QUISTO BRANQUIAL: A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO

Autores

  • Ana Sofia Marinho
  • Catarina Sousa
  • Ana Coelho
  • Cidade Rodrigues
  • Mónica Recamán
  • Fátima Carvalho

DOI:

https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v24.i0.9597

Resumo

Introdução: As anomalias dos arcos branquiais correspondem a 30% de todas as anomalias congénitas cervicais, sendo um importante diagnóstico diferencial a considerar na patologia do pescoço em idade pediátrica. A sua apresentação clínica pode variar entre quistos, sinus ou fistulas, e a sua localização mais comum é ao longo da face anterior do músculo esterno-cleidomastoideu. Apesar de muitos médicos considerarem o seu diagnóstico fácil e aparente, artigos recentes descrevem baixos índices de acurácia diagnóstica. Uma história clínica detalhada, que inclua a idade do doente, o tamanho e a duração da lesão, bem como a presença ou ausência de sintomas associados é de crucial importância para um correto diagnóstico.

Caso Clínico: Apresentamos um caso clínico de uma criança do sexo feminino com 10 anos, sem antecedentes pessoais de relevo, referenciada à consulta externa de Cirurgia Pediátrica pelo Médico Assistente por uma tumefação cervical direita assintomática, com meses de evolução, detetada no exame objetivo de rotina. Na nossa consulta, detetada tumefação cervical direita no terço médio do pescoço, anteriormente ao músculo esternocleido-mastoideu, de consistência elástica, com cerca de 30cm x 25cm. Do estudo complementar realizado apresenta ecografia com descrição de lesão compatível com quisto branquial. Doente submetida a exérese cirúrgica completa da lesão, sob anestesia geral. Resultado anatomopatológico definitivo a confirmar a presença de um quisto branquial do tipo amigdalóide.

Comentários: Os quistos branquiais correspondem a 17% de todas as massas cervicais encontradas em idade pediátrica. A grande maioria destes origina-se a partir do segundo arco branquial. Os quistos branquiais devem ser lembrados no diagnóstico diferencial de qualquer tumefação na porção lateral do pescoço, principalmente quando ocorrem nas primeiras décadas de vida. Um diagnóstico pré-operatório incorreto destas lesões não é incomum, sendo os principais diagnósticos diferenciais o linfangioma, a linfadenite cervical, o quisto do ducto tireoglosso, os quistos dermóides e neoplasias, entre outros. O estudo imagiológico é de crucial importância nesta patologia, quer para orientar o diagnóstico, quer para facilitar a técnica cirúrgica, sendo que apenas a histologia da lesão nos dá o diagnóstico definitivo. O tratamento de escolha é a excisão cirúrgica completa.

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Publicado

2016-07-07

Como Citar

1.
Marinho AS, Sousa C, Coelho A, Rodrigues C, Recamán M, Carvalho F. QUISTO BRANQUIAL: A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO. REVNEC [Internet]. 7 de Julho de 2016 [citado 27 de Setembro de 2024];24:S25. Disponível em: https://revistas.rcaap.pt/nascercrescer/article/view/9597

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