A espiritualidade em saúde

Autores

  • Victor Feytor Pinto Administrador Paroquial do Campo Grande; Diocesano dos Médicos Católicos e da Associação Mundial da Federação dos Médicos Católicos; Assistente Nacional e Diocesano da ACEPS; Coordenador Nacional da Pastoral da Saúde; Membro do Conselho Pontifício para os Profissionais da Saúde

DOI:

https://doi.org/10.48492/servir022.23693

Palavras-chave:

espiritualidade, Ser humano

Resumo

INTRODUÇÃO

O ser humano é um ser espiritual …

  • Dotado de inteligência, vontade e sensibilidade.
  • Com uma profunda relação social, com capacidade de amar e de ser amado.
  • Com o controle da mente sobre o corpo, e a superioridade do espirito sobre a matéria.
  • É, por isso, um ser em projeto: um ser decididor e simbolizador, um ser com relação e em crescimento, um ser com necessidades.

Quando alguém adoece, enfraquece no seu todo. Não é apenas o corpo que adoece, é também a sua capacidade de ser integral. À sua perda biológica correspondem depois outras perdas:

  • Perdas psicológicas e afetivas, ao nível da inteligência e da vontade.
  • Perdas culturais, perante o património de cada lugar.
  • Perdas sociais, ao nível da relação profissional, da mudança de ambientes.
  • Perdas naturais, provocadas pelo mal-estar, que a própria doença comporta.
  • E até, perdas espirituais e religiosas na sensibilidade que lhes são próximas.

DESENVOLVIMENTO

A espiritualidade, no ser humano, adquire uma importância fundamental no equilíbrio da pessoa. Por isso, pode ser através dela que a pessoa se reequilibra: É cultura, é relação e é transcendência:

  • A cultura é uma forma privilegiada de espiritualidade. Por isso, em tempo de recuperação e de convalescença exige-se a leitura, a música, a arte em todas as suas dimensões.
  • As relações humanas constituem uma forma de espiritualidade marcada pela comunicação e a sensibilidade. As relações humanas vencem a solidão, uma das situações mais difíceis, quando alguém está enfermo, numa unidade de saúde, ou no domicílio.
  • A transcendência consiste na capacidade de ultrapassar os próprios limites, indo ao encontro de um ser superior que orienta toda a vida. Assim sendo, é muito importante a prespectiva religiosa que todo o ser humano tem em relação com Deus, referencia para todas as etapas da vida.

A espiritualidade no seu todo tem uma extraordinária dimensão terapêutica porque ocupa a inteligência e a vontade quando se está em crise, porque desafia a esperança e convida à relação com Deus, segundo a opção religiosa de cada um.

O acompanhamento em “ Terapia de Compaixão” é indispensável ao doente nas fases mais difíceis da sua evolução clínica.

A presença constante dos profissionais, na atenção a cada fase do cuidado terapêutico, abre a porta à compaixão e dá origem ao “não abandono”. Aliás, os profissionais têm de prestar assistência continuamente, mesmo nas situações mais difíceis.

A assistência dos familiares, é também indispensável com todas as relações afetivas, num tempo que  carece  de  “paliativos”, de ternura e de carinho, tão importantes como os paliativos químicos.

Cada confissão religiosa tem a sua força de acompanhamento espiritual. A fé católica permite, no encontro com Deus, a serenidade e a confiança que abre a porta à esperança.

  • A oração alarga o nível de confiança, permitindo acreditar que não se está só, porque Deus está sempre presente.
  • Os Sacramentos: a Unção dos enfermos, um sacramento de vida, e o Sagrado Viático, uma etapa ao encontro de Deus.
  • A Eucaristia, uma refeição de alegria e de paz, em tempo de sofrimento.

CONCLUSÕES

A vida espiritual de uma pessoa e de uma comunidade cristã, é o apoio no tempo da enfermidade, mesmo de doença irreversível. A espiritualidade de natureza religiosa, segundo a confissão de cada um, é também elemento de cura ou de acompanhamento que alivia o sofrimento.

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Publicado

2016-04-30

Como Citar

Pinto, V. F. . (2016). A espiritualidade em saúde . Servir, 59(2), 48–49. https://doi.org/10.48492/servir022.23693