O arquivo, a coleção e o caçador: autobiografia de uma etnografia histórica

Autores

  • Ricardo Roque Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa, Portugal, ricardo.roque@ics.ulisboa.pt

Resumo

Neste artigo, experimento uma reflexão autobiográfica sobre a prática e o método da etnografia de/no arquivo. Recorrendo à metáfora da caçada, argumento que este modo de pesquisa, no cruzamento entre antropologia e história, pode ser entendido como um género de caça semiótica. Isto é: como uma pragmática de perseguição e interpretação de traços, pistas, rastos – por vezes fragmentários, truncados, até ocultos; inscritos em materialidades diversas – que atuam como indícios de eventos que aconteceram no passado. Na investigação aqui revisitada – a etnografia histórica de uma coleção colonial de crânios humanos provenientes de Timor-Leste, no Museu da Ciência da Universidade de Coimbra – a caçada perseguiu um trilho dinâmico e esquivo de traços arquivísticos, indiciador de um passado de violência colonial.

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Publicado

2023-07-18

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Artigos