Finisterra
,
L
XI
(
129
), 202
5
,
e35377
ISSN: 0430
-
5027
doi: 10.18055/Finis35377
Artigo
Published under the terms and conditions of an Attribution
-
NonCommercial
-
NoDerivatives 4.0 International license.
HABITAÇÃO SOCIAL ENQUANTO ESPAÇO DE EMPODERAMENTO
COMUNITÁRIO:
UMA ABORDAGEM A DOIS BAIRROS SOCIAIS NO NORTE DE PORTUGAL
C
ÁTIA
S
AMPAIO
1
M
ARISA
R.
F
ERREIRA
2
A
NA
B
ORGES
2
RESUMO
–
A intervenção comunitária
é um
pilar fundamental da integração social da população
vulnerável
,
permitindo
a
capacitação
e o
empoderamento
,
facultando as ferramentas
para a promoção da melhoria da qualidade de
vida
.
Neste sentido, a literatura destaca que os maiores índices de integração social se referem às pessoas participantes
nas dinâmicas do bairro.
O artigo apresentado
,
com uma
metodologia mista,
analisa
dados de 90 inquéritos por
questionário e
oito
entrevista
s a participantes e não participantes
em atividades sócio ocupacionais
em
bairros
sociais
de
Guimarães e Fafe,
que permitem
compreender
a perceção dos moradores em relação
à
intervenção
s
o
ciocupacional
,
a
influência do espaço bairro e as interações sociai
s para que esta intervenção apresente resultados de sucesso.
Os o
bjetivos
deste artigo
são
:
conhecer e avaliar a perce
ç
ã
o dos moradores em rela
ç
ã
o ao espa
ç
o bairro, a sua identidade social e
cultural; compreender a influ
ê
ncia do processo de
integra
ç
ã
o e o n
í
vel de participa
ç
ã
o nas din
â
micas do bairro e conhecer
as vantagens, o impacto, os benef
í
cios e barreiras de uma interven
ç
ã
o comunit
á
ria s
ó
cio ocupacional para a coes
ã
o social
do pr
ó
prio bairro
. Pretende
-
se compreender e aprim
orar
a melhoria da interven
ç
ã
o comunit
á
ria s
ó
cio
-
ocupacional.
A
prática de atividades de participação comunitária e a criação de relações significativas com os vizinhos são estratégias
eficazes para combater o isolamento, enquanto parcerias estratégic
as entre governos, organizações não
-
governamentais
e o setor privado fornecem os recursos necessários
(
51,2% dos participantes das atividades sociocupacionais refere que
os conhecimentos adquiridos no contexto das atividades é importante para o seu dia
-
a
-
d
ia e para a sua capacitação).
Palavras
-
chave:
Bairro social; vulnerabilidade social; intervenção comunitária; participação social.
ABSTRACT
–
SOCIAL HOUSING AS A SPACE FOR COMMUNITY EMPOWERMENT: AN APPROACH TO TWO SOCIAL
NEIGHBORHOODS IN THE NORTH OF PORTUGAL.
Community intervention is a fundamental pillar of the social
integration of vulnerable populations, enabling capacity
-
building and empowe
rment by providing tools to promote an
improved quality of life. In this regard, the literature highlights that the highest levels of social integration are observe
d
among individuals who participate in neighbourhood dynamics. The article presented, using
a mixed
-
methods approach,
analyses data from 90 questionnaire surveys and eight interviews with both participants and non
-
participants in socio
-
occupational activities in social housing neighbourhoods in Guimarães and Fafe. These data allow for an understa
nding
of residents’ perceptions regarding socio
-
occupational intervention, the influence of the neighbourhood space, and social
interactions in contributing to the success of such interventions. The objectives of this article are: to understand and
assess
residents’ perceptions of the neighbourhood space, including its social and cultural identity; to explore the
influence of the integration process and the level of participation in neighbourhood dynamics; and to identify the
advantages, impact, benefits, a
nd barriers of a socio
-
occupational community intervention in fostering the social cohesion
of the neighbourhood itself. The aim is to gain insights and contribute to the improvement of socio
-
occupational
community intervention.
Practicing community partic
ipation activities and creating meaningful relationships with
neighbors are effective strategies to combat isolation, while strategic partnerships between governments, non
-
governmental organizations and the private sector provide the necessary resources (5
1.2% of participants in socio
-
occupational activities report that the knowledge acquired in the context of the activities is important for their daily live
s
and for their training).
Keywords:
Social neighborhood; social vulnerability; community
intervention; social participation.
Recebido: 04/04
/202
4
.
Aceite: 10
/
01
/202
5
.
Publicado:
21/07
/2025.
1
Escola Superior de Tecn
ologia e Gestão, Instituto Politécnico do Porto,
Rua do Curral, Casa do Curral, Margaride,
4610
-
156,
Felgueiras, Portugal
. E
-
mail:
catia
-
sa
mpaio@hotmail.com
2
Centro de Inovação e Investigação em Ciências Empresariais e Sistemas de Informação, Escola Superior de Tecnologia e Gestão,
Instituto
Politécnico do Porto, Felgueiras, Portugal. E
-
mail:
mferreira@estg.ipp.pt
,
aib@estg.ipp.pt
Sampaio, C., Ferreira, M. R., Borges, A.
Finisterra,
LX
(12
9
), 202
5
, e
35377
2
HIGHLIGHTS
Intervenção Comunitária como fundamental para a integração
social
;
Estruturação Urbana dependente da identidade de bairro;
Estudo de caso como potenciador de comparação entre dois bairros sociais;
Bairro
social como um lugar de não pertença;
Participação em ações comunitárias consideradas positivas.
1.
INTRODUÇÃO
As sociedades capitalistas, pela sua vasta dimensão, são frequentemente descritas como espaços
heterog
é
neos
, com diversos desafios específicos
.
Estes desafios intensificam
-
se com a escassez de
soluções no mercado imobiliário, as desigualdades ao seu acesso, a falha do Estado Social e as
disparidades socioeconómicas, fatores que, ao longo dos anos, contribuíram para a criação de espaços
de discri
minação e isolamento social
(Santos
et al
., 2023).
Neste contexto, selecionamos para estudos de caso um Gabinete de Intervenção e uma Empresa
Municipal com atuação em bairros sociais, com o objetivo de compreender e avaliar as vantagens de
uma intervenção
sciocupacional como promotora da qualidade de vida dos habitantes. A avaliação
concentra
-
se nos benefícios e barreiras encontrados para a implementação da intervenção comunitária
sciocupacional, envolvendo grupos distintos, com foco naqueles que participa
m nas atividades.
O
estudo
procura compreender os benefícios percebidos, considerando uma abordagem centrada no indivíduo e
identificar, por parte da comunidade, as suas necessidades e problemáticas. A promoção de espaços
voltados para a participação, conv
ivência e lazer também é analisada.
A dimensão da avaliação das
intervenções sob a ótica dos residentes torna
-
se fundamental para compreender os benefícios que essas
ações podem gerar, promovendo práticas mais eficazes, conscientes e organizadas.
Neste estudo, a avaliação será realizada por meio de dois instrumentos de recolha de dados: o
questionário e a entrevista semiestruturada. Partimos do princípio de que o conhecimento aprofundado
sobre os efeitos da intervenção é alcançado por meio da avali
ação e da consideração de diferentes
grupos que foram expostos a ela, assim como pela percepção daqueles que não participaram das
atividades. Essa abordagem possibilita a observação e o desenvolvimento de estratégias de atuação,
permitindo compreender os m
otivos pelos quais uma parte significativa da po
pulação residente
participa nu
m número
reduzido de atividades e que
estratégias poderiam ser adotadas para aumentar
a motivação e a participação, identificando os prós e contras de
forma
a potencializar melho
rias.
A organização deste artigo inclui o enquadramento teórico, que explora as principais dimensões
dos benefícios e barreiras da intervenção
s
o
ciocupacional
, seguido da descrição da metodologia
adotada.
S
ão apresentados e discutidos os resultados da inve
stigação
, seguindo
-
se uma conclusão
.
2.
BENEFÍCIOS E BARREIRAS DA INTERVENÇÃO
S
O
CIOCUPACIONAL
–
DIMENSÕES
A literatura indica que os habitantes de bairros sociais enfrentam discriminação e marginalização,
sustentadas por ideias negativas de que o bairro de
termina escolhas sociais e impõe barreiras
estruturais. Essas dinâmicas dificultam a interação com a população em geral e perpetuam
representações negativas do lugar como um espaço a evitar (Santos
et al
., 2023). Fatores como recursos
económicos limitados,
redes de emprego precárias e ciclos de pobreza perpetuam a exclusão, afetando
migrantes, refugiados e minorias étnicas, enquanto o mercado habitacional e o planeamento urbano
agravam essa vulnerabilidade
(
Malheiros
et al
.
,
2016)
.
A vulnerabilidade social
refere
-
se à suscetibilidade dos indivíduos a danos sociais, económicos ou
ambientais, neste caso referimo
-
nos à pobreza, à carência de oportunidades e acesso a direitos, acesso
a serviços essenciais (saúde ou educação), ambientes v
iolentos e discriminatórios, exposição e
dificuldade em gerir eventos adversos e à inexistência de redes de apoio social (Lopes & Mendes, 2023).
Ao nível dos fatores consideram
-
se os de ordem
social, económica, cultural e habitacional.
Essa
vulnerabilidade
manifesta
-
se em sentimentos de baixa autoestima e incapacidade, que, a médio e longo
Sampaio, C., Ferreira, M. R., Borges, A.
Finisterra,
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prazo, levam à exclusão social, segregação e isolamento (Wacquant, 2001). Em contraposição, a
integração social é uma pluralidade dinâmica de estilos de vida, dentro do c
onceito de cidadania, onde
os indivíduos preservam e exercem suas capacidades de escolha. Isso envolve não só a posse, mas a
aplicação efetiva de competências sociais (Almeida, 1993).
Paralelamente, Malheiros
et al.
(2016) menciona
m
a existência de quatro
fatores de exclusão
a
considerar para justificar a situação de vulnerabilidade que se manifesta em torno dos bairros sociais,
nomeadamente: 1) a estigmatização do bairro; 2) a acessibilidade a recursos e a sua qualidade; 3) os
processos de socialização;
e
4) o papel das redes sociais e do capital social, pelo que nos apresenta
m
as
linhas orientadoras sobre as quais deve incidir a intervenção.
Face ao exposto, entende
-
se que os fatores
de vulnerabilidade dizem respeito a condições de fragilidade e suscetibi
lidade que expõem o indivíduo
ao risco, enquanto os fatores de exclusão social se referem à negação ou limitação de direitos,
oportunidades e participação plena na sociedade.
Os benefícios da intervenção sociocupacional
—
entendida como um conjunto de ativ
idades que
visam promover o bem
-
estar, o desenvolvimento pessoal, a autonomia, as competências, bem como a
participação social e cívica
—
podem ser avaliados em várias dimensões, como a inclusão social, a
qualidade de vida, a capacitação e o empoderamento,
o desenvolvimento pessoal, a avaliação
participativa e a coesão comunitária.
A inclusão social, por meio da intervenção comunitária sociocupacional, é fundamental para
reduzir o estigma e o autoestigma, uma vez que as atividades ocupacionais favorecem sen
timentos de
pertença, integração e identidade (Grabbe
et al
., 2013). A dimensão da inclusão social é evidenciada
pelas sensações dos participantes
das atividades sociocupacionais
, que, ao interagir com outros,
enfrentam desafios e soluções juntos, promoven
do a participação comunitária. As ligações sociais, a
partilha e o apoio são essenciais para o bem
-
estar individual.
A qualidade de vida é o principal objetivo da intervenção comunitária sociocupacional,
procurando melhorar o bem
-
estar físico e mental dos
participantes
das atividades sociocupacionais
,
sendo um pilar psicossocial e emocional (Suto
et al
., 2021). Para isso, é crucial uma participação
significativa, ou seja, atividades que atendam às necessidades e interesses individuais (Connell
et al.,
2012)
. Permitir ao participante um papel ativo no planeamento e controlo da atividade pode ser uma
estratégia eficaz para promover a participação comunitária e o bem
-
estar pessoal (Connell
et al
., 2012).
O desenvolvimento pessoal é central na intervenção sócioc
upacional, proporcionando
oportunidades de aprendizagem, descoberta de talentos, maior interação social, confiança, autoestima
e redução do autoestigma. Neste âmbito, o conceito de desenvolvimento pessoal refere
-
se ao processo
contínuo de aquisição de comp
etências e aprendizagens, que permite ao indivíduo experienciar um
crescimento pessoal e emocional. Este desenvolvimento está associado ao fortalecimento da
autoconfiança, à descoberta da sua identidade, desejos, limites e capacidades, bem como à criação o
u ao
reforço de redes de suporte e ao empoderamento, traduzido no sentimento de utilidade e na orientação
para a tomada de decisões. A avaliação do desenvolvimento pessoal pode ser realizada através de
métodos como a observação participante, entrevistas se
miestruturadas, grupos focais, mapas de rede
pessoal, participação comunitária ou, ainda, por meio do questionário WHOQOL
-
BREF, conforme
indicado por Suto et al. (2021).
Já a avaliação participativa permite medir benefícios com maior precisão, envolvendo o
s
participantes
das atividades sociocupacionais
no sucesso e desenho das intervenções, promovendo
atitudes dinâmicas e contribuições diretas (Suto
et al.
, 2021). A coesão comunitária também é crucial,
incentivando a participação ativa da população em ativi
dades coletivas nos bairros sociais.
A literatura sobre projetos de intervenção comunitária sociocupacional não apenas destaca
benefícios, mas também identifica barreiras que dificultam a sua implementação, como a alfabetização,
a falta de parcerias com a
comunidade, fatores estruturais e o estigma.
Os baixos n
í
veis de alfabetiza
ç
ã
o apresentam
-
se como uma das principais barreiras
à
participa
ç
ã
o
comunit
á
ria, dado que, por vezes dificultam a participa
ç
ã
o em determinadas atividades que possam ser
de
realiza
ç
ã
o mais complexa ou, essencialmente, no que concerne
à
s avalia
ç
õ
es e validade dos
resultados, visto que
as pessoas
inquirid
a
s em alguns dos projetos relatam dificuldade para
conseguirem realizar e interpretar as quest
õ
es colocadas pelos inves
tigadores (Spadola
et al
.,
2020
).
Uma barreira identificada nas parcerias comunitárias é a falta de alinhamento entre os objetivos,
interesses e motivações de todos os envolvidos (Suto
et al
., 2021). Além disso, fatores pessoais dos
participantes
das ativ
idades comunitárias
, como problemas físicos ou mentais, doenças ou
responsabilidades familiares, dificultam a participação comunitária. Assim, os projetos devem incluir
Sampaio, C., Ferreira, M. R., Borges, A.
Finisterra,
LX
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, e
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alternativas para flexibilizar e facilitar a participação. Outra barreira é a duração o
u o horário das
atividades, que pode interferir na participação, especialmente se coincidirem com horários de refeição
ou se forem
atividades
excessivamente longas. Essas barreiras podem ser
relacionadas com questões
estruturais, relacionada
s ao ambiente d
o bairro, como violência, crime, mudanças habitacionais ou
questões psicossociais, como
desemprego e dificuldades econó
micas (Srivarathan
et al
., 2020).
A
dimensão
do estigma social
é
retratada nos diferentes projetos em an
á
lise podendo tratar
-
se de
um e
stigma relacionado ao bairro social ou
à
s pr
ó
prias atividades ocupacionais, pelo que poder
á
afetar
a participa
ç
ã
o ou o compromisso do participante para com a atividade ou interven
ç
ã
o s
ó
cio
-
ocupacional. Denota
-
se que o estigma social conduz os morad
ores
à
exclus
ã
o social e a adotar uma
postura de resistência para com os projetos ou atividades sociais (Jensen & Christensen, 2012).
As
principais barreiras referem
-
se à baixa participação e retenção de homens, devido à maior presença
feminina nas comun
idades e à percepção de que certas atividades são tipicamente femininas
(por
exemplo
atividades de relaxamento, desenvolvimento pessoal, entre outras).
A
diversidade cultural e linguística é
outra barreira i
dentificada como estigma social
, tendo como
consequ
ê
ncia a exclus
ã
o social de quem tem uma cultura ou l
í
ngua diferente dos demais, bem como a
associa
ç
ã
o a determinadas etnias ou culturas de comportamentos mais violentos e menos dispon
í
veis
para se integrarem na comunidade (Cheshire
et al
., 201
8). De acordo com os projetos estudados,
constatou
-
se que as popula
ç
õ
es com carater
í
sticas semelhantes entre si apresentam maior propens
ã
o
para a realiza
ç
ã
o de atividades (Srivarathan
et al
.,
2020
).
O estigma territorial refere
-
se ao estigma associa
do ao espaço habitacional, frequentemente
relacionado a comportamentos desviantes e marginalizados (Kim, 2010), além de ser reforçado pela
própria intervenção comunitária, que pode transmitir a imagem de que o local é de maior carência e
necessita de atenç
ão especial. Spadola
et al.
(2020),
num
estudo sobre comunidades desfavorecidas com
problemas psiquiátricos, identificaram três condições essenciais para a mudança de comportamento na
intervenção comunitária: capacidade (conhecimento sobre a atividade), op
ortunidade (acesso e
ferramentas necessárias) e motivação (vontade de realizar a atividade, resultante das duas condições
anteriores). Os autores utilizaram a Roda de Mudança do Comportamento (BCM) para mapear a
intervenção, identificando falhas, barreiras
e áreas de investimento para alcançar os objetivos da
intervenção (Spadola
et al
., 2020).
Além da vertente sóci
o
cupacional, outras estratégias de empoderamento têm sido identificadas
na literatura. O "
mix
social", por exemplo, promove a dispersão de empreendimentos sociais urbanos,
oferecendo residências a diferentes custos e tipologias, com apoio de entidades privadas para
disponibilizar habitação a preços controlados para a população carenciada (Alves &
Azevedo, 2017). As
políticas públicas de habitação e planeamento urbano visam
garantir diversidade cultural e de usos,
incluindo habitações de tipologia partilhada (Alves, 2024). Programas de apoio à infância, intervenção
escolar, e ações de capacitação e
sensibilização, como o apoio ao estudo, a mediação escolar e a
promoção de competências profissionais contribuem para o empoderamento e integração social,
particularmente através de atividades que facilitam a entrada no mercado de trabalho (Chan
et al.,
2
014;
Eckstein
et al.,
2015).
3.
METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO
A investigação utilizou o estudo de caso, comparando dois bairros sociais com intervenção
s
o
ciocupacional, para analisar semelhanças e diferenças nas práticas institucionais e no comportamento
de
participantes (pessoa que vive no bairro, está envolvida diretamente em atividades sociocupacionais
e que integram este estudo) e não participantes (pessoa que vive no bairro, não frequenta atividades
sociocupacionais e que integram este estudo)
(Suto et. a
l, 2021)
. Questionários e entrevistas foram
usados na recolha de dados (ver
q
uadro I).
Foram selecionados dois bairros sociais
em
Fafe e Guimar
ã
es. O artigo apresentado incide sobre
a intervenção desenvolvida pelo
Gabinete de Apoio ao Bairro ([GAB], 2022), do Município de Fafe, com
atuação no Conjunto Habitacional da Cumieira da cidade de Fafe. O GAB surge da necessidade de
intervenção biopsicossocial num bairro habitacional que remonta ao ano de 1978 e que durante
três
décadas se encontrou sob a gestão do I
nstituto de
G
estao e
A
lienação do Patrimónico
H
abitacional do
E
stado (IGAPHE)
, herdando o Município um património degradado e com vários desequilíbrios ao nível
Sampaio, C., Ferreira, M. R., Borges, A.
Finisterra,
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litigioso, sem a presença de intervenções concretas
e duradoras ao nível comunitário. Residem,
atualmente, neste bairro social 195 agregados familiares.
Quadro I
–
Metodologia e objetivos (
geral
e específicos).
Table I
–
Methodology and objectives (
g
eneral and specific).
No concelho de Guimarães, o estudo foi realizado em colaboração com a Coordenação de Âmbito
Social e Financeiro das Habitações do Município de Guimarães
(
[
CASFIG
],
2024)
, que consiste numa
empresa de natureza municipal. Realiza a gestão de 493 habitações sociais, bem como,
cinco
salas de
condomínio e
um
edifício sede. As habitações referidas distribuem
-
se por
nove
empreendimentos
sociais, além de
dois
bairros sociais anti
gos e um composto de habitações dispersas.
O estudo em
questão alcançou diferentes empreendimentos de habitação sob a gestão desta entidade
(
Empreendimento de Mesão Frio, Atouguia; Bairro do Sardoal, Empreendimento de Creixomil,
e/ou
outros
), pelo que não
é viável identificar, de forma regular, no decorrer do desenvolvimento do estudo
os nomes dos diferentes bairros sociais envolvidos no estudo, sendo mais simples a sua diferenciação
como bairros de Guimarães.
Ambos os casos de estudo apresentam uma populaç
ão predominantemente idosa, pessoas em
situação de desemprego ou com empregos precários, jovens fora do mercado de trabalho e minorias
étnicas, especialmente a comunidade cigana. O bairro
em Fafe
localiza
-
se
na periferia das cidade e
distinguem
-
se pela sua
construç
ão, enquanto que em Guimarães alguns dos empreendimentos
localizam
-
se próximo do centro urbano
. O
Conjunto Habitacional da Cumieira
passou por obras de
reabilitação recente, devido ao seu estado avançado de degradação
.
Já em Guimarães, algumas
est
ruturas são antigas e mostram sinais de desgaste, enquanto outros complexos possuem uma
estrutura mais moderna, afastando
-
se das características típicas de habitação social.
Na análise quantitativa, foram inquiridos 43
pessoas
participantes e 47
pessoas
nã
o participantes das
atividades sócio
-
ocupacionais, totalizando 90 inquiridos
, dos quais 51 pessoas inquiridas do Conjunto
Habitacional da Cumieira (Fafe) e 39 pessoas inquiridas dos bairros sociais sob o domínio da CASFIG
(Guimarães)
, aplicados p
or uma das
investigadoras
, entre
agosto e setembro
de 2023.
O contacto com
as entidades responsáveis pelas atividades dos bairros permitiu a identificação e o contacto com as
pessoas disponíveis para participar no estudo. A seleção
das pessoas inquiridas e entrevist
adas
, tanto
os que participavam
formal e ativamente
quanto os que não participavam
das atividades promovidas
pelas equipas
técnicas
nos bairros
, foi realizada com o apoio dos técnicos responsáveis pelos projetos,
utilizando uma amostra por conveniência. O i
nquérito e a entrevista foram validados pelo responsável
pela proteção de dados do Instituto Politécnico do Porto, que aprovou a aplicação, as questões e o
procedimento de recolha de dados.
Antes da realização das entrevistas, as pessoas entrevistadas fora
m
previamente informadas sobre os objetivos do estudo, a natureza voluntária da sua participação e o
modo como os dados seriam utilizados. Foi
-
lhes perguntado se estariam disponíveis para colaborar de
forma livre e esclarecida, tendo sido obtido o respetiv
o consentimento verbal. Nenhuma informação
recolhida permite a identificação direta das pessoas entrevistadas, assegurando
-
se assim o respeito
pelos seus direitos, dignidade e privacidade ao longo de todo o processo de investigação.
A an
á
lise quantitativ
a foi realizada com recurso ao programa estat
í
stico
IBM SPSS Statistics
, na
qual se analisaram duas bases de dados. Foram realizados dois questionários, um para residentes que
participam nas atividades sociocupacionais e outro para residentes não particip
antes nas atividades
sociocupacionais, sendo que as
algumas das
quest
õ
es foram respondidas numa escala de
Likert
de
cinco
ponto
s
, resposta aberta curta e múltipla.
No anexo IV encontram
-
se os inquéritos por questionário
aplicados aos participantes e não participantes das atividades sociocupacionais.
As entrevistas foram realizadas individual
mente
, com duração máxima de
1
hora
(guiões
das entrevistas
em
anex
o).
As
en
trevistas
realizadas consideram
-
se
semiestruturadas
e foram aplicadas a
oito
pessoas
participantes no total: duas
a
participantes
das atividades sociocupacionais
e duas
a
não participantes
Questionário
Entrevista
A
aliar
a perceção dos moradores em relação ao
espaço bairro, a sua identidade social e cultural
(objetivo específico)
;
C
ompreender a influência do processo de integração
e o nível de participação nas dinâmicas do bairro
(objetivo específico).
Conhecer as vantagens, o impacto, os benefícios
e barreiras de uma intervenção comunitária
s
o
cio
cupacional para a coesão social do próprio
bairro através da perspetiva dos moradores e
para a melhoria da intervenção comunitária
s
o
ciocupacional na prática
(o
bjetivo geral)
Sampaio, C., Ferreira, M. R., Borges, A.
Finisterra,
LX
(12
9
), 202
5
, e
35377
6
das atividades socicupacionais
d
e cada um dos
bairro
s
. Os entrevist
ados foram codificados como EP
(entrevistado participante) e ENP (entrevistado não participante).
Os guiões das entrevistas
apresentam diferenças, sendo que algumas questões são especificamente direcionadas aos participantes
das atividades promovidas pelas
equipas técnicas, enquanto outras se destinam aos não participantes,
com o objetivo de compreender os motivos da sua não adesão e ausência de integração nas dinâmicas
sociocupacionais do espaço habitacional. Para complementar a análise qualitativa, realiz
ou
-
se uma
análise integral às respostas de ambos os grupos
—
participantes e não participantes
–
usando a
ferramenta
Voyant Tools.
4.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O
envolvimento comunitário estimula a interação e a motivação para participar
das atividades,
eventos e iniciativas promovidas no espaço habitacional,
proporcionando experiências positivas e
favorecendo o desenvolvimento pessoal
,
coesão social
e comunitária
; atividades significativas reforçam
competências e reduzem a vulnerabilidad
e (Rothes, 2009). Segundo Almeida (1993), a integração social
resulta de estilos de vida diversos, unidos pela cidadania e pelo uso efetivo de competências sociais.
Queirós e Oliveira (2023) destacam que a intervenção comunitária exige a produção e mobiliz
ação de
conhecimento sobre pessoas e contextos, construído a partir da análise do quotidiano e validado por
métodos científicos.
Para motivar a participação comunitária, destaca
-
se a mobilização de figuras influentes na
comunidade e a valorização do papel
ativo dos indivíduos no planeamento e decisão das atividades. O
envolvimento em todas as etapas, desde a criação até à avaliação, promove sentido de controlo e escolha,
impulsionando a participação ativa e o bem
-
estar do participante
, assim como a sua cap
acitação e o
sentido de parceria com a própria comunidade
(Connell
et al
., 2012).
Nesta linha de pensamento, Eriksson e Sørensen (2021) alertam para a importância de planear
intervenções com base nas reais necessidades dos moradores, evitando suposições qu
e possam
comprometer o sucesso. Argumentam ainda que as ações devem ser conduzidas por voluntários locais,
já que projetos temporários e externos, com alta rotatividade, podem gerar descontentamento, cansaço
e relutância à participação.
Os
resultados reco
lhidos em relação aos motivos e sensações inerentes à participação
nas ações e
atividades desenvolvidas nos bairros sociais e
ncontram
-
se explanados no quadro II e III.
Quadro II
–
Avaliação na ótica dos participantes: motivos para a participação
das atividades sociocupacionais
.
Table II
–
Assessment from the participants’ perspective: reasons for
participation
.
Motivos para a participação
Percentagem
Atividades com maior participação
Percentagem
Convívio
72,1%
Oficinas/
Workshops
Informativos
58,1%
Ocupação
62,8%
Relaxamento/Meditação
37,2%
Desenvolver novas
competêncais/conhecimentos
69,2%
Visitas a exposições
44,2%
Ateliers
de trabalhos manuais
37,2%
Quadro III
–
Avaliação na ótica dos participantes
das atividades
sociocupacionais
: sentimento de pertença à
comunidade.
Table III
–
Assessment from the participants’ perspective: feeling of belonging to the community.
Sentimento associado ao sentimento de
pertença à comunidade
Percentagem
Sentimento associado/advém da
participação
Percentagem
Sensação de bem
-
estar
79,1%
Sensação de bem
-
estar
88,4%
Associação do bairro a um espaço seguro e
onde gostam de estar
58,1%
Melhoria da saúde física e mental
76,7%
O perfil dos inquiridos revela uma predominância feminina, com 71
pessoas
participantes do sexo
feminino e 19 do sexo masculino. Esse desequilíbrio é consistente com a literatura, que aponta o género
como uma barreira na participação comunitária, com as at
ividades muitas vezes voltadas para os
interesses das mulheres e associadas a fatores culturais e relacionais (Srivarathan
et al
., 2020). A
maioria d
as pessoas
participantes tem idades entre 40 e 60 anos (42,2%) e 36,7% estão na faixa etária
de 60 a 80 anos, com 51,1% tendo o 1º ciclo de escolaridade.
Sampaio, C., Ferreira, M. R., Borges, A.
Finisterra,
LX
(12
9
), 202
5
, e
35377
7
A situação profissional dos inquiridos reflete a alta taxa de desemprego, com 47,8% de
reformados e 35,6%
de
de
sempregados, o que está em linha com os altos índices de desigualdade e
exclusão social observados em Portugal, com 22,4% da população em situação de pobreza e exclusão
social em 2021 (Rodrigues, 2024). Relativamente à localização, 56,7% dos inquiridos são
do bairro de
Fafe, e 43,3% dos bairros sociais de Guimarães.
Os participa
ntes
nas atividades sociocupacionais
que não escolheram nenhuma
das opções
destacaram como motivos a identifica
ç
ã
o com as atividades, o prop
ó
sito da atividade e a cria
ç
ã
o de
ma
teriais novos ou a pr
ó
pria identifica
ç
ã
o com pessoas que participam.
No caso concreto dos sentimentos que
advêm
da participação
,
a
pr
ó
pria literatura comprova tal
quest
ã
o ao afirmar que o bem
-
estar de cada indiv
í
duo e a sua sa
ú
de mental apenas se en
contra
m
plenamente
saud
á
veis
quando em equil
í
brio com a identidade de bairro, possibilitando o aumento da
autoestima, seja ela coletiva ou individual, bem como, a intera
ç
ã
o e entreajuda social (Smyth
et al.,
2011). Além disso, a maioria dos participant
es
das atividades sociocupacionais
concorda com a
importância dos conhecimentos adquiridos nas atividades para o seu dia
-
a
-
dia
, identificando
-
se o
cumprimento de um dos principais objetivos da intervenção
s
o
cio
cupacional no que à capacitação da
sociedade d
iz respeito
(51,2%
dos participantes das atividades sociocupacionais refere que os
conhecimentos adquiridos no contexto das atividades é importante para o seu dia
-
a
-
dia
e para a sua
capacitação
).
Os benefícios e sensações relatados pelos participantes
das dinâmicas comunitárias
encontram
-
se, igualmente, em conso
n
ância com a literatura
, destacando sentimentos de bem
-
estar, segurança e
acolhimento associados ao espaço do bairro e à participação comunitária. Participantes ativos
nas
atividades
sentem
-
se m
ais protegidos e desenvolvem uma identidade coletiva que promove ações em
prol da comunidade, incorporando normas e valores do grupo (Chang
et al
., 2016).
Relativamente à
perceção de bem
-
estar, 76,7% dos participantes
das atividades sociocupacionais
associ
aram a sua
integração nas atividades a uma melhoria da saúde física e mental, bem como à redução de sentimentos
de solidão e ansiedade. Esta melhoria parece estar relacionada com a estruturação do quotidiano, a
criação de rotinas significativas e o reconhe
cimento no seio da comunidade. Uma das participantes
das
atividades promovidas no bairro social
declarou: “Desde que comecei a vir ao centro, durmo melhor e
ando menos nervosa”. Já os não participantes
das atividades
apresentaram níveis mais baixos de
sati
sfação geral, reportando com maior frequência problemas de saúde e menor envolvimento
relacional.
As entrevistas, alinhadas ao inquérito por questionário, abordaram dimensões de benefícios
e barreiras, utilizando questões pré
-
estruturadas selecionadas pela
sua relevância e potencial para
enriquecer o estudo com dados complementares.
Destacam
-
se as práticas de inclusão social na intervenção comunitária, bem como o bem
-
estar e
a estrutura urbana, influenciados pela identidade do bairro, que favorece a autoes
tima, a inclusão e a
busca por apoio em situações de carência (Heath et al., 2017).
Por sua vez, o
baixo nível educacional é
considerado um
fator importante que pode influenciar a
participação em atividades mais complexas ou na avaliação dos resultados,
evidenciando as dificuldades
de alfabetização entre os públicos vulneráveis, como observado em contextos de bairro social (Spadola
et al.,
2020).
Em termos de integração comunitária, a maioria (54,4%) sente
-
se
integrada ou totalmente
integrada, enquanto 5,
6% se consideram não integrados. Os principais problemas apontados foram a
relação com vizinhos, o ambiente desestabilizador, o barulho e a violência, bem como materiais
danificados nas residências.
A perceção de integração relaciona
-
se com experiências de
vida,
frequentemente traumáticas, que influenciam a interação na comunidade; experiências desajustadas
geram sentimentos negativos e afastamento do local de residência. De modo geral, as relações de
vizinhança surgem como fundamentais para a participação
comunitária, especialmente em contextos de
vulnerabilidade social, onde ligações sociais saudáveis são mais difíceis. Fatores estruturais, como
ambiente perigoso, violência, erros de construção e questões psicossociais (e.g., carência económica,
desemprego
), desempenham um papel central (Srivarathan
et al
.,
2020). Barreiras pessoais, incluindo
limitações físicas, mentais, obrigações familiares ou doenças, também condicionam a participação.
A
ausência
de estabilidade e seguran
ç
a habitacional impulsionada pe
las mudan
ç
as de ordem
estrutural
ou relacional
comprometem as rela
ç
õ
es sociais entre moradores, assim como, a sua
disponibilidade e
aptidão
para a participa
ç
ã
o em atividades de cariz c
í
vico ou atividades de trato
ocupacional (Kearns & Parkinson, 2001
). A estabilidade e seguran
ç
a habitacional
é
crucial para o
indivíduo
, pelo que
a sua
ausência
compromete quer o desenvolvimento de rela
ç
õ
es sociais saud
á
veis
,
Sampaio, C., Ferreira, M. R., Borges, A.
Finisterra,
LX
(12
9
), 202
5
, e
35377
8
quer a
disposição
e a propens
ã
o para a integra
ç
ã
o
em atividades de cariz social ou ocupacional, sendo
considerado uma barreira
a instabilidade e segurança do espaço habitacional
.
No decorrer da aplica
ç
ã
o
dos inqu
é
ritos por question
á
rio foi percet
í
vel que a perce
ç
ã
o de integra
ç
ã
o ou de n
ã
o integ
ra
ç
ã
o est
á
relacionada com as experi
ê
ncias e epis
ó
dios vivenciados, de forma mais ou menos traum
á
ticos, o que,
por sua vez, determina a forma de se relacionar no seio da sua comunidade e pares semelhantes.
Experi
ê
ncias desajustadas e negativas impli
cam sentimentos menos positivos, fuga e nega
ç
ã
o do local
onde vivem, como ser
á
poss
í
vel avaliar na an
á
lise que se segue.
Para analisar se a percepção dos inquiridos está relacionada com a participação em atividades,
utilizou
-
se o teste Qui
-
quadrado d
e independência. Não foi identificada associação entre a participação
e fatores como habilitações literárias, bairro social, relações conflituosas, identificação grupal reduzida,
associação de violência ao bairro, rotatividade de técnicos, sentimento de in
capacidade de participação,
ausência de mediadores comunitários e mudanças frequentes nos projetos de intervenção.
A análise
estatística confirmou estas associações, com resultados significativos entre a perceção de integração e a
participação (p < 0,05),
bem como entre o sentimento de pertença e fatores como o ambiente físico e os
horários das atividades (p < 0,001).
Os participantes nas atividades comunitárias descreveram uma vivência mais positiva do espaço
habitacional, associando
-
o a sensações de segur
ança, familiaridade e pertença. Os dados quantitativos
revelam que 88,4% destes participantes
das atividades
consideram que o envolvimento nas atividades
contribuiu para o aumento do seu bem
-
estar e reforço do sentimento de pertença. Esta perceção parece
a
ncorar
-
se na criação de vínculos sociais, na partilha de experiências e no sentimento de utilidade
pessoal. Como afirmou uma das entrevistadas: “Aqui sinto
-
me em casa. Conheço as pessoas, ajudamos
umas às outras”. Em contrapartida, os não participantes
das
atividades
revelaram uma perceção mais
distante ou mesmo crítica do território onde residem, expressando sentimentos de isolamento,
desconfiança e desinteresse. Alguns manifestaram, inclusivamente, ausência de identificação com o
bairro, apesar de nele vi
verem há vários anos: “É só casa e cama. Não falo com quase ninguém”.
Em relação às questões não comuns
que pretendem aferir os motivos para participarem das
atividades, os sentimentos experienciados, atividades ou ações comunitárias em que participa e mais
gosta ou habilidades desenvolvidas e, no caso de quem não participa nas atividades promovidas pelas
e
quipas, as motivações e opinião sobre estas práticas
, constata
-
se que
para
os não
participantes,
das
dinâmicas comunitárias,
o principal sentimento que se encontra associado à falta de integração
são
as
relações de vizinhança conflituosas, dado que, é a op
ção que apresenta percentagem mais elevada, face
às restantes opções
(34,0% dos inquiridos responderam “sim”, face a 66,0% dos inquiridos que
responderam “não”)
. Nas questões de resposta aberta e para a questão elencada sobre os sentimentos
associados à fa
lta de integração os inquiridos referem ainda o preconceito; desconfiança e conflitos com
vizinhos, sobretudo de etnia cigana; sentirem que não h
á́
respeito e que não têm direito
à
privacidade
entre vizinhos ou estes demonstrarem
-
se muitos conflituosos o
u
a existência de
desacatos (mau
ambiente).
Malheiros
et al.
(2013) destaca
m
o
efeito inverso do desejado
,
no que concerne às relações
sociais, mencionando que este tem sido um foco dos estudos científicos precisamente em bairros
intervencionados, ao nível da sua estrutura física,
nos qu
ai
s se verifica o surgimento de interações
segregadas quando se verifica o afluxo de população de classe média e pobre, nomeadamente ao nível
económico e étnico.
Davidson (2010)
referiu que as populações fora de bairros sociais possuem estruturas familiares
e percepções distintas sobre comunidades e convivência. O mesmo autor refere que em Londres,
relações entre antigos e novos residentes eram raras, limitadas por barreiras de cl
asse, raça e normas
de conduta, gerando conflitos. A intervenção comunitária é destacada como essencial para promover
vínculos equilibrados, fundamentando
-
se no desenvolvimento comunitário e na animação sociocultural,
com foco na participação coletiva, bem
-
estar e qualidade de vida.
À semelhança da análise anterior realiza
-
se, também, uma análise em relação às razões que
potenciam a não participação que podem ser consultadas no quadro IV.
Na ótica dos não participantes
das atividades
surge uma perspetiva di
ferente, apontando o bairro
como um lugar onde n
ã
o gostam de estar e no qual n
ã
o se sentem bem, manifestando
-
se a inexist
ê
ncia
de um sentimento de integra
ç
ã
o e de perten
ç
a. Predomina o sentimento de "obriga
ç
ã
o", alegando
residirem nestes locais por
n
ã
o possu
í
rem condi
ç
õ
es econ
ó
micas que lhes permitem viver num outro
lugar.
Em termos quantitativos, 45,1% mencionaram a incompatibilidade de horários e 49,3% referiram
que o ambiente do bairro não encorajava à participação. O estigma territorial sur
giu ainda como
obstáculo simbólico à mobilização: “Muita gente acha que isto é só gente má, não se mistura”.
Sampaio, C., Ferreira, M. R., Borges, A.
Finisterra,
LX
(12
9
), 202
5
, e
35377
9
Quadro
I
V
–
Razões associadas à não participação
nas atividades sociocupacionais
.
Table
I
V
–
Reasons associated with non
-
participation.
Motivos
para a não
participação
Não gostarem das atividades
;
Falta de tempo;
Obrigações familiares;
Problemas de saúde;
Desinteresse pelas atividades comunitárias;
Relações instáveis com os vizinhos ou desconfianças e inseguranças em relação aos vizinhos.
Motivos
para a baixa
participação do género
masculino
Desinteresse pelas atividades realizadas, identificando outras atividades de maior interesse para o
género masculino, tais como o futebol ou as idas ao café;
Não gostarem das atividades comunitárias;
Associare
m as atividades em questão como sendo uma responsabilidade do género feminino,
identificando as mulheres como mais ativas na sociedade ou associarem as atividades como sendo
destinadas ao género feminino (preconceito de género);
Não se sentirem à vontade c
om este conceito de participação ou terem vergonha;
Participaçã
o,
nas atividades sociocupacionais,
em maior
número
d
e participantes nas atividades
do género feminino.
.
Ao analisarmos os trechos das respostas referentes
à
s quest
õ
es que se debru
ç
am sobr
e a inclus
ã
o
social, compreendemos que de uma forma geral as pessoas reportam os seus conflitos ou diverg
ê
ncias
culturais para com a popula
ç
ã
o de etnia cigana, demonstrando o seu descontentamento com atitudes ou
comportamentos desajustados e, para com
a restante popula
ç
ã
o, no que ao incumprimento das regras
diz respeito. O ambiente do bairro
é
sentido como um ambiente negativo, destacando
-
se como principais
pontos o barulho, o lixo/higieniza
ç
ã
o dos espa
ç
os comuns e viol
ê
ncia.
Contudo, a barreira
associada ao estigma ou autoestigma encontra
-
se aqui evidentemente
presente, bem como, fatores de car
á
ter estrutural relacionados com o ambiente sentido no pr
ó
prio
bairro, associado a situa
ç
õ
es de desorganiza
ç
ã
o e que provocam desconforto nestes resi
dentes,
percecionando este espa
ç
o como um local violento, perigoso e onde
é
evidente o crime e ainda situa
ç
õ
es
contr
á
rias ao saber estar em comunidade (Srivarathan
et al.,
2020). Embora muitos não percebam
impacto direto no dia a dia, a maioria já enf
rentou comentários depreciativos sobre o local de residência,
sendo o estigma territorial, ligado à associação do espaço a comportamentos desviantes e episódios
negativos.
O
autoestigma, embora menos expressivo
em
dados, é apontado como um fator que dificu
lta
mudanças e ações interventivas, reforçando uma visão desmotivadora sobre a capacidade de superação
da população local (Grabbe
et al
., 2013).
Por fim, em rela
ç
ã
o
à
quest
ã
o sobre se situa
ç
õ
es em que o bairro
é
"olhado de lado" e sobre a
possibilid
ade de comprometerem o dia
-
a
-
dia das pessoas que habitam estes espa
ç
os,
é
percet
í
vel que a
maioria dos inquiridos concorda que o bairro
é
visto pela comunidade geral como diferente, contudo
n
ã
o sentem que esse facto seja comprometedor para o seu dia
-
a
-
dia
.
Em relação aos participantes
das atividades
sobre a perspetiva da participação num grupo
culturalmente diverso destacam
-
se as opiniões dos residentes do bairro de Fafe que consideram que as
popula
ç
õ
es de culturas diferentes n
ã
o
se encontram integradas, autoexcluindo
-
se, denotando
-
se a
dificuldade em realizar atividades em grupo ou "misturarem
-
se" com outras pessoas de outras culturas.
Tal afirma
ç
ã
o
é
evidenciada com a literatura, na medida em que, se verifica a exist
ê
ncia de
maior
probabilidade de pessoas com carater
í
sticas individuais semelhantes se relacionarem essencialmente
entre si em oposi
ç
ã
o a pessoas com carater
í
sticas opostas, pelo que,
é
frequente predominarem certos
estere
ó
tipos
é
tnicos (Liljas
et al.
,
2017
)
.
Os principais fatores que dificultam a participação comunitária incluem relações de vizinhança
conflituosas, violência e insatisfação com as condições de habitação. Conforme a literatura, relações
sociais estáveis promovem a participação e a disponibili
dade para ações comunitárias. No entanto,
questões psicossociais como desemprego e carências limitam o envolvimento, refletindo exclusão e
pobreza social (Rodrigues,
2024
).
Na perspetiva dos participantes
das atividades
, s
ã
o identificados tr
ê
s principai
s motivos para a
desist
ê
ncia ou a ado
ç
ã
o de uma postura de resist
ê
ncia quanto
à
interven
ç
ã
o comunit
á
ria, dos quais
podemos referir a falta de interesse, o entendimento sobre o prop
ó
sito da interven
ç
ã
o e as intera
ç
õ
es
sociais em si, manifestame
nte negativas. Na perspetiva dos n
ã
o participantes
das atividades
relaciona
-
se com intera
ç
õ
es sociais, tamb
é
m elas negativas; associa
ç
ã
o de determinadas pessoas/etnias a
Sampaio, C., Ferreira, M. R., Borges, A.
Finisterra,
LX
(12
9
), 202
5
, e
35377
10
comportamentos desviantes; situa
ç
õ
es profissionais condicionantes (pessoas que
trabalham) ou
pessoas de idade avan
ç
ada e o descontentamento face ao espa
ç
o bairro e habitacional.
Na
ó
tica da maioria dos entrevistados
,
observamos que a participa
ç
ã
o em a
ç
õ
es comunit
á
rias
contribui para o sentimento de bem
-
estar, nomeadamente,
para o al
í
vio do stress, fortalecimento da
sa
ú
de mental promovido atrav
é
s do conv
í
vio e do fortalecimento de rela
ç
õ
es interpares estreitando os
la
ç
os de vizinhan
ç
a, bem como a promo
ç
ã
o do desenvolvimento de novos conhecimentos e conhecer
novas pe
ssoas. Cruwys
et al.
(2022
)
apresenta
m
a interven
ç
ã
o como um meio importante e estrat
é
gico
para o desenvolvimento no indiv
í
duo de sentimentos associados
à
identidade de bairro, permitindo
-
lhes sentirem
-
se protegidos e seguros dos efeitos negativos dec
orrentes da
exposição
a imagens
estigmatizantes que a comunidade geral associa aos bairros sociais.
A informação apresentada é
comprovada pelas respos
tas d
as pessoas
participantes, dado que
refere
m
que a participação nas
atividades
é
significati
va p
ara
“
aliviar o stress da cabe
ç
a e conviver com as outras pessoas e vamos
ganhando amizade. Havia tantas coisas que n
ã
o conhecia por l
á
e passei a conhecer com estas
atividades” (EP3); "Conhecer os outros e aprender" (EP2)
ou
"Estava super bem. Conversar
, conviver
com as pessoas, tudo, psicologicamente principalmente para aliviar o stress." (EP4)
Por fim, no que concerne à forma como podem ser motivadas as pessoas para participar referem
a importância de mobilizar pessoas influentes na comunidade para at
rair e motivar à participação, bem
como, destacar o papel do indivíduo no envolvimento na decisão e planeamento das atividades,
acompanhando e intervindo em todas as fases, desde a criação à avaliação. a pessoa assume uma posi
ç
ã
o
de controle, orienta
ç
ã
o e escolha sobre as atividades, impulsionando a participa
ç
ã
o comunit
á
ria ativa e
bem
-
estar experienciado pelo participante (Connell et al., 2012).
Eriksson & Sørensen, 2021 alertam, precisamente, para a forma como a interven
ç
ã
o
é
planeada e
para os
riscos inerentes que podem comprometer uma a
ç
ã
o bem
-
sucedida, na medida em que
é
necess
á
rio avaliar as necessidades e interesses dos moradores, n
ã
o caindo no erro de supor a
necessidade de determinada interven
ç
ã
o, pois poder
á
n
ã
o corresponder
à
realidade. N
ã
o obstante,
alegam que a interven
ç
ã
o dever
á
ser realizada por volunt
á
rios locais evitando a exposi
ç
ã
o dos
moradores a determinados projetos tempor
á
rios e a
ç
õ
es exteriores que pelo seu elevado n
í
vel de
rotatividade podem provocar sen
timentos de descontentamento, cansa
ç
o e relut
â
ncia
à
interven
ç
ã
o.
5.
CONCLUSÃO
A análise dos impactos da habitação social revela uma realidade complexa,
em que
a segregação
espacial e a perpetuação da pobreza
limitam as oportunidades dos residentes
.
As políticas habitacionais
atuais não têm sido eficazes em romper esses ciclos, muitas vezes fixando as pessoas em contextos
adversos que afetam sua qualidade de vida e coesão comunitária, dificultando a construção de relações
sociais estáveis.
A promoçã
o do empoderamento comunitário surge como uma solução potencial, com iniciativas
que incentivam a participação ativa dos moradores e programas de capacitação profissional,
fortalecendo a coesão social e a autossuficiência. A prática de atividades de partic
ipação comunitária e
a criação de relações significativas com os vizinhos são estratégias eficazes para combater o isolamento,
enquanto parcerias estratégicas entre governos, organizações não
-
governamentais e o setor privado
fornecem os recursos necessário
s.
Além disso, o envolvimento de líderes comunitários e a auscultação dos residentes no
planeamento de ações são fundamentais para o sucesso dessas iniciativas. A valorização da cultura e
identidade local também desempenha um papel crucial, promovendo um
sentimento de pertença e
autoestima entre os moradores. Portanto, políticas públicas que integrem a inclusão social, capacitação
e fortalecimento das redes de apoio comunitário são essenciais para transformar a habitação social em
um instrumento de mobilid
ade social e empoderamento, promovendo uma sociedade mais justa e
equitativa.
Este trabalho não está ausente de limitações na sua elaboração e procedimento. Assim,
gostaríamos de referir que uma das limitações foi o curto espaço de tempo para a realização
da recolha
de dados e os seus potenciais constrangimentos com a demora na sua recolha, visto tratar
-
se de um
público
-
alvo não tão disponível e com um nível de dificuldade acrescida em relação à perceção sobre as
questões, bem como
a dimensão da
amostra.
Sampaio, C., Ferreira, M. R., Borges, A.
Finisterra,
LX
(12
9
), 202
5
, e
35377
11
Em
termos de investigação futura seria interessante uma
monitorização mais próxima e
detalhada
,
que permita mapear a intervenção,
identificando mudanças de comportamento
/atuação
,
limitações
, áreas de intervenção no futuro, objetivos e barreiras.
Considera
-
se, também, interessante
alargar a
investigação a
outros bairros sociais e projetos
,
potenciando possíveis comparações e
identificação de boas práticas
.
Outra possibilidade de investigação futura seria analisar a
perspetiva
dos
decisores político
s e técnicos municipais
,
eventualmente compara
n
do as perceções dos diferentes
intervenientes de um mesmo programa.
ORCID ID
Cátia Sampaio
https://orcid.org/0009
-
0005
-
7962
-
7926
Marisa R. Ferreira
https://orcid.org/0000
-
0003
-
4194
-
9127
Ana Borges
https://orcid.org/0000
-
0003
-
4244
-
5393
CONTRIBUTOS DAS AUTOR
AS
Cátia Sampaio
:
Conceptualização, Metodologia, Software, Validação, Análise formal, Investigação, Recursos,
Escrita
–
preparação do esboço original,
Redação
–
revisão e edição
.
Marisa R. Ferreira
:
Conceptualização,
Validação, Análise formal, Redação
–
revisão e edição, Supervisão.
Ana Borges:
Metodologia, Software,
Validação, Análise Formal, Supervisão.
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ANEXOS
Anexo I
–
Perfil dos entrevistados
Quadro I
–
Perfil das pessoas entrevistadas.
Table I
–
profile of people interviewed.
Participantes
em atividades sociocupacionais
Género
Idade
Habilitação literária
Situação Profissional
Bairro Social
Feminino
48 anos
Ensino Secundário
Desempregada
BF
Feminino
62 anos
3º ciclo
Desempregada
BF
Feminino
55 anos
1º ciclo
Desempregada
BG
Feminino
51 anos
1º ciclo
Desempregada
BG
Não
Participantes
em atividades sociocupacionais
Feminino
68 anos
3º ciclo
Desempregada
BF
Masculino
66 anos
3º ciclo
Reformado
BF
Feminino
58 anos
1º ciclo
Desempregada
BG
Feminino
59 anos
1º ciclo
Desempregada
BG
Anexo II
–
Guião
da e
ntrevista
a p
articipantes
das atividades sociocupacionais
1.
Como se sente no espaço bairro?
2.
Relativamente à comunidade onde vive, como se sente?
3.
Quais são as atividades ou ações em que costuma participar?
4.
As ações decorrem em grupo ou individualmente?
5.
Existe neste gru
po pessoas de diferentes nacionalidades, etnias ou raças? Se sim, quais são as
principais diferenças da participação num grupo culturalmente diverso?
6.
Como podemos motivar à participação?
7.
De que forma é que participar em atividades ou programas comunitário
s contribu
i
para o sentimento
de bem
-
estar?
8.
Estas ações ou atividades influenciam a sua identidade individual e do grupo?
Sampaio, C., Ferreira, M. R., Borges, A.
Finisterra,
LX
(12
9
), 202
5
, e
35377
14
9.
Quais são os principais motivos que implicam uma postura de resistência e de desistência de um
programa?
10.
Que atividades ou ações já deixou de realizar por não se sentir integrado?
Anexo III
–
Guião
da e
ntrevista
a não
-
p
articipantes
das atividades sociocupacionais
1.
Como se sente no espaço bairro e na comunidade em que vive?
2.
Já participou de alguma atividade
ou ação promovida no bairro?
3.
Se respondeu “sim”, que obstáculos impediram que continuasse a participar?
4.
Se respondeu “não”, que obstáculos impedem a sua participação?
5.
Quais são os principais motivos que implicam uma postura de resistência e de desistênci
a de um
programa?
Anexo IV
Inquérito por questionário
–
Participante
O inquérito por questionário a aplicar pretende avaliar e analisar o impacto da intervenção sócio
ocupacional no processo de (re)estruturação da população em situação de
vulnerabilidade social que reside
em contexto de habitação social.
Os
objetivos deste estudo compreendem: conhecer e avaliar a perceção dos moradores em relação ao
espaço bairro, a sua identidade social e cultural; conhecer e compreender a influência do p
rocesso de
integração e o nível de participação nas dinâmicas do bairro e conhecer as vantagens, o impacto, os benefícios
e barreiras de uma intervenção comunitária sócio ocupacional para a coesão social do próprio bairro através
da perspetiva dos moradore
s e para a melhoria da intervenção comunitária sócio ocupacional na prática.
Neste sentido, o seguinte inquérito por questionário é aplicado a um universo de moradores residentes
em dois bairros sociais de Fafe e de Guimarães tratando
-
se, portanto, de um e
studo de caso e contando com
a resposta de um público
-
alvo de participantes e de não participantes.
Assim sendo, com este trabalho pretende
-
se unicamente obter e acrescentar conhecimento académico
ao já existente, pelo que possibilitará beneficiar o circu
lo da comunidade científica. Poderá, inclusive, a partir
deste conhecimento gerar contributos para os participantes ou terceiros num futuro próximo.
As respostas
serão recolhidas até à data de 29
-
09
-
2023.
O questionário em apreço destina
-
se ao público
-
alvo
participante.
1.
Faixa etária
Dos 20 anos aos 40 anos de idade
Dos 40 anos aos 60 anos de idade
Dos 60 anos aos 80 anos de idade
Dos 80 anos aos 100 anos de idade
2.
Género
Feminino
Masculino
Prefiro não responder
3.
Habilitações Literárias
1º ciclo
2º ciclo
3º ciclo
Secundário/Profissional
Ensino Superior
S/Escolaridade
4.
1.
Dimensões Benefícios: Inclusão Social,
conjunto de ações com vista a melhorar as condições de
participação na sociedade das pessoas mais vulneráveis.
1.1. Considero
-
me integr
ado/a na comunidade onde vivo?
Concordo totalmente
|
Concordo
|
Não concordo nem discordo
|
Discordo
|
Discordo totalmente
Sampaio, C., Ferreira, M. R., Borges, A.
Finisterra,
LX
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, e
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15
Em caso de discordância, indique um fator/motivo.
1.2. Indique nas opções em baixo três motivos pelos quais decidiu participar nas
ações.
Fortalecer as relações interpessoais
Convívio
Ocupação
Desenvolver novas competências/conhecimentos
Sentir
-
me incluído
Outro, qual?
1.3. Em que atividades costuma participar?
Relaxamento/meditação
Caminhadas
Cinema
Visitas a exposições
Ateliers de
trabalhos manuais
Yoga e Yoga do riso
Atividades desportivas
Grupos de jogos tradicionais
Oficinas/Worshops informativos
Atividades de culinária
Outros, quais?
1.4.
A presença de pessoas de diferentes culturas/etnias e/ou línguas é um entrave à participa
ção?
Concordo totalmente | Concordo | Não concordo nem discordo | Discordo | Discordo totalmente
1.5. Que sentimentos experimentou ao sentir
-
se parte da comunidade?
Bem
-
estar
Sentimento de pertença
Vontade de participar e se envolver na vida e decisões do
bairro
Associar o bairro a um espaço seguro e onde gosta de estar
Outro, qual?
2.
Qualidade de vida, que se carateriza pelo conjunto de condições que contribuem para o bem
-
estar
físico e mental da pessoa.
2.1.
Ao participar nas atividades ou ações com
unitárias que sentimentos experimentou?
Sensação de bem
-
estar
Sensação de segurança
Sentimento de utilidade
Encontro de um propósito
Vontade de participar ativamente na comunidade
Melhoria da sua saúde física e mental
Realização pessoal e identitária
Outro, qual
3.
Desenvolvimento de conhecimentos e participação, que consiste na criação da oportunidades,
adquirir, aplicar e difundir conteúdo.
3.1.
Os conhecimentos que desenvolveu com sua participação têm impacto no seu dia
-
a
-
dia?
Concordo totalmente
| Concordo | Não concordo nem discordo | Discordo | Discordo totalmente
3.2. Se sim, indique por breves palavras de que forma.
3.3.
Indique pelo menos uma habilidade ou talento que desenvolveu no decorrer da sua participação.
4.
Coesão Comunitária,
isto é, partilha de valores, objetivos, atitudes e hábitos dentro da mesma
comunidade.
Sampaio, C., Ferreira, M. R., Borges, A.
Finisterra,
LX
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9
), 202
5
, e
35377
16
4.1.
A realização de atividades ou ações que permitem a participação e a integração de toda a população
atribuí ao bairro sensações positivas, de acolhimento e seguranç
a?
Concordo totalmente | Concordo | Não concordo nem discordo | Discordo | Discordo totalmente
4.2.
Considera que a informação divulgada sobre as atividades ou ações é ajustada ou tem acesso à mesma?
Concordo totalmente | Concordo
| Não concordo nem discordo | Discordo | Discordo totalmente
5.
Dimensões Barreiras: Financiamento e rotatividade dos projetos de intervenção comunitária, ou
seja, constante término dos projetos e alteração por outros diferentes.
5.1.
Selecione três
obstáculos que influenciam a participação comunitária:
Mudança dos projetos de intervenção com frequência
Alteração frequente dos técnicos que se encontram nos projetos
Inexistência de uma pessoa da comunidade do bairro que facilite a comunicação entre a p
opulação e
os técnicos
Sentir que não é capaz de participar (poucos estudos)
Relações conflituosas com outras pessoas
Falta de interesse pelas atividades/ações realizadas
Ver o espaço bairro como um espaço perigoso e violento
Reduzida identificação com o g
rupo
Outro, qual?
5.3. Dos obstáculos identificados anteriormente, indique uma possível medida para facilitar a participação
6. Estigma Social, é a colocar "de parte" de pessoas que têm características ou crenças diferentes das
restantes pessoas da
comunidade.
6.1. Verifica a presença de um “olhar diferente” por parte da comunidade para com o bairro?
Concordo totalmente | Concordo | Não concordo nem discordo | Discordo | Discordo totalmente
6.2. Considera que compromete o seu dia
-
a
-
dia? Se sim,
de que forma?
6.3.
O ambiente do local onde vive compromete o seu envolvimento comunitário?
Concordo totalmente | Concordo | Não concordo nem discordo | Discordo | Discordo totalmente
6.4. Indique uma atividade/ação que deixou de realizar por não se sen
tir integrado.
6.5.
A
tividades consideradas mais femininas ou com maior presença feminina coloca os homens que
participam numa posição frágil na comunidade?
Concordo totalmente | Concordo | Não concordo nem discordo | Discordo | Discordo totalmente
6.6
. Do seu conhecimento, indique um motivo/fator que justifica a baixa participação dos homens na
comunidade.
6.7. Sente que já foi excluído (dentro do próprio bairro) por ter uma caraterística que o diferencia das outras
pessoas?
Concordo totalmente | Conc
ordo | Não concordo nem discordo | Discordo | Discordo totalmente
7. Caráter Estrutural, a forma como algo é construído e forma de funcionamento.
7.1. O próprio bairro e o seu ambiente influenciam a sua motivação e a oportunidade de participar?
Concordo totalmente | Concordo | Não concordo nem discordo | Discordo | Discordo totalmente
7.2. O comprometimento com as ações, ou seja, a duração ou o seu horário pode ser um fator que condiciona
a sua participação?
Concordo totalmente | Concordo | Não
concordo nem discordo | Discordo | Discordo totalmente
7.3. Sente que a existência de uma situação que possa não se encontrar como pretendido na sua área
habitacional influencia a sua motivação e capacidade para integrar a comunidade?
Sampaio, C., Ferreira, M. R., Borges, A.
Finisterra,
LX
(12
9
), 202
5
, e
35377
17
Concordo totalmente | Concordo | Não concordo nem discordo | Discordo | Discordo totalmente
Nível de entendimento das questões
5
–
Entendeu perfeitamente
,
4
–
Entendeu
, 3
–
Não sabe se entendeu
, 2
–
Não entendeu
,
1
–
Não entendeu de
todo
Questões 1.1. a 1.
5.
|
Questão 2.1.
|
Questões 3.1 a 3.3.
|
Questões 4.1 a 4.2
|
Questões 5.1. a 5.3.
Questões 6.1. a 6.7.
|
Questões 7.1. a 7.3.
|
Questões 1.1. a 1.5.
|
Questão 2.1.
|
Questões 3.1 a 3.3.
Questões 4.1 a 4.2
|
Questões 5.1. a 5.3.
|
Questões 6.1. a 6.7.
|
Questões 7.1. a 7.3.
Anexo V
Inquérito por questionário
-
Não participantes
O inquérito por questionário a aplicar pretende avaliar e analisar o impacto da intervenção sócio ocupacional
no processo de (re)estruturação da população em situação de vulnerab
ilidade social que reside em contexto
de habitação social.
Os objetivos deste estudo compreendem: conhecer e avaliar a perceção dos moradores em relação ao espaço
bairro, a sua identidade social e cultural; conhecer e compreender a influência do processo
de integração e o
nível de participação nas dinâmicas do bairro e conhecer as vantagens, o impacto, os benefícios e barreiras
de uma intervenção comunitária sócio ocupacional para a coesão social do próprio bairro através da
perspetiva dos moradores e para
a melhoria da intervenção comunitária sócio ocupacional na prática.
Neste sentido, o seguinte inquérito por questionário é aplicado a um universo de moradores residentes em
dois bairros sociais de Fafe e de Guimarães tratando
-
se, portanto, de um estudo de caso e contando com a
resposta de um público
-
alvo de participantes e
de não participantes.
Assim sendo, com este trabalho pretende
-
se unicamente obter e acrescentar conhecimento académico ao já
existente, pelo que possibilitará beneficiar o círculo da comunidade científica. Poderá, inclusive, a partir deste
conhecimento g
erar contributos para os participantes ou terceiros num futuro próximo.
As respostas serão recolhidas até à data de 29
-
09
-
2023.
O questionário em apreço destina
-
se ao público
-
alvo
não participante.
1.
Faixa etária
Dos 20 anos aos 40 anos de idade
Dos 40
anos aos 60 anos de idade
Dos 60 anos aos 80 anos de idade
Dos 80 anos aos 100 anos de idade
2.
Género
Feminino
Masculino
Prefiro não responder
3.
Habilitações Literárias
1º ciclo
2º ciclo
3º ciclo
Secundário/Profissional
Ensino Superior
S/Escolaridade
Indique a razão pela qual não participa nas atividades
1. Dimensões Benefícios: Inclusão Social, conjunto de ações com vista a melhorar as condições de
participação na sociedade das pessoas mais vulneráveis.
1.1. Considero
-
me integrado/a na comunidade
onde vivo?
Concordo totalmente | Concordo | Não concordo nem discordo | Discordo | Discordo totalmente
Sampaio, C., Ferreira, M. R., Borges, A.
Finisterra,
LX
(12
9
), 202
5
, e
35377
18
Em caso de discordância, indique um fator/motivo.
1.2. Que sentimentos se encontram associados à falta de integração?
Relações de vizinhança conflituos
as
Baixa participação na comunidade
Desinteresse pela vida no bairro ou por manter um espaço agradável
Desinteresse pela participação em atividades ou ações desenvolvidas
Isolamento
Outro, qual
1.3. Quando pensa no bairro que sentimentos lhe surgem?
Indique pelo menos 2 sentimentos.
1.4. A presença de pessoas de diferentes culturas/etnias e/ou língua é um entrave à participação?
Concordo totalmente | Concordo | Não concordo nem discordo | Discordo | Discordo totalmente
2. Coesão Comunitária, isto
é, partilha de valores, objetivos, atitudes e hábitos dentro da mesma
comunidade.
2.1. Mesmo não participando, considera que a realização de atividades ou ações que promovem a integração
da população e atribuí ao bairro sensações positivas, de acolhimento
e segurança?
Concordo totalmente | Concordo | Não concordo nem discordo | Discordo | Discordo totalmente
2.2. Considera que a informação divulgada sobre as atividades ou ações é ajustada ou tem acesso à mesma?
Concordo totalmente | Concordo | Não conc
ordo nem discordo | Discordo | Discordo totalmente
3. Dimensões Barreiras: Financiamento e rotatividade dos projetos de intervenção comunitária, ou
seja, constante término dos projetos e alteração por outros diferentes.
3.1. Selecione três obstáculos qu
e influenciam a participação comunitária:
Mudança dos projetos de intervenção com frequência
Alteração frequente dos técnicos que se encontram nos projetos
Inexistência de uma pessoa da comunidade do bairro que facilite a comunicação entre a população e
os
técnicos
Sentir que não é capaz de participar (poucos estudos)
Relações conflituosas com outras pessoas
Falta de interesse pelas atividades/ações realizadas
Ver o espaço bairro como um espaço perigoso e violento
Reduzida identificação com o grupo
Outro,
qual?
3.2
. Dos obstáculos identificados anteriormente, indique uma possível medida para facilitar a participação
4. Estigma Social, é a colocar "de parte" de pessoas que têm características ou crenças diferentes das
restantes pessoas da comunidade.
4.1.
Verifica a presença de um “olhar diferente” por parte da comunidade para com o bairro?
Concordo totalmente | Concordo | Não concordo nem discordo | Discordo | Discordo totalmente
4.2. Considera que compromete o seu dia
-
a
-
dia? Se sim, de que forma?
4
.3. O ambiente do local onde vive compromete o seu envolvimento comunitário?
Concordo totalmente | Concordo | Não concordo nem discordo | Discordo | Discordo totalmente
4.4. Indique uma atividade/ação que deixou de realizar por não se sentir integrado.
4.5. Atividades consideradas mais femininas ou com maior presença feminina coloca os homens que
participam numa posição frágil na comunidade?
Sampaio, C., Ferreira, M. R., Borges, A.
Finisterra,
LX
(12
9
), 202
5
, e
35377
19
Concordo totalmente | Concordo | Não concordo nem discordo | Discordo | Discordo totalmente
4.6. Do seu conhecim
ento, indique um motivo/fator que justifica a baixa participação dos homens na
comunidade.
4.7. Sente que já foi excluído (dentro do próprio bairro) por ter uma caraterística que o diferencia das outras
pessoas?
Concordo totalmente | Concordo
| Não concordo nem discordo | Discordo | Discordo totalmente
5. Caráter Estrutural, a forma como algo é construído e forma de funcionamento.
5.1. O próprio bairro e o seu ambiente influenciam a sua motivação e a oportunidade de participar?
Concordo tot
almente | Concordo | Não concordo nem discordo | Discordo | Discordo totalmente
5.2. O comprometimento com as ações, ou seja, a duração ou o seu horário pode ser um fator que condiciona
a sua participação?
Concordo totalmente | Concordo | Não concordo ne
m discordo | Discordo | Discordo totalmente
5.3. Sente que a existência de uma situação que possa não se encontrar como pretendido na sua área
habitacional influencia a sua motivação e capacidade para integrar a comunidade?
Concordo totalmente | Concordo
| Não concordo nem discordo | Discordo | Discordo totalmente
Nível de entendimento das questões
5
–
Entendeu perfeitamente, 4
–
Entendeu, 3
–
Não sabe se entendeu, 2
–
Não entendeu, 1
–
Não entendeu de
todo
Questões 1.1. a 1.4.
|
Questões 2.1. a 2.2.
|
Questões 3.1. a 3.3.
|
Questões 4.1. a 4.7.
|
Questões 5.1. a 5.3.