Transmissão vertical do vírus da hepatite C: experiência clínica de um hospital de nível III

Authors

  • Isabel Pinto Pais
  • Cátia Lourenço
  • Cristina Costa
  • Marcelina Carrilho
  • Anabela João

DOI:

https://doi.org/10.25754/pjp.2012.1280

Abstract

A prevalência de anticorpos anti-virus da hepatite C (VHC) na grávida é de 0 a 4%, não estando recomendado o seu rastreio universal. A transmissão mãe-filho, embora rara, representa a principal causa de hepatite C em Pediatria. O risco de transmissão vertical é superior nas grávidas com infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH), havendo outros factores descritos mas com resultados inconsistentes. Actualmente, não existem intervenções específicas capazes de diminuir essa transmissão. Efectuou-se um estudo retrospectivo descritivo de 31 crianças, filhas de mães com anticorpos anti-VHC. O principal meio de transmissão materno foi o parentérico (18, 59%). Em 19% das mães existia co-infecção por VIH. Nove (29%) tinham uma virémia (VHC) superior a 105 e o genótipo mais frequente foi o 3a (3/4). Vinte e três por cento tiveram uma ruptura de membranas (RM)> 6 horas, 48% dos partos foram cesarianas e 65% dos recém-nascidos efectuaram aleitamento materno. Uma criança ficou infectada, tendo evoluído para seroconversão.

Face ao reduzido tamanho da amostra, apenas se podem retirar reflexões. Numa era em que a transmissão vertical representa a principal causa de hepatite C em Pediatria, seria importante a realização de um estudo multicêntrico com o intuito de se definirem factores de risco associados a essa transmissão, tentando através da sua manipulação minimizar essa mesma transmissão. A taxa de transmissão vertical na nossa amostra foi de 3,2%, com evolução para sero-reversão. O principal meio de contágio materno para HCV foi o toxicológico e uma percentagem substancial apresentava co-infecção por HIV.

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Séries de casos

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