O mundo existe agora

Autores

Palavras-chave:

neoliberalismo, globalização, utopias concretas, antropologia

Resumo

Após o fim da Guerra Fria e do bloco soviético, os anos 90 do século passado prometeram a expansão do capitalismo aos mais recônditos cantos do planeta. A globalização era a forma como o liberalismo económico assumia esse propósito garantindo que economias e culturas, estados ou regiões abandonavam particularismos da história para serem protagonistas globais da mudança que se anunciava. Após as crises do modelo neoliberal que inauguraram o século XXI, globalização e desenvolvimento tornaram-se conceitos anacrónicos e incapazes de cumprir projetos de futuro em diferentes escalas. Nessas crises profundas a intolerância e a extrema-direita ganham espaço também ao nível global. A guerra e violência política normalizam-se e constituem-se como ameaças maiores para a vida social. Através da etnografia em dois contextos diferenciados – um urbano no Norte de Portugal e outro nas montanhas dos Pirenéus de Aragão – observamos territórios esquecidos desse processo de globalização e pessoas que optaram por fazer das suas vidas utopias tornadas concretas na reciprocidade e na solidariedade das construções coletivas. É nestes exemplos etnográficos que a antropologia se poderá encontrar na diversidade da experiência social e nos caminhos possíveis que, afinal, não deixaram nunca de ser percorridos no mundo que existe agora.

 

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Publicado

24-11-2025

Como Citar

Louçã, J. C. (2025). O mundo existe agora. Etnográfica, 28(1), 243–256. Obtido de https://revistas.rcaap.pt/etnografica/article/view/44240

Edição

Secção

Dossier