Nação e Defesa https://revistas.rcaap.pt/nacao <p>A <strong>Nação e Defesa </strong>proporciona um espaço de investigação e reflexão privilegiando paradigmas e perspetivas distintas, essenciais ao conhecimento e análise de questões no quadro da segurança e defesa internacional e nacional, no plano teórico e aplicado. Tem como prioridade promover o conhecimento e a reflexão pluridisciplinar, nomeadamente no campo dos Estudos de Segurança, Estudos Estratégicos, Ciência Política, História, Estudos Diplomáticos, Relações Internacionais, Sociologia, Direito Internacional Público e Economia.</p> pt-PT luis.cunha@defesa.pt (Luís Cunha) antonio.baranita@defesa.pt (António Baranita) Dom, 25 Ago 2024 23:57:18 +0100 OJS 3.2.1.2 http://blogs.law.harvard.edu/tech/rss 60 Editorial https://revistas.rcaap.pt/nacao/article/view/36726 <p>O ano 2049 vai ser particularmente relevante para a China e, em consequência, para o mundo. A República Popular da China (RPC) celebrará o centenário da sua fundação, agora com o estatuto de potência global. Até essa data a elite política chinesa definiu objetivos intermédios, como sejam a elevação da tecnologia Made in China a referência mundial e a conclusão da modernização do Exército Popular de Libertação. A competição tecno-geopolítica é hoje uma realidade incontornável no plano político e económico mundial. Não é certo que a RPC consiga ultrapassar os Estados Unidos da América (EUA) na condição de economia cimeira, embora as condições para alcançar essa meta tenham vindo a ser paulatinamente criadas.</p> Isabel Ferreira Nunes Direitos de Autor (c) 2024 https://revistas.rcaap.pt/nacao/article/view/36726 Dom, 25 Ago 2024 00:00:00 +0100 Convergência e Divergência nas Relações Sino-Europeias https://revistas.rcaap.pt/nacao/article/view/36727 <p>As relações formais da China com a Europa comunitária tiveram início em 1975, ainda antes da “abertura ao mundo” encetada por Deng Xiaoping. Dessa aproximação estratégica viriam a resultar intensas ligações, sobretudo comerciais, beneficiando as duas partes. Ao longo ciclo de convergência política, económica e diplomática nas relações sino-europeias sucedeu uma União Europeia (UE) mais crítica da China. A competição económica entrou numa fase mais intensa e o défice comercial da UE com a China agudizou-se. O PIB chinês ultrapassou o da UE. A Comissão Europeia passa a considerar a China um parceiro negocial, um competidor estratégico e um “rival sistémico”. Uma potência revisionista que defende uma ordem mundial alternativa. Às restrições nas exportações de tecnologia de ponta para a China, a UE acopla o “de-risking”. O ciclo de divergência entre a Europa e a China provavelmente vai continuar.</p> Carlos Gaspar Direitos de Autor (c) 2024 https://revistas.rcaap.pt/nacao/article/view/36727 Dom, 25 Ago 2024 00:00:00 +0100 China https://revistas.rcaap.pt/nacao/article/view/37199 <p>A China tem vindo a tornar-se um ator global, paulatinamente, mais relevante na Ordem Internacional. Ao longo das últimas décadas desenvolveu uma estratégia geoeconómica que lhe permitiu crescer e desenvolver internamente, mas também projetar a sua economia externamente, tendo elevado ao expoente máximo a preocupação de proteger de ameaças externas esse processo. Acrescenta a este feito económico, a capacidade de implementar diversas organizações internacionais, com carácter de diálogo permanente, como os fóruns regionais ou a Organização de Cooperação de Xangai, que lhe permitiram alavancar a sua projeção política. A competição económica em curso entre a potência hegemónica, os Estados Unidos da América, e a China, levanta a questão: como poderá a China, através do desenvolvimento de uma estratégia geoeconómica afirmar-se enquanto poder global e desafiar a Ordem Internacional atual? Este artigo pretende dar resposta a esta pergunta, problematizando o conceito de geoeconomia e analisando o percurso da China nos últimos anos, através do diálogo entre diversos autores.</p> Cátia Miriam Costa Direitos de Autor (c) 2024 https://revistas.rcaap.pt/nacao/article/view/37199 Dom, 25 Ago 2024 00:00:00 +0100 Geopolítica e Poder Espacial https://revistas.rcaap.pt/nacao/article/view/37207 <p>O Programa Espacial da República Popular da China surgiu em 1956, com o estabelecimento da Comissão da Indústria de Aviação, que tinha como principal objetivo monitorizar e fazer a gestão do setor de aviação e indústria espacial chinesa. Atualmente, a China é um importante ator na corrida espacial, com diversos projetos ambiciosos em desenvolvimento, demonstrando as suas capacidades como Estado preponderante nas questões espaciais. No entanto, a crescente presença do país no Espaço também tem suscitado preocupações entre outros Estados, particularmente no que diz respeito às suas implicações militares e estratégicas, podendo conduzir a uma maior competição e tensão entre diferentes Estados no plano terrestre e espacial. Através de uma análise da teorização geopolítica sobre o Espaço, este artigo pretende identificar as implicações do Programa Espacial Chinês e da Space Silk Road. Concluindo-se que ambos têm implicações geopolíticas, económicas, de segurança, estratégicas, políticas, diplomáticas e tecnológicas.</p> Diogo Cardoso Direitos de Autor (c) 2024 https://revistas.rcaap.pt/nacao/article/view/37207 Dom, 25 Ago 2024 00:00:00 +0100 A Era de Governação de Xi Jinping e os Impactos na Segurança Regional e Internacional https://revistas.rcaap.pt/nacao/article/view/37205 <p>Xi Jinping trouxe para a governação chinesa uma revitalização das antigas lideranças fortes, centrada em redor de uma só pessoa, baseadas na exaltação das virtudes nacionais e numa projeção externa assertiva. Esta atitude política no espaço internacional tem entrado em rota de colisão com a ordem internacional tradicional liderada pelos Estados Unidos e com o quadro de interesses instalados. Aos poucos, o mundo vai-se fraturando entre dois espaços contraditórios de um grupo de democracias liberais com um centro político tácito em Washington e outro de um grupo de países autocráticos ou em alinhamento político com Pequim. Esta distribuição bipolar de poder, através de uma leitura marcadamente realista, promete uma confrontação direta entre os dois principais atores. O presente artigo procura avaliar as novas linhas de orientação da política externa chinesa, os grandes desafios e os fatores de cooperação e conflito no quadro regional e global da atualidade.</p> Jorge Tavares da Silva, Jorge Tavares da Silva Direitos de Autor (c) 2024 https://revistas.rcaap.pt/nacao/article/view/37205 Dom, 25 Ago 2024 00:00:00 +0100 (Des)Ordem Mundial “com Características Chinesas” https://revistas.rcaap.pt/nacao/article/view/37208 <p>Este artigo tem por objetivos descortinar de que forma a China vem promovendo uma ordem internacional alternativa à ordem liberal, entender as propostas e ideias chinesas, e analisar os impactos resultantes disso na ordem mundial existente. O argumento central é que a “ordem com características chinesas” tem muitas contradições e a sua promoção por Pequim tem resultado em mais desordem e num mundo mais seguro para as autocracias. O texto dividese em três partes. Na primeira, apresentam-se as ambições da China ressurgente e a tentativa de criar uma ordem sino-cêntrica, incluindo a visão inscrita na Comunidade Global de Futuro Partilhado e nas Iniciativas Faixa e Rota, de Desenvolvimento Global, de Segurança Global e de Civilização Global. A segunda perscruta os sucessos, as insuficiências e as contradições entre o discurso e as ações da República Popular da China (RPC) na contestação da ordem liberal e promoção de um novo modelo de governação global. E na terceira discutimos os elementos constitutivos da “ordem com características chinesas” e os seus impactos na ordem mundial.</p> Luís Tomé Direitos de Autor (c) 2024 https://revistas.rcaap.pt/nacao/article/view/37208 Dom, 25 Ago 2024 00:00:00 +0100 A Relação Impossível https://revistas.rcaap.pt/nacao/article/view/37209 <p>As relações sino-americanas passaram a ser encaradas a partir do prisma da segurança nacional. Na visão de Washington, a ascensão geopolítica da China como uma “potência revisionista” exige uma resposta estratégica, apoiada num consenso bipartidário. Previsivelmente, Pequim rejeita tal entendimento geopolítico. Mas enquanto Trump não se mostrava particularmente interessado na dimensão cooperativa da relação bilateral, Biden salienta-a. Em todo o caso, a Casa Branca não tem conseguido estabilizar o relacionamento com uma China determinada a contestar a hegemonia americana e a reestruturar a ordem liberal.</p> Vasco Rato Direitos de Autor (c) 2024 https://revistas.rcaap.pt/nacao/article/view/37209 Dom, 25 Ago 2024 00:00:00 +0100 Taiwan e a Rutura Progressiva do Statu Quo https://revistas.rcaap.pt/nacao/article/view/37248 <p>Taiwan é um foco crítico na geopolítica do século XXI. O aumento das tensões estratégicas entre a China e os EUA, a insistência de Pequim em acelerar a reunificação e a ascensão do independentismo na ilha determinam um grave triângulo de instabilidade. Após a eclosão da guerra na Ucrânia, existe a preocupação com a possibilidade de um conflito armado na Ásia que teria potencial suficiente para alterar a hegemonia regional e global. O resultado das eleições legislativas e presidenciais que terão lugar no próximo mês de janeiro de 2024 na ilha poderá acentuar os riscos ou, pelo contrário, abrir esperanças de moderação nas perspetivas. De uma forma ou de outra, o fim do statu quo está em jogo e entrou na fase de contagem regressiva.</p> Xulio Ríos Direitos de Autor (c) 2024 https://revistas.rcaap.pt/nacao/article/view/37248 Dom, 25 Ago 2024 00:00:00 +0100