Laboratórios de ciências biológicas como práticas: uma leitura etnográfica da anatomia vegetal em uma universidade da caatinga (Bahia, Brasil)
Palavras-chave:
caatinga, botânica, ensino, etnografia, natureza, política.Resumo
Ancorado em anotações elaboradas em uma etnografia multiespécie, este texto formula uma leitura de laboratórios de ciências biológicas como práticas situantes de atores humanos e não humanos. Para isso, os autores trazem à baila plantas da/na caatinga, equipamentos de laboratório, reagentes químicos e biólogos como entidades que atuam coletivamente para produzir lâminas com retalhos de vegetais que circulam em espaços físicos e em textos, tornando-se capazes de, ainda que distantes dos seus referentes (as plantas da caatinga), informar as transformações (e impactos) dos ambientes em que habitam. Argumenta-se que os atores, humanos ou não, envolvidos em tramas multiespécies de laboratórios de ciências biológicas, respondem a partir de agendas próprias que, quando sintonizadas, fazem aparecer pesquisas, laboratórios e outros territórios em um constante trabalho de mediação.