessante e cuja evidência científica tem vindo a emergir em estudos de evolução clínica <sup>3</sup>.</p><p>A Anestesiologia tem sido, provavelmente, a especialidade com maiores preocupações na área da segurança do doente. Somos, desta forma, líderes naturais na área da segurança e estes aspetos devem merecer a atenção necessária nos programas formativos.</p><p>Para prosseguir este caminho é vital o investimento continuado na formação em competências técnicas e não-técnicas (estas últimas não contempladas no ensino designado por clássico ou tradicional). </p><p>Os Serviços de Anestesiologia como entidades autónomas, dentro de uma estrutura hospitalar, têm um papel fulcral nos programas formativos dentro e para fora da especialidade.</p><p>A inadmissibilidade de recentes desenvolvimentos, leia-se Estudo para a Carta Hospitalar da ERS de 18 de Abril de 2012, vêm colocar em causa o trabalho empenhado de gerações de anestesiologistas na dignificação e elevada qualificação dos profissionais. Não está só em causa a independência da especialidade relativamente a outras, mas igualmente a preservação de aspectos relacionados com a formação médica e uma cultura de segurança, parâmetro indispensável na qualidade dos cuidados de saúde em Portugal.</p> ER -