Finisterra, LX(128), 2025, e40652
ISSN: 0430-5027
doi: 10.18055/Finis40652
Editorial
Published under the terms and conditions of an Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International license.
POLÍTICAS EM CIRCULAÇÃO:
RECONFIGURANDO AS GEOGRAFIAS DA
COMPARAÇÃO, APRENDIZAGEM E
INTERCÂMBIO URBANOS
INTRODUÇÃO
Situar este Número Especial exige que nos
apoiemos em conexões relacionais e pensemos através
de outros lugares. Leva-nos, fundamentalmente, de
volta a alguns anos atrás, a uma série de centros de
convenções, salas de conferências de hotéis e a um
pequeno restaurante no centro de Denver, Colorado a
cidade anfitriã do Encontro Anual da Associação
Americana de Geógrafos (AAG) de 2023. Enquanto
fórum globalmente reconhecido de intercâmbio
intelectual, o Encontro Anual da AAG reúne milhares de
geógrafos e académicos de disciplinas afins para
avançar debates, gerar ideias inovadoras e repensar
teorizações e táticas para compreender as
complexidades dos processos espaciais do século XXI e
as suas trajetórias.
Estas preocupações intelectuais materializaram-se
na organização de uma sessão temática intitulada
“Competitividade Urbana e Mobilidades de Políticas
Urbanas: Repensando as Narrativas Norte-Sul”. Como é
frequentemente o caso em conferências académicas, as
discussões e trocas estenderam-se para além dos
espaços oficiais do Encontro da AAG para pausas para
café, encontros informais e refeições partilhadas em
restaurantes locais , com organizadores e
apresentadores a socializar e a trocar cartões de
contacto, e-mails e ideias nos meses seguintes (Craggs
& Mahony, 2014; Ward, 2024a). Em particular, a nossa
sessão e os seus momentos informais mostraram-se
especialmente férteis e bem alinhados com os debates
geográficos emergentes sobre a construção dos futuros
das políticas urbanas (Baker & Temenos, 2015; McCann
& Ward, 2013; Silva & Ward, 2024) e a mudança
intelectual mais ampla para abordagens mais globais,
particularizadas e provinciais nos estudos sobre
formulação de políticas urbanas (Addie, 2020; Leitner
& Sheppard, 2016; Peck, 2017; Robinson, 2015a, 2022).
Grande parte da lógica por trás da organização
desta sessão partiu da suposição de que os decisores
políticos do século XXI vivem e governam num tempo
de políticas em movimento acelerado (Baker & Walker,
2019). De facto, os decisores políticos tornaram-se
“altamente adeptos da partilha e adaptação de novas
inovações por conta própria, acelerando a difusão de
boas ideias e acelerando a aprendizagem global [de
políticas]” (United Nations Human Settlements
Programme [UN-HABITAT], 2020, p. 205). Embora seja
discutível se estas práticas são realmente novas, é
inegável que aqueles interessados no estudo dos
TRAVELLING POLICIES:
REFRAMING THE GEOGRAPHIES OF URBAN
COMPARISON, LEARNING AND EXCHANGE
INTRODUCTION
Situating this Special Issue requires us to draw on
relational connections and think through elsewhere. It
fundamentally takes us back a couple of years to a series
of convention centres, hotel conference rooms and a
small restaurant in downtown Denver, Colorado the
host city of the 2023 Association of American
Geographers (AAG) Annual Meeting. As a globally
recognised forum of intellectual exchange, the AAG
Annual Meeting brings together thousands of
geographers and scholars from related disciplines to
advance debates, generate cutting-edge ideas and
rethink existing or build new theorisations and tactics for
understanding the complexities of twenty-first-century
spatial processes and their path-dependent trajectories.
These intellectual imperatives coalesced in the
organising of a thematic session titled “Urban
Competitiveness and Urban Policy Mobilities: Rethinking
North-South Narratives”. As is often the case at academic
conferences, the rendering of these imperatives extended
beyond official AAG Annual Meeting venues into coffee
breaks, informal gatherings and shared meals and drinks
at local restaurants , with organisers and presenters
socialising and exchanging business cards, e-mails and
ideas in the following months (Craggs & Mahony, 2014;
Ward, 2024a). In particular, our session and its collateral
‘downtimes’ proved particularly generative and well-
matched with growing geographic debates on the
‘making-up’ of urban policy futures (Baker & Temenos,
2015; McCann & Ward, 2013; Silva & Ward, 2024) and
the broader intellectual shift toward more global,
particularised and provincial approaches to urban
policymaking studies (Addie, 2020; Leitner & Sheppard,
2016; Peck, 2017; Robinson, 2015a, 2022).
Much of the logic behind the assembling of this
session departed from the general assumption that
twenty-first-century policymakers now live and govern in
an age of fast-moving policies (Baker & Walker, 2019).
Indeed, policymakers have “become highly adept at
sharing and adapting new innovations on their own,
accelerating the diffusion of good ideas and speeding
global [policy] learning” and exchange (UN-HABITAT,
2020, p. 205).
While it is debatable whether these practices are
new, it almost goes without saying that policymakers and
those interested in the study of policymaking processes,
such as urban geographers, political anthropologists or
political scientists, are now experiencing “a perfect storm
of global crises” (Hartley et al., 2019, p. 164) or a context
Silva, D. G., Malheiros, J., Cachinho, H. Finisterra, LX(128), 2025, e40652
2
processos de formulação de políticas geógrafos
urbanos, antropólogos políticos ou cientistas políticos
estão agora a experienciar “uma tempestade perfeita de
crises globais” (Hartley et al., 2019, p. 164) ou um
contexto de “policrise (Organisation for Economic Co-
operation and Development [OECD], 2023, p. 9),
resultando numa série de disrupções económicas,
políticas e sociais. Alterações climáticas, degradação
ambiental, crises económicas, choques habitacionais e,
claro, crises sanitárias são apenas alguns exemplos,
muitos dos quais emergiram no programa da nossa
sessão e nas discussões subsequentes, tanto em
apresentações formais como em trocas informais
durante pausas para café, e-mails e conversas após o
encerramento da conferência.
Este Número Especial é, portanto, um produto de
múltiplos aquis”, “alhures” e “tempos”. No seu cerne,
reúne uma seleção de artigos e apresentações feitas
dentro e fora dos espaços da conferência no centro de
Denver durante o Encontro Anual da AAG de 2023, onde
Cristina Temenos (University of Manchester)
desempenhou um papel central como comentadora
convidada. Simultaneamente, encapsula uma série de
contribuições relevantes que surgiram fora de Denver,
a partir de uma chamada aberta lançada durante a
construção deste Número Especial. Em conjunto, estas
contribuições inscrevem-se confortavelmente nos
debates recentes e ainda em evolução na geografia
urbana e disciplinas afins, sob a bandeira dos estudos
sobre mobilidades de políticas urbanas (Baker &
Temenos, 2015; McCann & Ward, 2013). No entanto,
para além disso, elas apontam para novos contributos e
para uma agenda de investigação substancial que
argumenta a favor de uma reformulação conceptual e
ontológica e de uma investigação empírica renovada
dentro dos estudos sobre mobilidades de políticas,
oferecendo um potencial significativo para avançar,
expandir e renovar a compreensão de aspetos-chave do
mundo da formulação de políticas no século XXI
(Robinson, 2015b; Silva & Ward, 2024; Ward, 2024a).
Os artigos deste Número Especial abordam políticas
rotuladas de “boas práticas”, desde o transporte rápido
por autocarro (BRT/MetroBus) às políticas climáticas,
passando pelo desenvolvimento económico, habitação
e cidades inteligentes. Ao destacar as múltiplas
constelações ou assemblagens nas quais as políticas
públicas são comparadas, aprendidas e partilhadas,
estas contribuições oferecem um terreno fértil para
revelar processos negligenciados e ausências
conceptuais e empíricas na mobilização e
(re)configuração local de políticas “urbanas”. Em
particular, convida os estudos sobre mobilidades de
políticas a revisitar ontologias escalares fundacionais,
argumentando pela necessidade de reconsiderar o
papel do Estado-nação. Internamente diversa, como
esperado, esta coleção está unificada de duas formas.
Primeiro, apoia-se numa ampla gama de contextos
urbanos no Brasil, Chile, Portugal, Espanha, Taiwan e
em países do Sul e Oeste de África, com autores de todo
o espectro da academia de académicos estabelecidos
a investigadores em início e meio de carreira e
doutorandos. Segundo, baseia-se em apelos recentes
para descentrar uma abordagem excessivamente
dominada por um conjunto restrito de contextos
of “poly-crisis” (Organisation for Economic Co-operation
and Development [OECD], 2023, p. 9), all of which ended
up producing a set of economic, political or social
disruptions. Climate change, environmental degradation,
economic downturns, housing shocks and, of course,
health crises are just a few examples, some of which
surfaced in our session programme and discussions, both
within formal presentations and through informal
exchanges over coffee breaks, emails and follow-up
conversations after the conference had ended.
This Special Issue is thus a product of multiple ‘heres,
‘elsewheres’ and ‘tempos’. At its core, it brings together a
selection of papers and presentations made in and
beyond the conference venues of downtown Denver at the
2023 AAG, where Cristina Temenos (University of
Manchester) played a pivotal role as a guest discussant.
Simultaneously, it encapsulates a series of relevant
contributions that emerged outside downtown Denver
from an open call issued during the assembly of this
Special Issue. Together, these two sets of contributions
are comfortably situated within recent and still-
emerging debates in urban geography and cognate
disciplines under the banner of urban policy mobilities
studies (Baker & Temenos, 2015; McCann & Ward, 2013).
However, central to them is also a signpost of new
insights and a substantial research agenda arguing for a
reformatted conceptual and ontological reflection and
empirical investigation within policy mobilities studies
that hold particular promise for advancing, extending or
renewing the understanding of key aspects of the
policymaking world in the twenty-first century
(Robinson, 2015b; Silva & Ward, 2024; Ward, 2024a).
The ones assembled in this Special Issue engage with
a diverse set of ‘best practices’ policies and policy areas,
ranging from bus rapid transport to climate change and
from economic development and housing to smart cities.
By highlighting the multiple constellations or
assemblages through which public policies are
compared, learned and exchanged, these contributions
stand as generative grounds for revealing overlooked
processes and conceptual and empirical absences in the
mobilisation and local making-up of “urban” policies. In
particular, this collection calls for policy mobilities
studies to revisit some of its foundational scalar
ontologies, arguing for a re-engagement with the nation-
state. Though internally diverse, as one might expect, this
collection is unified in two fundamental ways. First, it
draws on a wide range of urban contexts across Brazil,
Chile, Portugal, Spain, Taiwan and South and West
Africa, with contributors spanning the full academic
career spectrum, from established scholars to early and
mid-career researchers and PhD students. Second, it
builds upon recent calls for decentring an approach that
has been widely dominated by a narrow range of mostly
Western-/Liberal-centric contexts, overlooking the
complexity of policymaking in more diverse global
settings.
Silva, D. G., Malheiros, J., Cachinho, H. Finisterra, LX(128), 2025, e40652
3
ocidentais/liberais, ignorando a complexidade da
formulação de políticas em contextos globais diversos.
REPENSAR A MOBILIDADE DE POLÍTICAS URBANAS,
REFORMULAR AS GEOGRAFIAS DA COMPARAÇÃO,
APRENDIZAGEM E INTERCÂMBIO URBANOS
Nas últimas décadas, foi amplamente reconhecido
que a circulação de agendas, boas práticas, ideias e
conhecimento políticos não dá sinais de abrandar. Pelo
contrário. Como nunca antes, parece haver um
consenso geral de que a natureza e a escala da
mobilização das políticas nunca foram tão fluídas e
mundanas (Baker & Walker, 2019; Evans, 2009; Stone
et al., 2020). Escrevendo mais de vinte anos, Peck
(2002, p. 350) chegou a sugerir que o mundo da
formulação de políticas era inerentemente um dos
"regimes de políticas pidas". Os dias mais recentes
não parecem ser muito diferentes. Afigura-se
desnecessário afirmar que os responsáveis políticos
contemporâneos e outros atores sociais estão cada vez
mais envolvidos em práticas de referenciação e
verificação entre pares (Acuto et al., 2021; UN-
HABITAT, 2020).
Tradicionalmente, as primeiras vertentes de
trabalho que examinaram a circulação de agendas, boas
práticas, ideias e conhecimento políticos encontraram
as suas origens intelectuais no campo (ainda em
crescimento) da ciência política (Benson & Jordan,
2011; Dolowitz & Marsh, 2012; Evans, 2009; Stone et
al., 2020). No entanto, como alguns podem argumentar,
os processos, práticas e recursos através dos quais as
políticas móveis são comparadas, aprendidas e
trocadas continuam a ser uma questão
intelectualmente geográfica (Baker & Temenos, 2015;
McCann & Ward, 2013; Silva & Ward, 2024; Temenos &
McCann, 2013). Como resultado, e particularmente nas
últimas duas décadas, temos assistido a geógrafos
urbanos críticos a defenderem "uma abordagem
processual, relacional e socio-construtivista para
teorizar a criação de políticas móveis, o que acontece
quando estão em movimento e sob que condições
param de se mover" (Ward, 2024b, p. 535). Sob a
bandeira dos estudos das mobilidades das políticas
urbanas, uma consulta rápida às principais bases de
indexação bibliográfica sugere que, nos últimos cinco
anos, se verificou um aumento notável desta vertente
do trabalho geográfico, com as suas ressonâncias a
estenderem as fronteiras disciplinares e a surgirem em
várias outras áreas disciplinares (Cook, 2015). Isso é,
claro, indicativo do que pode ser visto como a
relevância e persistência intelectual da abordagem.
Embora a abordagem tenha crescido e
amadurecido, este ensaio introdutório argumenta que
os estudos das mobilidades das políticas urbanas
parecem ter atingido um ponto de viragem. Neste
sentido, parece oportuno, para aqueles que m de
dentro ou próximos da abordagem, fazer um balanço da
sua espinha intelectual como base para refletir sobre as
suas ausências e dívidas e, em última análise, avançar
com orientações teóricas, metodológicas e empíricas
futuras. Ao reunir esta série de artigos, este Número
Especial sinaliza o potencial de estender, repensar ou
reformular as formas através das quais as políticas
móveis são eventualmente comparadas, aprendidas e
RETHINKING URBAN POLICY MOBILITIES, REFRAMING
THE GEOGRAPHIES OF URBAN COMPARISON,
LEARNING AND EXCHANGE
Over the last few decades, it has been widely
acknowledged that the circulation of policy agendas, best
practices, ideas and knowledge has shown no signs of
abating. On the contrary. As never before, there seems to
be a general consensus that the nature and scale of policy
mobilisation have never been so lubricated and mundane
(Baker & Walker, 2019; Evans, 2009; Stone et al., 2020).
Writing over twenty years ago, Peck (2002, p. 350) went
as far as suggesting that the policymaking world was
inherently one of “fast-policy regimes”. More recent days
seem to be not much different. It almost goes without
saying that contemporary policymakers and other social
actors are increasingly involved in peer-to-peer
referencing and scanning practices of the wider policy
landscape (Acuto et al., 2021; UN-HABITAT, 2020).
Traditionally, earlier strands of work examining the
circulation of policy agendas, best practices, ideas and
knowledge have found their intellectual origins in the
still-growing field of political science (Benson & Jordan,
2011; Dolowitz & Marsh, 2012; Evans, 2009; Stone et al.,
2020). However, as some might argue, the processes,
practices and resources of rendering mobile policies
compared, learned and exchanged remain, of course, an
inherently geographical intellectual matter (Baker &
Temenos, 2015; McCann & Ward, 2013; Silva & Ward,
2024; Temenos & McCann, 2013). As a result, and
particularly over the last two decades, we have seen
critical urban geographers arguing for “a processual,
relational and social-constructionist approach to
theorising the making of policies mobile, what happens
when they are in motion and under what conditions they
stop moving” (Ward, 2024b, p. 535). Under the banner of
urban policy mobilities studies, a quick scan of prominent
scholar databases suggests that the last five years have
seen a remarkable ballooning of this strand of
geographic work, with its resonances extending
disciplinary boundaries and emerging in numerous other
disciplinary fields (Cook, 2015). This is, of course,
indicative of what might be seen as the intellectual
relevance and persistence of the approach.
Whilst the approach has grown and matured, this
introductory essay argues that urban policy mobilities
studies seem to have entered a turning point. In this
sense, it seems timely to those coming from within, or
close to, the approach to take stock of its intellectual
spine as generative grounds to reflect upon its absences
and debts and ultimately advance future theoretical,
methodological and empirical orientations. In bringing
together this series of papers, this Special Issue charts
and signposts the potential to extend, rethink or reframe
the ways through which mobile policies are eventually
compared, learned and exchanged from one place to
multiple elsewheres. In particular, it yields two central
contributions to the future of urban policy mobilities
studies and the wider debates in the field of urban studies.
First, it contributes to the wider postcolonial critique
taking place within the wider field of urban studies
arguing for a more decentralised or global” approach to
understanding cities, contemporary policymaking and
urban theory (Addie, 2020; McFarlane, 2024; Robinson,
Silva, D. G., Malheiros, J., Cachinho, H. Finisterra, LX(128), 2025, e40652
4
trocadas de um lugar para "múltiplos outros locais". Em
particular, ela oferece duas contribuições centrais para
o futuro dos estudos das mobilidades das políticas
urbanas e os debates mais amplos no campo dos
estudos urbanos.
Primeiro, contribui para a crítica pós-colonial mais
ampla que ocorre dentro do campo dos estudos
urbanos, defendendo uma abordagem mais
descentralizada ou global para entender os processos
urbanos, a formulação contemporânea de políticas e a
teoria urbana (Addie, 2020; McFarlane, 2024;
Robinson, 2015b, 2022). Em particular, este Número
Especial ressoa com o apelo de Robinson (2018, p. 221)
para situar os estudos das mobilidades das políticas
urbanas como fundações fundamentalmente geradoras
para explorar como a interconexão genética dos
processos e resultados urbanos pode ser mobilizada
(…) para criticar e expandir conceitos na teoria urbana.
Isto parece não ser surpreendente e, em muitos
aspetos, está alinhado com os apelos recentes para
redesenhar as fronteiras e os mapas que têm moldado
o campo geográfico estreito de referência sobre o qual
a maioria da teoria das [mobilidades de] políticas
urbanas é baseada (Temenos & McCann, 2013, p. 352).
Por outras palavras, muitas das contribuições incluídas
neste Número Especial ressoam com um número
crescente de estudos sobre mobilidades de políticas
urbanas que procuram descentralizar o estudo da
circulação das políticas contemporâneas além dos
contextos do Norte Global, ocidentais ou liberais,
incluindo referências em cidades asiáticas (Gunko et al.,
2022; Mittal & Shah, 2021), africanas (Côté-Roy &
Moser, 2022; Wood, 2015) ou latino-americanas
(Montero, 2020; Montero et al., 2023).
Emergindo do diálogo relacional entre uma série de
contextos urbanos, o segundo resultado central deste
Número Especial é a compreensão dos processos de
formulação de políticas "urbanas". Em muitos aspetos,
as contribuições aqui reunidas oferecem um terreno
fértil para estender, reformular ou repensar as
abordagens ontológicas e escalares que têm
fundamentado a abordagem dos estudos de
mobilidades de políticas urbanas. De particular
importância tem sido uma aparente marginalização do
papel do Estado-nação na comparação, aprendizagem e
intercâmbio de políticas públicas, no âmbito da qual as
cidades têm sido apresentadas como as escalas
principais onde ocorre a produção das políticas
públicas contemporâneas (Andersson & Cook, 2019;
Brenner & Schmid, 2015; Temenos & McCann, 2013). O
que as contribuições deste Número Especial parecem
sugerir, no entanto, é que o lugar do Estado-nação, nas
suas múltiplas formas e funções, nunca desapareceu
realmente dos processos de formulação de políticas
públicas, como os estudos anteriores sobre mobilidade
de políticas urbanas pareciam, pelo menos
implicitamente, argumentar. Coletivamente, elas ecoam
debates recentes dentro da abordagem (Andersson &
Cook, 2019; Gunko et al., 2022; Lorne, 2024; Prince,
2024) e convidam os estudos de mobilidade de políticas
urbanas a revisitar as suas ontologias escalares,
argumentando que organizações supranacionais, como
a União Europeia e as Nações Unidas, bem como o
Estado-nação e seus diferentes níveis de governo,
2015b, 2022). In particular, this Special Issue resonates
with Robinson’s (2018, p. 221) call to situate urban policy
mobilities studies as fundamentally generative grounds
to “explore how the genetic interconnectedness of urban
processes and outcomes can be mobilized () to critique
and extend concepts in urban theory”. This seems
unsurprising and, in many ways, is aligned with the
recent calls to redraw the boundaries and maps that have
framed the actually-existing “narrow geographical field
of reference upon which most urban [policy mobilities]
theory is based” (Temenos & McCann, 2013, p. 352). In
other words, many of the contributions included in this
Special Issue resonate with a growing number of urban
policy mobilities studies set to decentre the study of the
circulation of contemporary policies beyond Global
North, Western-/Liberal-centric contexts, such as in
Asian (Gunko et al., 2022; Mittal & Shah, 2021), African
(Côté-Roy & Moser, 2022; Wood, 2015) or Latin American
(Montero, 2020; Montero et al., 2023) cities.
Emerging out of the relational dialogue between a
range of multiple urban contexts is the second central
outcome of this Special Issue to understanding “urban”
policymaking processes. In many ways, the contributions
assembled in this Special Issue provide a fertile ground to
extend, reframe or rethink the foundational and much of
the prevalent scalar politics and ontologies grounding
the approach of urban policy mobilities studies. Of
particular centrality has been an apparent sidelining of
the role of the nation-state in the comparison, learning
and exchange of public policies, with cities being
constructed as primary scales where the production of
contemporary public policies takes place (Andersson &
Cook, 2019; Brenner & Schmid, 2015; Temenos &
McCann, 2013). What the contributions from this Special
Issue seem to suggest, however, is that the place of the
nation-state, in its multiple forms and functions, has
never really faded away from public policymaking
processes, as earlier urban policy mobilities studies seem
to have, at least implicitly, argued. Collectively, then, they
echo recent debates within the approach (Andersson &
Cook, 2019; Gunko et al., 2022; Lorne, 2024; Prince, 2024)
and invite urban policy mobilities studies to revisit its
scalar ontologies by arguing that supra-national
organisations, like the European Union and the United
Nations, and the nation-state and its different levels of
government, particularly in more centralised
governmental regimes, remain actively involved in the
learning and exchange of particular “urban” policy
futures.
In compiling this collection of eight papers, we
acknowledge that it does not offer if such an enterprise
was ever possible an exhaustive overview of all possible
avenues to explore these issues. Rather, we recognise that
this represents only a glimpse into how some scholars
investigating the comparison, learning and exchange of
public policies have approached their work and reflected
on the complex and interdependent scalar ontologies
involved in the making-up of urban policy futures in a
range of geographical contexts. In line with the
contributions in this Special Issue, this introductory essay
argues that studying through differentiated cases and
outcomes stands as fertile grounds for more structured
insights into the processes and practices of public
policymaking, particularly in understanding the
Silva, D. G., Malheiros, J., Cachinho, H. Finisterra, LX(128), 2025, e40652
5
especialmente em regimes governamentais mais
centralizados, continuam ativamente envolvidos na
aprendizagem e formulação dos futuros urbanos.
Ao compilar esta coleção de oito artigos,
reconhecemos que ela não oferece se tal
empreendimento fosse possível uma visão exaustiva
de todas as possíveis avenidas para explorar estas
questões. Reconhecemos, antes, que este mero
Especial representa apenas uma visão de como alguns
académicos que investigam a comparação,
aprendizagem e intercâmbio de políticas públicas
abordaram o seu trabalho e refletiram sobre as
complexas e interdependentes ontologias escalares
envolvidas na criação de futuros políticos numa série de
contextos geográficos. Em linha com as contribuições
neste Número Especial, este ensaio introdutório
argumenta que estudar através de casos e resultados
diferenciados constitui um terreno fértil para obter
contributos mais estruturados sobre os processos e
práticas da formulação de políticas públicas,
particularmente na compreensão da interligação e
condicionamento multiescalar da governança e da
formulação de políticas públicas.
Um ponto de partida para situar esses e outros
temas e questões fundamentais que estruturam os
estudos de mobilidade de políticas urbanas, bem como
as suas ausências e dívidas intelectuais, encontra-se
bem documentado por Temenos e Ward (2025). Na sua
introdução a este Número Especial, eles defendem uma
teorização mais aberta, processual e relacional do papel
do Estado-nação e, claro, da sua organização espacial
nos estudos de mobilidade de políticas e própria
construção de políticas urbanas. Tal abordagem
envolve reconsiderar a política escalar dominante nos
estudos de mobilidades de políticas como uma forma de
incentivar e situar os níveis entrelaçados e
multiescalares inerentes à formulação contemporânea
de políticas públicas. Esta reconsideração, argumenta-
se, contribui para uma compreensão mais específica e
provincializada da formulação de políticas urbanas,
sensível ao grau de centralização ou descentralização
dentro do Estado-nação.
Uma rie de conexões e possibilidades prolíficas,
provenientes de diferentes áreas de políticas e
territórios urbanos, surge como um convite para
construir contributos conceptuais, metodológicos e
empíricos sobre o processo de formulação de políticas.
De formas mais substanciais, os artigos deste Número
Especial coalescem em torno da noção de que o
empreendimento intelectual de estudar os processos de
formulação de políticas públicas envolve sair da cidade
e abraçar novas geografias e escalas da formulação de
políticas urbanas.
Dois artigos neste Número Especial são
particularmente ilustrativos dos fundamentos para
considerar os processos e práticas de comparação,
aprendizagem e intercâmbio através dos quais
determinadas infraestruturas informacionais, como
organizações supranacionais como a União Europeia
(UE) e as Nações Unidas (ONU), são mobilizadas para
enquadrar, mediar e traduzir as agendas, ideias e
programas de políticas ‘globais’ para outros locais
(Andersson & Cook, 2019; McCann, 2011; Stone et al.,
2020). Juntas, estas contribuições iluminam as
intertwined and scalar conditioning of governance and
policy.
A point of departure for situating these and other
foundational themes or issues structuring urban policy
mobilities studies, as well as their intellectual absences
and debts, is well-documented by Temenos and Ward
(2025). In their introduction to this Special Issue, they
argue for a more open, processual and relational
theorisation of the nation-state’s role and, of course, its
spatial division of labour in policy mobilities research
and the making-up of urban policies. This involves
reconsidering the dominant scalar politics of policy
mobilities as a generative way to encourage and situate
the intertwined and inter-scalar levels of governance
inherent in contemporary policymaking. Such a
reconsideration, it is argued, contributes to a more
nuanced, provincialized understanding of urban
policymaking, one sensitive to the degree of
centralisation or decentralisation within the nation-
state.
A range of prolific connections and possibilities
emerging from different policy areas and urban
territories stand as an invitation to build up conceptual,
methodological and empirical insights into the making-
up of policies. In more substantive ways, the papers in this
Special Issue coalesce around the notion that the
intellectual enterprise of studying public policymaking
processes involves leaving the city and embracing novel
geographies and scales of urban policymaking.
Two papers within this Special Issue are particularly
illustrative of the generative grounds for considering the
processes and practices of comparison, learning and
exchange through which particular informational
infrastructures, such as the supranational organisations
like the European Union (EU) and United Nations (UN),
are mobilised to frame, package and translate ‘global’
policy agendas, ideas and programmes elsewhere
(Andersson & Cook, 2019; McCann, 2011; Papanastasiou,
2024; Stone et al., 2020). Together, these contributions
illuminate the ways in which supra-national and trans-
urban institutions and organisations shape how policies
are rendered learned, exchanged and grounded in cities
and ultimately how cities arrive at policies.
Echoing these wider intellectual debates, Nunes
(2025) draws on the EU-funded Horizon 2020 ROCK
programme implemented across various European
cities, with a focus on its translation in Lisbon, Portugal
to argue that the making-up local of EU-funded culture-
led urban regeneration tends to follow a top-down
approach. In particular, the paper contends that the
selection or exclusion of social actors, ideas and
knowledge in the rendering local of EU policies and
programmes is not a neutral process. Borrowing the
notion of “fast policy transfer”, it highlights how the EU’s
project-based cohesion policy, rendered mobile across
‘multiple elsewheres,’ can produce standardized models
of culture-led urban regeneration that fail to account for
specific local contexts and circumstances.
In a similar vein, Santana-Chaves et al. (2025) use
Sustainable Development Goal 13 (Climate Action) from
the UN 2030 Agenda for Sustainable Development to
trace how a globally produced climate policy agenda has
been interpreted and locally translated within the
municipalities of the Sorocaba Metropolitan Region, São
Silva, D. G., Malheiros, J., Cachinho, H. Finisterra, LX(128), 2025, e40652
6
maneiras pelas quais instituições e organizações supra-
urbanas e supranacionais moldam a forma como as
políticas são apreendidas, mediadas e territorializadas
e, finalmente, como as cidades chegam às políticas.
Ecoando estes debates intelectuais mais amplos,
Nunes (2025) utiliza o programa Horizon 2020 ROCK
financiado pela União Europeia implementado em
várias cidades europeias, com foco na sua tradução em
Lisboa, Portugal para argumentar que a construção
local da regeneração urbana liderada pela cultura,
financiada pela UE, tende a seguir uma abordagem top-
down. Em particular, o artigo defende que a seleção ou
exclusão de atores sociais, ideias e conhecimentos na
tradução local das políticas e programas da UE não é um
processo neutro. Mobilizando a noção de “transferência
rápida de políticas”, destaca como a política de coesão
baseada em projetos da UE, mobilizada através de
“múltiplos outros locais”, pode produzir modelos
padronizados de regeneração urbana liderada pela
cultura que falham em considerar os contextos e
circunstâncias locais específicos.
De forma semelhante, Santana-Chaves et al. (2025)
usam o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 13
(Ação Climática) da Agenda 2030 da ONU para traçar
como uma agenda de política climática globalmente
produzida foi interpretada e localmente traduzida nos
municípios da Região Metropolitana de Sorocaba, São
Paulo, Brasil. Em particular, o artigo examina como as
localidades chegam (ou não) às agendas de políticas
"globais", cuja circulação foi facilitada por redes de
cidades e organizações supranacionais através de
instrumentos financeiros, consultoria técnica e
programas de formação. Coletivamente, essas agendas
moldam práticas de governança e planeamento
ambiental variadas em escalas locais e metropolitanas.
Assim, como as cidades e municípios chegam a essas
agendas continua a ser um processo territorialmente
dependente, à medida que as regulamentações
estaduais, dependências financeiras e acordos
internacionais produzem múltiplos resultados urbanos
e metropolitanos na construção das políticas de
mudança climática.
Embora sejam relevantes por si só, reconhecemos
que essas organizações supranacionais são apenas uma
das muitas “comunidades mobilizadoras de políticas”
(McCann, 2011, p. 114) ou “infraestruturas
informacionais” (McCann, 2008, p. 12) envolvidas na
comparação, enquadramento e facilitação da
aprendizagem e intercâmbio de políticas "urbanas"
(Andersson & Cook, 2019; Papanastasiou, 2024; UN-
HABITAT, 2020). Isso parece não ser surpreendente. De
facto, num mundo assente em políticas públicas móveis,
parece improdutivo ignorar a relevância dessas
organizações supranacionais na formulação de políticas
públicas "urbanas-locais". No entanto, as contribuições
neste Número Especial reconhecem ainda que o Estado-
nação e seus ltiplos níveis de governo permanecem
entrelaçados, por um lado, com as maneiras pelas quais
determinadas políticas públicas chegam às cidades e
regiões e, por outro, com a forma como determinados
lugares chegam às políticas públicas (Robinson, 2015a).
Dois dos artigos deste mero Especial avançam
esses debates mais amplos através dos casos de
formulação de políticas habitacionais urbanas em
Paulo, Brazil. In particular, the paper examines how
localities arrive (or not) at “global” policy agendas,
whose circulation has been facilitated by city networks
and supranational organisations through financial
instruments, technical consultancy and training
programmes. Collectively, they shape variegated
environmental governance and planning practices at
local and metropolitan scales. As such, how cities and
municipalities ‘arrive at’ these agendas remain path-
dependent, as state regulations, financial dependencies
and international agreements produce multiple urban
and metropolitan outcomes in the making of climate
change policies.
While insightful and generative per se, we
acknowledge that these supranational organisations are
just one out of many “communities of policy mobilisers”
(McCann, 2011, p. 114) or “informational
infrastructures” (McCann, 2008, p. 12) involved in
comparing, framing and facilitating the learning and
exchange of “urban” policies (Andersson & Cook, 2019;
Papanastasiou, 2024; UN-HABITAT, 2020). This seems
unsurprising. Indeed, in a world of mobile public
policymaking, it seems unproductive to overlook the
intertwined relevance of these supranational
organisations in “urban-local” public policymaking. Yet,
the contributions in this Special Issue further recognise
that the nation-state and its multiple levels of
government remain intertwined, on the one hand, with
the ways in which particular public policies arrive (or
otherwise) in cities and regions and, on the other, how
particular places arrive at public policies (Robinson,
2015a).
Two of the papers in this Special Issue bring forward
these wider debates through the cases of urban housing
policymaking in Taiwan and Chile. Here, and building on
well-established debates on the entrepreneurial turn in
urban economic development and worldling cities, Chen
(2025) examines how Taipei’s urban planning policies
align with broader nationwide efforts to position the city
as a global hub within the new urban politico-economic
orthodoxy. The paper argues that these ambitions,
shaped by the nation-state’s urban prioritisation of
‘global’ competitiveness and foreign investment, have
intensified housing affordability crises, displacement and
speculation, particularly for low-income groups. By
emphasising a top-down, centrally-prescribed, approach
to urban policymaking, Taipei’s urban development
trajectory accelerates speculative urban growth,
reinforcing a neoliberal agenda that seems to privilege
private developers over housing affordability and social
justice.
Studying the trans-urban circulation of incremental
social housing policy models assembled by ELEMENTAL
an architectural firm based in Chile that gained
international prominence after its founder was awarded
the Pritzker Prize in 2016 , Saavedra (2025) examines
how digital artefacts, such as downloadable
architectural prototypes, digital simulations, policy
toolkits and press releases, form a set of informational
infrastructures that facilitated, legitimized and mediated
the rendering mobile of particular social housing policy
models and narratives across Latin American cities and
beyond. The paper also explores the critical role of the
nation-state in this process. In particular, by promoting
Silva, D. G., Malheiros, J., Cachinho, H. Finisterra, LX(128), 2025, e40652
7
Taiwan e no Chile. Aqui, baseando-se em debates bem
estabelecidos sobre a viragem empreendedora no
desenvolvimento económico urbano e a
internacionalização das cidades, Chen (2025) examina
como as políticas de planeamento urbano de Taipei se
alinham com esforços nacionais mais amplos para
posicionar a cidade como um hub global no quadro da
nova ortodoxia político-económica urbana. O artigo
argumenta que essas ambições, moldadas pela
priorização urbana do Estado-nação em relação à
competitividade global e ao investimento estrangeiro,
intensificaram as crises de acesso ao mercado da
habitação a preços acessíveis, deslocamento e
especulação imobiliária, particularmente entre grupos
de baixo rendimento. Ao enfatizar uma abordagem top-
down, prescrita centralmente, para a formulação de
políticas urbanas, a trajetória de desenvolvimento
urbano de Taipei acelera o crescimento urbano
especulativo, reforçando uma agenda neoliberal que
parece privilegiar os promotores privados em
detrimento do acesso ao mercado de habitação a preços
acessíveis e da justiça social.
Estudando a circulação transurbana de modelos
incrementais de políticas habitacionais sociais
desenvolvidos pela ELEMENTAL uma empresa de
arquitetura baseada no Chile que ganhou proeminência
internacional após o seu fundador ser premiado com o
Prémio Pritzker em 2016 , Saavedra (2025) examina
como artefactos digitais, download-ready, como
protótipos arquitetónicos, simulações digitais, kits de
ferramentas de políticas e comunicados de imprensa,
formam um conjunto de infraestruturas informacionais
que facilitaram, legitimaram e mediaram a mobilização
de determinados modelos e narrativas de políticas
habitacionais sociais em cidades latino-americanas e
outras mais distantes. O artigo também explora o papel
crítico do Estado-nação neste processo. Em particular,
ao promover os modelos habitacionais da ELEMENTAL
como soluções viáveis para a crise habitacional, o
Estado ajudou a integrar essas abordagens inovadoras
em mudanças mais amplas nas políticas urbanas,
utilizando experiências anteriores de habitação
incremental para apoiar a sua circulação em ltiplos
outros locais.
Embora partilhem o contexto latino-americano,
Ulriksen Moretti (2025), por sua vez, avança a nossa
compreensão dos processos de formulação de políticas
ao traçar a genealogia e a circulação das políticas de
cidade inteligente no Chile. Examinando infraestruturas
informacionais físicas e digitais, o artigo argumenta
que, embora essas políticas tenham emergido através
de conexões transnacionais particularmente com
Barcelona , elas divergiram dos modelos típicos de
planeamento e desenvolvimento urbanos consagrados
nas cidades do Norte Global. No Chile, o conceito de
cidade inteligente sofreu uma mutação formal. Aqui, foi
construído discursivamente e materialmente como
uma narrativa corporativa promovendo o
desenvolvimento da indústria tecnológica
multinacional ou “territórios inteligentes” em vez de
um modelo concreto de governança ou de
desenvolvimento urbano. Notavelmente, essa mutação
destaca ainda mais como uma forma particular de
presença do Estado, substanciada nas políticas
ELEMENTAL’s housing models as viable solutions to the
housing crisis, the state helped integrate these innovative
approaches into wider urban policy shifts, drawing on
prior incremental housing experiences to support their
circulation in multiple elsewheres.
While sharing the Latin American context, Ulriksen
Moretti (2025) advances our understanding of
policymaking processes by tracing the genealogy and
circulation of smart city policies in Chile. Examining
physical and digital informational infrastructures, the
paper argues that although these policies emerged
through transnational connections particularly with
Barcelona they diverged from typical urban planning
and redevelopment models in Global North cities. In Chile,
the smart city concept underwent a formal mutation.
Here, it was discursively and materially constructed as a
corporate-driven narrative promoting multinational
tech industry development or intelligent territories
rather than a concrete governance or urban
redevelopment model. Notably, this mutation further
highlights how a particular form of state presence,
substantiated in national pro-growth, innovation and
productivity politics, shaped its translation across both
urban and rural areas.
Extending other contributions in this Special Issue,
the paper by Silva and Frago (2025) addresses the
underexplored potential of policy experimentation in
policymaking processes, an aspect only loosely touched
upon in some papers (see Nunes (2025) for culture-led
urban regeneration initiatives and Saavedra (2025) for
Quinta Monroy housing project). Drawing on work from
public administration, political science and geographical
studies on environmental and urban governance, the
paper examines how the Business Improvement District
(BID) model, often tied to more neo-liberal politico-
institutional and ideological contexts, has been
translated into more centralised regimes in Southern
Europe. Using three state-led or regionally prescribed
BID pilot schemes, the paper argues for focusing on policy
experimentation as generative instances to navigate
institutional resistance and facilitate policy translation.
In doing so, it opens the ‘black box’ through which
policies-from-elsewhere are learned, mediated and
ultimately reconfigured into contexts with different
forms of state presence, both before and after formal
institutionalization. In so doing, the paper emphaises the
continued entanglement of national and regional scales
in urban policy mobilities.
Closing this Special Issue is a study on the circulation
and translation of the Bus Rapid Transit (BRT) policy
model in Cape Town (South Africa) and Lagos (Nigeria).
Building on a small-yet-growing literature on the politics
of learning and failure, Diallo (2025) argues that the
partial failure of BRT policies understood as their
inability to achieve expected outcomes stems from
standardized policy mobility processes that overlook
local specificities. However, rather than leading to policy
abandonment, failure can serve as a generative learning
process, prompting policymakers to adjust blind spots
and foster the reinvention of public policies. More
fundamentally, the study further highlights how Cape
Town’s decentralized governance facilitates local
adaptation and learning, while Lagos centralized system
constrains responsiveness, illustrating the limitations of
Silva, D. G., Malheiros, J., Cachinho, H. Finisterra, LX(128), 2025, e40652
8
nacionais de crescimento, inovação e produtividade,
moldou a sua transladação em áreas urbanas e rurais.
Ampliando outras contribuições deste Número
Especial, o artigo de Silva e Frago (2025) aborda o
potencial pouco explorado da experimentação de
políticas nos processos de formulação de políticas, um
aspeto abordado apenas de forma superficial em alguns
artigos (e.g., Nunes (2025) para iniciativas de
regeneração urbana lideradas pela cultura e Saavedra
(2025) para o projeto habitacional Quinta Monroy).
Partindo dos contributos da administração pública,
ciência política e estudos geográficos sobre governança
ambiental e urbana, o artigo examina como o modelo
dos Business Improvement Districts (BIDs), muitas vezes
associado a contextos político-institucionais e
ideológicos neoliberais, foi traduzido para regimes mais
centralizados no Sul da Europa. Usando três
programas-piloto de BID liderados pelos Estados
central ou regional, o artigo defende o foco na
experimentação política como instâncias geradoras
para compreender a potencial resistência institucional
e facilitar a tradução de políticas. Com isto, abre a ‘caixa-
negra’ através da qual políticas de outros locais são
apreendidas, mediadas e, finalmente, reconfiguradas
em contextos com diferentes formas de presença do
Estado, tanto antes quanto após a institucionalização
formal. Com isto, o artigo enfatiza o entrelaçamento
contínuo das escalas nacional e regional na mobilidade
de políticas urbanas.
Este Número Especial encerra com um estudo sobre
a circulação e tradução do modelo de política de
transporte rápido por autocarro (BRT/MetroBus) nas
cidades do Cabo (África do Sul) e Lagos (Nigéria).
Baseando-se numa literatura emergente sobre a
política de aprendizagem e fracasso, Diallo (2025)
argumenta que o fracasso parcial das políticas BRT
entendido como a incapacidade de alcançar os
resultados esperados decorre de processos
padronizados de mobilidade política que negligenciam
as especificidades locais. No entanto, em vez de
determinar o abandono da política, o fracasso pode
servir como um processo generativo da aprendizagem,
levando os formuladores de políticas a ajustar
determinados parâmetros e a fomentar a reinvenção
das políticas públicas. De forma mais fundamental, o
estudo destaca como os sistemas governamentais mais
descentralizados na Cidade do Cabo facilitam a
adaptação e aprendizagem locais, enquanto o sistema
mais centralizado de Lagos restringe a capacidade de
resposta, ilustrando as limitações das abordagens top-
down na resolução dos desafios urbanos do século XXI.
CONCLUSÃO: QUE FUTUROS PARA A MOBILIDADE DE
POLÍTICAS URBANAS?
Este Número Especial Políticas em circulação:
Reconfigurando as geografias da comparação,
aprendizagem e intercâmbio urbanos destaca a
crescente importância e persistência dos estudos sobre
mobilidade de políticas urbanas. Dado que vivemos
agora numa era de mobilidade de políticas isto não deve
surpreender. À medida que nos aproximamos do 25.º
aniversário desta abordagem, é oportuno voltar ao
top-down approaches in addressing twenty-first-century
urban challenges.
CONCLUSION: WHAT FUTURES FOR URBAN POLICY
MOBILITIES?
This Special Issue Travelling Policies: Reframing
the Geographies of Urban Comparison, Learning and
Exchange outlines the growing significance and
persistence of urban policy mobilities studies. Given that
we now live in an age of mobile policies, this should come
as little surprise. As we approach the 25th anniversary of
this research agenda, it is timely to return to downtown
Denver and, in particular, to the thought-provoking
question posed by Temenos & Ward (2025, p. 5) in their
introduction to this Special Issue: What is ’urban’ about
policy mobilities?
The articles assembled in this Special Issue
contribute to this discussion, highlighting that while the
twenty-first century is undeniably urban, ‘the urban
along with cities and public policies cannot be treated
as bounded or fixed entities replicated worldwide. Many
contributions in this Special Issue draw attention to the
apparent re-emergence of the nation-state in urban
policymaking though one might ask, did it ever truly
disappear? By shifting the focus from Liberal-/Western-
centric, city-driven perspectives, these works underscore
the complexity of urban policymaking in the Global South
and challenge dominant scalar ontologies in policy
mobility studies. Too often, this strand of work has, up to
now, overlooked the influence of nation-states, in their
more or less centralised and decentralized forms, and
supranational organisations in shaping local-urban
policymaking. The contributions gathered here reveal
the multifaceted ways in which public policies are
translated, reinterpreted and mobilized, offering a vital
reflection on the intertwined, scalar nature of
contemporary politics and public policymaking.
In drawing this editorial to an end, we extend our
heartfelt thanks to the authors whose thought-provoking
papers have shaped this Special Issue, as well as to the
readers for engaging with these critical debates. Yet,
rather than offering definitive conclusions, this collection
embraces the notion of “explanatory prototyping” (Peck
& Theodore, 2015, p. 41). That is, a mode of inquiry that
resists fixed truths and instead seeks to refine our
understanding of urban policy mobilities through
continuous questioning and exploration. In this sense,
this Special Issue marks not an endpoint but an invitation
to further intellectual dialogue, one that has the potential
to generatively shape how we make sense of
policymaking processes in the twenty-first century.
Lisbon, march 2025
Diogo Gaspar Silva
Jorge Malheiros
Herculano Cachinho
Silva, D. G., Malheiros, J., Cachinho, H. Finisterra, LX(128), 2025, e40652
9
centro de Denver e, em particular, à pergunta
provocadora colocada por Temenos & Ward (2025, p.
5) na introdução deste Número Especial: O que é
‘urbano’ nas mobilidades de políticas?
Os artigos reunidos neste Número Especial
contribuem para esta discussão, sublinhando que,
embora o século XXI seja indiscutivelmente urbano, ‘o
urbano’ juntamente com as cidades e as políticas
públicas o pode ser tratado como entidades fixas e
delimitadas, replicadas e replicáveis em todo o mundo.
Muitas contribuições neste Número Especial chamam a
atenção para o aparente ressurgimento do Estado-
nação na formulação de políticas urbanas embora se
possa perguntar, será que ele alguma vez desapareceu
verdadeiramente? Ao deslocar o foco das perspetivas e
instâncias ocidentais/liberais, centradas nas cidades,
este conjunto de artigos sublinha a complexidade da
formulação de políticas urbanas no Sul Global e desafia
as ontologias escalares dominantes nos estudos sobre
mobilidade de políticas. Com demasiada frequência,
este campo de investigação, até agora, ignorou a
influência dos Estados-nação, nas suas formas mais ou
menos centralizadas e descentralizadas, e das
organizações supranacionais na construção de políticas
urbanas. As contribuições aqui reunidas revelam as
formas multifacetadas como as políticas públicas são
traduzidas, reinterpretadas e mobilizadas, oferecendo
uma reflexão vital sobre a natureza entrelaçada e
multiescalar associada à formulação de políticas
públicas contemporâneas.
Ao concluir este editorial, estendemos os nossos
agradecimentos aos autores que assinaram os artigos
deste Número Especial, assim como aos leitores que se
envolveram, têm envolvido ou envolverão nestes
debates críticos. Em vez de oferecer conclusões
definitivas, esta coleção abraça a noção de
“prototipagem explicativa” (Peck & Theodore, 2015, p.
41). Ou seja, um modo de investigação que resiste a
verdades fixas e, em vez disso, procura refinar a nossa
compreensão da mobilidade de políticas urbanas
através de problematizações e explorações contínuas.
Neste sentido, este mero Especial não constitui um
ponto final, mas um convite para um diálogo intelectual
mais amplo, com o potencial de moldar de forma
generativa a forma como entendemos os processos de
formulação de políticas no século XXI.
Lisboa, março 2025
Diogo Gaspar Silva
1
,
2
Jorge Malheiros 1,2
Herculano Cachinho 1,2
AGRADECIMENTOS
Agradecemos aos revisores anónimos e aos colaboradores deste Número Especial. Também estamos gratos à
audiência da nossa sessão no Encontro Anual da AAG 2023 em Denver. Um agradecimento especial à Cristina
Temenos por ter participado como comentadora convidada na sessão. Esta investigação foi financiada total ou
parcialmente pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P. (FCT, https://ror.org/00snfqn5816) sob o
Financiamento 2020.06080.BD. Agradecemos, também, à Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento
(Proj. 2023-0053 e Proj. 2025-0024).
Silva, D. G., Malheiros, J., Cachinho, H. Finisterra, LX(128), 2025, e40652
10
ORCID iD
Diogo Gaspar Silva https://orcid.org/0000-0001-5142-7176
Jorge Malheiros https://orcid.org/0000-0002-0976-044X
Herculano Cachinho https://orcid.org/0000-0003-2238-0967
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Acuto, M., Pejic, D., & Briggs, J. (2021). Whose City Benchmarks? The Role of the Critical Urbanist in Comparative
Urban Measuring. International Journal of Urban and Regional Research, 45(2), Online.
https://doi.org/10.1111/1468-2427.12979
Addie, J.-P. D. (2020). Stuck inside the urban with the dialectical blues again: abstraction and generality in urban
theory. Cambridge Journal of Regions, Economy and Society, 13(3), 575592.
https://doi.org/10.1093/cjres/rsaa020
Andersson, I., & Cook, I. R. (2019). Conferences, award ceremonies and the showcasing of ‘best practice’: A case
study of the annual European Week of Regions and Cities in Brussels. Environment and Planning C: Politics
and Space, 37(8), 13611379. https://doi.org/10.1177/2399654419825656
Baker, T, & Temenos, C. (2015). Urban Policy Mobilities Research: Introduction to a Debate. International Journal
of Urban and Regional Research, 39(4), 824827. https://doi.org/https://doi.org/10.1111/1468-
2427.12252
Baker, Tom, & Walker, C. (2019). Introduction: the centrality of arenas, agents and actions. In T. Baker & C. Walker
(Eds.), Public Policy Circulation: Arenas, Agents and Actions (pp. 224). Elgar.
https://doi.org/https://doi.org/10.4337/9781788119153.00008
Benson, D., & Jordan, A. (2011). What have we Learned from Policy Transfer Research? Dolowitz and Marsh
Revisited. Political Studies Review, 9(3), 366378. https://doi.org/10.1111/j.1478-9302.2011.00240.x
Brenner, N., & Schmid, C. (2015). Towards a new epistemology of the urban? City, 19(23), 151182.
Chen, Y-L. (2025). Housing low-income people in globalizing Taipei. Finisterra Revista Portuguesa de Geografia,
LX(128), e36555. https://doi.org/10.18055/Finis36555
Cook, I. R. (2015). Policy Mobilities and Interdisciplinary Engagement. International Journal of Urban and Regional
Research, 39(4), 835837. https://doi.org/https://doi.org/10.1111/1468-2427.12256
Côté-Roy, L., & Moser, S. (2022). Fast urban model-making”: constructing Moroccan urban expertise through
Zenata Eco-City. Urban Geography, 44(9), 121. https://doi.org/10.1080/02723638.2022.2131261
Craggs, R., & Mahony, M. (2014). The Geographies of the Conference: Knowledge, Performance and Protest.
Geography Compass, 8(6), 414430. https://doi.org/https://doi.org/10.1111/gec3.12137
Diallo, F. (2025). Importing, failing, learning: Interrogating the failure-learning relationship in contexts of policy
transfer through the comparative study of Bus Rapid Transit (BRT) project implementation in Cape Town
and Lagos. Finisterra Revista Portuguesa de Geografia, LX(128), e36865.
https://doi.org/10.18055/Finis36865
Dolowitz, D. P., & Marsh, D. (2012). The Future of Policy Transfer Research. Political Studies Review, 10(3), 339
345. https://doi.org/10.1111/j.1478-9302.2012.00274.x
Evans, M. (2009). Policy transfer in critical perspective. Policy Studies, 30(3), 243268.
https://doi.org/10.1080/01442870902863828
Gunko, M., Zupan, D., Riabova, L., Zaika, Y., & Medvedev, A. (2022). From policy mobility to top-down policy
transfer: ‘Comfortization’ of Russian cities beyond neoliberal rationality. Environment and Planning C:
Politics and Space, 40(6), 13821400. https://doi.org/10.1177/23996544221081688
Hartley, K., Kuecker, G., & Woo, J. J. (2019). Practicing public policy in an age of disruption. Policy Design and
Practice, 2(2), 163181. https://doi.org/10.1080/25741292.2019.1622276
Leitner, H., & Sheppard, E. (2016). Provincializing Critical Urban Theory: Extending the Ecosystem of Possibilities.
International Journal of Urban and Regional Research, 40(1), 228235.
https://doi.org/https://doi.org/10.1111/1468-2427.12277
Lorne, C. (2024). Repoliticising national policy mobilities: Resisting the Americanization of universal healthcare.
Environment and Planning C: Politics and Space, 42(2), 231249.
https://doi.org/10.1177/23996544211068724
McCann, E. (2008). Expertise, Truth, and Urban Policy Mobilities: Global Circuits of Knowledge in the
Development of Vancouver, Canada’s ‘four Pillar’ Drug Strategy. Environment and Planning A: Economy
and Space, 40(4), 885904. https://doi.org/10.1068/a38456
Silva, D. G., Malheiros, J., Cachinho, H. Finisterra, LX(128), 2025, e40652
11
McCann, E. (2011). Urban policy mobilities and global circuits of knowledge: Toward a research agenda. Annals
of the Association of American Geographers, 101(1), 107130.
https://doi.org/10.1080/00045608.2010.520219
McCann, E., & Ward, K. (2013). A multi-disciplinary approach to policy transfer research: Geographies,
assemblages, mobilities and mutations. Policy Studies, 34(1), 218.
https://doi.org/10.1080/01442872.2012.748563
McFarlane, C. (2024). Urban geography I: Conceptualisation with and beyond the global-local dialectic. Progress
in Human Geography, 03091325241295294. https://doi.org/10.1177/03091325241295294
Mittal, H., & Shah, A. (2021). Discursive politics and policy (im)mobility: Metro-TOD policies in India. Environment
and Planning C: Politics and Space, 23996544211029296. https://doi.org/10.1177/23996544211029295
Montero, S. (2020). Leveraging Bogotá: Sustainable development, global philanthropy and the rise of urban
solutionism. Urban Studies, 57(11), 22632281. https://doi.org/10.1177/0042098018798555
Montero, S., Whitney, R. A., & Peñaranda, I. (2023). Experimental Urban Planning: Tensions Behind the
Proliferation of Urban Laboratories in Latin America. Planning Theory & Practice, 24(4), 473488.
https://doi.org/10.1080/14649357.2023.2262420
Nunes, M. C. (2025). “Seeing like a project”: How project-based governance shapes culture-led regeneration in EU
policy mobility contexts. Finisterra Revista Portuguesa de Geografia, LX(128), e36392.
https://doi.org/10.18055/Finis36392
Organisation for Economic Co-operation and Development. (2023). Driving Policy Coherence for Sustainable
Development: Accelerating Progress on the SDGs. https://doi.org/https://doi.org/10.1787/a6cb4aa1-en
Papanastasiou, N. (2024). The politics of generating best practice knowledge: Epistemic practice and rendering
space technical in a European Commission working group on education policy. Environment and Planning
C: Politics and Space, 42(2), 179197. https://doi.org/https://doi.org/10.1177/2399654420962108
Peck, J. (2002). Political Economies of Scale: Fast Policy, Interscalar Relations, and Neoliberal Workfare. Economic
Geography, 78(3), 331360. https://doi.org/10.1111/j.1944-8287.2002.tb00190.x
Peck, J. (2017). Transatlantic city, part 1: Conjunctural urbanism. Urban Studies, 54(1), 430.
https://doi.org/10.1177/0042098016679355
Peck, J., & Theodore, N. (2015). Fast Policy: Experimental Statecraft at the Thresholds of Neoliberalism. University
of Minnesota Press.
Prince, R. (2024). Mobile Keynesianism: Linking policy mobility and state transformation in New Zealand, 1930
70. Transactions of the Institute of British Geographers, 42(2).
https://doi.org/https://doi.org/10.1111/tran.12668
Robinson, J. (2015a). ‘Arriving At’ Urban Policies: The Topological Spaces of Urban Policy Mobility. International
Journal of Urban and Regional Research, 39(4), 831834. https://doi.org/https://doi.org/10.1111/1468-
2427.12255
Robinson, J. (2015b). Thinking cities through elsewhere: Comparative tactics for a more global urban studies.
Progress in Human Geography, 40(1), 329. https://doi.org/10.1177/0309132515598025
Robinson, J. (2018). Policy mobilities as comparison: urbanization processes, repeated instances, topologies.
Revista de Administração Pública, 52, 221243.
Robinson, J. (2022). Introduction: Generating concepts of ‘the urban’ through comparative practice. Urban
Studies, 59(8), 15211535. https://doi.org/10.1177/00420980221092561
Saavedra, K. (2025). `Download here` as a virtual performance in the circulation of knowledge and urban-housing
models: The case of ELEMENTAL Alejandro Aravena's incremental housing models. Finisterra Revista
Portuguesa de Geografia, LX(128), e36393. https://doi.org/10.18055/Finis36393
Santana-Chaves, I. M., Silva, L. C., Jacobi, P. R., & Weins, N. W. (2025). Do we harvest what we sow? The travelling
of climate policies in the Metropolitan Region of Sorocaba (São Paulo Brazil). Finisterra Revista
Portuguesa de Geografia, LX(128), e36381. https://doi.org/10.18055/Finis36381
Silva, D. G., & Frago, L. (2025). Experimentation and policy mobilities: Piloting Business Improvement Districts in
Southern European cities. Finisterra Revista Portuguesa de Geografia, LX(128), e36947.
https://doi.org/10.18055/Finis36947
Silva, D. G., & Ward, K. (2024). Urban Policy Mobilities: Recent Debates and Future Research Agendas.
Geographical Review, 125. https://doi.org/10.1080/00167428.2024.2429573
Stone, D., Porto de Oliveira, O., & Pal, L. A. (2020). Transnational policy transfer: the circulation of ideas, power
and development models. Policy and Society, 39(1), 118.
https://doi.org/10.1080/14494035.2019.1619325
Temenos, C., & McCann, E. (2013). Geographies of Policy Mobilities. Geography Compass, 7(5), 344357.
https://doi.org/https://doi.org/10.1111/gec3.12063
Silva, D. G., Malheiros, J., Cachinho, H. Finisterra, LX(128), 2025, e40652
12
Temenos, C., & Ward, K. (2025). The persistence of policy mobilities: Multiple origins, inter-disciplinary
developments and future research agendas. Finisterra Revista Portuguesa de Geografia, LX(128), e36541.
https://doi.org/10.18055/Finis36541
Ulriksen Moretti, C. (2025). Genealogy and circulation of the concept of smart cities in Chile: An urban policy
failure? Finisterra Revista Portuguesa de Geografia, LX(128), e36321.
https://doi.org/10.18055/Finis36321
United Nations Human Settlements Programme. (2020). World Cities Report 2020: The Value of Sustainable
Urbanization. UN-HABITAT
Ward, K. (2024a). Policy mobilities, ‘informational infrastructures’ and the ‘digital turn’: Towards a research
agenda. Geography Compass, 18(7), e12765.
Ward, K. (2024b). Urban policy mobilities in Urban Geography: in retrospect and in prospect. Urban Geography,
45(4), 535540. https://doi.org/10.1080/02723638.2024.2319439
Wood, A. (2015). Multiple Temporalities of Policy Circulation: Gradual, Repetitive and Delayed Processes of BRT
Adoption in South African Cities. International Journal of Urban and Regional Research, 39(3), 568580.
https://doi.org/10.1111/1468-2427.12216
Recebido: 08/03/2025. Aceite: 05/04/2025. Publicado: 05/04/2025.
1
Centro de Estudos Geográficos, Instituto de Geografia e Ordenamento do Território, Universidade de Lisboa, Rua Branca Edmée Marques, Edifício IGOT,
Rua Branca Edmée Marques, 1600-276, Lisboa, Portugal. E-mail: diogosilva4@edu.ulisboa.pt, jmalheiros@edu.ulisboa.pt, hc@edu.ulisboa.pt
2
Laboratório Associado Terra, Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal.