HIPERTRANSAMINEMIA NA ADOLESCÊNCIA: ANÁLISE DOS ÚLTIMOS 10 ANOS NUM HOSPITAL TERCIÁRIO

Authors

  • Fábia Carvalho
  • Inês de Medeiros
  • Teresa Pontes
  • Marina Majar
  • Alexandra Estrada
  • Henedina Antunes

DOI:

https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v24.i0.9644

Abstract

Introdução: O aumento das transamínases em idade pediátrica é frequente e está associado não só a causas hepáticas como extra-hepáticas, embora menos frequentes. Assim, o objetivo do presente estudo é descrever as causas mais frequentes de hipertransaminemia na adolescência.

Métodos: Estudo de coorte retrospetivo que incluiu todos os adolescentes (10 aos 17 anos e 365 dias) que apresentaram valores de transaminases (T) elevadas, entre 1 de janeiro de 2004 e 31 de dezembro de 2014, num hospital terciário. Todos os valores elevados de T foram fornecidos pelo Serviço de Patologia Clínica e adequados ao sexo e idade e foram revistos os dados destes doentes no processo electrónico, aplicação Glintt. Na análise estatística utilizou-se o teste t.

Resultados: Foram incluídas 63 medições correspondentes a 39 casos, 54% do sexo masculino. A mediana de idades foi de 15 anos (mínimo: 10; máximo: 17 anos). O valor máximo de TGO e TGP foi de 1741 e 1332U/L, respetivamente. Os valores de TGO e TGP foram superiores no sexo feminino (p=0,020 e p=0,035). O aumento de desidrogenase láctica (LDH) e creati-nofosfoquinase (CK) foi estatisticamente superior para valores de TGO superiores a 100U/L (p=0,001e p=0,045, respectiva- mente). Os valores de TGP mais elevados estiveram associa- dos a valores de CK e proteína C reactiva (PCR) aumentados (p=0,013 e p=0,001). O aumento da TGP está associado ao aumento da TGO (p=0,003), mas o contrário nem sempre se verifica (p=0,318). A maioria das medições foram pedidas pelo Serviço de Urgência de Pediatria (57,5%), seguida da Consulta de Gastroenterologia Pediátrica (12,5%). A maioria dos casos de hipertransaminemia (30%) foram de causa infecciosa, des- tes, 23% corresponderam a casos de Mononucleose Infecciosa (MI) e 18% a casos de hepatite de diferentes etiologias – fígado gordo, auto-imune, medicamentosa e vírus da Hepatite A e B. Foram também descritos casos de miosite, gastroenterite aguda, malária, obesidade, glicogenose tipo 1, estado de mal epiléptico e politraumatismos.

Conclusões: Este trabalho permitiu rever algumas das causas mais frequentemente associadas ao aumento das transaminases na adolescência. A patologia infeciosa, nomeadamente a MI, é aquela com maior relevo, no entanto, muitas outras causas menos comuns podem estar associadas e devem sempre ser lembradas na abordagem etiológica.

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1.
Carvalho F, de Medeiros I, Pontes T, Majar M, Estrada A, Antunes H. HIPERTRANSAMINEMIA NA ADOLESCÊNCIA: ANÁLISE DOS ÚLTIMOS 10 ANOS NUM HOSPITAL TERCIÁRIO. REVNEC [Internet]. 2015Dec.1 [cited 2024Mar.28];24:S32. Available from: https://revistas.rcaap.pt/nascercrescer/article/view/9644