https://revistas.rcaap.pt/cea/issue/feedCadernos de Estudos Africanos2025-05-02T09:53:36+01:00Vasco Martins cadernos.cei@iscte-iul.ptOpen Journal Systems<p>A revista <em>Cadernos de Estudos Africanos</em> é uma publicação científica e académica do Centro de Estudos Internacionais do Iscte - Instituto Universitário de Lisboa (CEI-Iscte) especializada em temáticas africanas. Os artigos, tanto baseados em trabalho de campo como em elaboração teórica, norteiam-se pelos contributos significativos que aportam aos estudos sobre África e as diásporas africanas. Os Cadernos estão abertos à comunidade científica nacional e internacional que se debruça sobre o continente, particularmente nas áreas das Ciências Sociais e Humanas, apostando na internacionalização e na inter e multidisciplinaridade.</p>https://revistas.rcaap.pt/cea/article/view/41470Introdução2025-04-29T12:39:41+01:00Nuno de Fragoso Vidalnunofragosovidal@gmail.com<p>Os processos de transição política da década de 1990 em Moçambique e Angola ficaram aquém das expectativas em termos de promoção de um efetivo pluralismo e democratização. No quadro de uma longa tradição histórica de autoritarismo, violência e regime autocrático, desde o período colonial, passando pela luta anticolonial e pelo chamado período do partido único socialista, os antigos partidos únicos ganharam eleições e mantiveram o poder, relegitimando (interna e internacionalmente) a sua governação e hegemonia autocráticas e autoritárias [...]</p> <p> </p>2025-05-02T00:00:00+01:00Direitos de Autor (c) 2025 Cadernos de Estudos Africanoshttps://revistas.rcaap.pt/cea/article/view/41472Agostinho Neto: O alquimista do MPLA, entre a rocha e o local duro2025-04-29T12:58:57+01:00Nuno de Fragoso Vidalnunofragosovidal@gmail.com<p>Em contraste com uma longa tradição de análise histórico-política que resiste em aceitar interpretações baseadas na capacidade dos sistemas políticos pós-coloniais em África de percorrerem o seu próprio caminho de acordo com a sua própria experiência histórica e de acordo com a capacidade das suas elites em perseguirem os seus próprios objetivos, este texto recorre ao caso angolano para expor como a administração do primeiro presidente, Agostinho Neto, foi capaz de se estruturar nos seus próprios termos, assimilando e acomodando os constrangimentos internos e externos. Analisa-se aqui como a administração de Agostinho Neto acabou por aderir ao socialismo e a uma retórica de esquerda, ao mesmo tempo que cultivava uma prática de direita em termos de economia política, gestão política e política externa. Como veremos, um tal feito é ainda mais surpreendente se considerarmos os constrangimentos extremos do contexto internacional e doméstico existente.</p>2025-05-02T00:00:00+01:00Direitos de Autor (c) 2025 Cadernos de Estudos Africanoshttps://revistas.rcaap.pt/cea/article/view/41473Moçambique e Angola – O peso da história2025-04-29T13:04:54+01:00Malyn Newittmalynnewit@gmail.com<p>Este artigo examina os desenvolvimentos políticos em Moçambique e Angola, utilizando o quadro analítico construído por Chabal e Daloz no seu livro Africa Works. Mostra como o MPLA e a FRELIMO adotaram uma ideologia de inspiração marxista para estabelecer uma estreita elite política no poder. O texto analisa as políticas seguidas por esta elite durante a guerra civil e a era do Consenso de Washington e mostra como conseguiu contornar as condições que os doadores internacionais tentaram impor. Explica por que razão, após quase cinquenta anos de independência, Angola e Moçambique permanecem entre os países mais pobres do mundo, enquanto os seus governantes estão entre os mais ricos de África.</p>2025-05-02T00:00:00+01:00Direitos de Autor (c) 2025 Cadernos de Estudos Africanoshttps://revistas.rcaap.pt/cea/article/view/41474Populismo autoritário sob os antigos movimentos de libertação na África Austral2025-04-29T13:09:56+01:00Henning MelberHenning.Melber@nai.uu.se<p>Os movimentos de libertação que substituíram regimes de minoria branca na África Austral, com o apoio de um movimento de solidariedade internacional, têm, retrospetivamente, falhado em cumprir com as expectativas que outrora prometeram. A transição rumo à governação pela maioria abriu caminho a um novo projeto de elite, com menos benefícios para a população comum do que aquilo que originalmente se esperava. Este artigo analisa criticamente aquilo que pode ser considerado como os limites para a libertação, procurando explicar o contexto e legado da luta pela autodeterminação no que concerne aos fracassos de uma verdadeira emancipação.</p>2025-05-02T00:00:00+01:00Direitos de Autor (c) 2025 Cadernos de Estudos Africanoshttps://revistas.rcaap.pt/cea/article/view/41475Movimentos sociais urbanos em Moçambique. O radicalismo político depois da morte de Azagaia2025-04-29T13:17:02+01:00Luca Bussottilabronicus@gmail.com<p>No Moçambique urbano os protestos violentos de 2008 e 2010 constituíram a derradeira manifestação pública contra o governo liderado pela Frelimo. Entretanto, novos movimentos sociais foram formados depois e a partir da morte do rapper Azagaia, acontecida a 9 de março de 2023. O movimento novo, “Povo no Poder”, propôs uma visão e uma organização diferente, reticular, e que se ligou a algumas figuras dos partidos da oposição, por ocasião das eleições autárquicas de 11 de outubro de 2023. Mediante a análise política dos movimentos em questão, facilitada pela vivência no meio investigado por parte do pesquisador e por entrevistas e discussões informais, chegou-se à conclusão de que a integração do ativismo nas redes sociais com a ocupação física dos espaços urbanos trouxe cenários políticos novos a nível nacional.</p>2025-05-02T00:00:00+01:00Direitos de Autor (c) 2025 Cadernos de Estudos Africanoshttps://revistas.rcaap.pt/cea/article/view/41476Angola na arena internacional – A “segurança energética” dos estrangeiros em primeiro lugar?2025-04-29T13:23:50+01:00David Soggedsogge@antenna.nlBob van der Windenbwinden@gmail.com<p>No contexto do projeto de investigação “Sociedade Civil e Política em Angola”, este artigo discute forças que atuam fora de Angola, cuja governação e economia foram “desnacionalizadas” durante muito tempo. Após uma análise retrospetiva das suas contribuições anteriores para o projeto, os autores centram-se no período 2017-2023, que viu Angola ainda mais profundamente cativa de um sistema mundial liderado pelas empresas, principalmente em nome da “segurança energética” dos estrangeiros. Os resultados são ainda maiores desvantagens e descontentamentos para a maioria dos angolanos. Olhando para o futuro, os autores observam formas pelas quais ativistas civis, jornalistas e académicos dentro e fora de Angola podem continuar a sinalizar impasses económicos e uma democracia deficiente, onde a extração de combustíveis fósseis domina sob a sombra cada vez maior da catástrofe climática.</p>2025-05-02T00:00:00+01:00Direitos de Autor (c) 2025 Cadernos de Estudos Africanoshttps://revistas.rcaap.pt/cea/article/view/41477Entre o populismo e o autoritarismo: O vértice do Hemisfério Sul2025-04-29T13:29:30+01:00Bruno Ferreira da Costa bdfc@ubi.pt<p>Abordar o funcionamento da comunidade internacional implica compreender os diferentes modelos de governação existentes, num processo que tem conhecido, ao longo dos séculos XX e XXI, mudanças significativas. O contexto atual permite-nos verificar uma notável diversidade de modelos de governação e o crescimento de alternativas populistas e autoritárias. Esta tendência marca uma resistência à vaga democrática global. Podemos identificar causas e estímulos para as mudanças na estrutura e funcionamento dos regimes políticos, mas também uma oportunidade para identificar possíveis razões que sustentam os retrocessos registados na globalização da democracia. Este artigo centra-se em dois tópicos: discutir a relação entre populismo e autoritarismo e aprofundar a análise deste movimento no Hemisfério Sul, contribuindo para o estudo dos regimes políticos em África e na América Latina.</p>2025-05-02T00:00:00+01:00Direitos de Autor (c) 2025 Cadernos de Estudos Africanos