Qualidade da referenciação dos cuidados de saúde primários para a consulta de psiquiatria

Autores

  • Marta Lopes Unidade de Saúde Familiar Remo (Reguengos de Monsaraz - Évora), Agrupamento de Centros de Saúde do Alentejo Central
  • Teresa Alves dos Reis NOVA Medical School/Faculdade Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa; Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental, Hospital do Espírito Santo de Évora
  • Jorge Lorga Ramos Unidade de Saúde Familiar Planície (Évora), Agrupamento de Centros de Saúde do Alentejo Central
  • José Palma Góis Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental, Hospital do Espírito Santo de Évora

DOI:

https://doi.org/10.25752/psi.8328

Palavras-chave:

Referenciação, Cuidados de Saúde Primários, Consulta de Psiquiatria

Resumo

Introdução: Em Portugal, os médicos de família são a principal fonte de referenciação de casos para os serviços de saúde mental. A qualidade da referenciação pode ter consequências, tanto para o médico de medicina geral e familiar que referencia o utente como para o psiquiatra que o irá receber, e sobretudo para o utente referenciado.

Objetivos: Avaliar a qualidade das referenciações das unidades de saúde do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Alentejo Central para a consulta de psiquiatria do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE); determinar a frequência dos grandes grupos de doenças psiquiátricas apontados como hipóteses diagnósticas na referenciação.

Métodos: Estudo observacional descritivo transversal. Foram incluídas todas as referenciações correspondentes ao período entre dezembro de 2013 e maio de 2014. Os documentos de referenciação foram analisados em termos de estrutura e conteúdo, tendo em conta os critérios de referenciação descritos pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Foi determinada a frequência dos grandes grupos de doenças psiquiátricas, definidos no manual de codificação Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition (DSM5), apontadas como hipóteses diagnósticas na referenciação.

Resultados: Das 245 referenciações analisadas, 220 foram incluídas no estudo. Apenas 2,27% das referenciações tinham os 11 campos definidos na plataforma Alert P1® devidamente preenchidos. Em 35% das referenciações não foi identificado qualquer critério que justificasse o encaminhamento. A falha terapêutica constituiu o critério mais apontado, estando presente em 30,91% das referenciações. Os quadros depressivos e ansiosos são os mais referenciados à consulta de psiquiatria.

Conclusões: Os resultados evidenciaram a importância de sensibilizar os Médicos de Família para um correto e completo preenchimento do guia de referenciação da plataforma Alert P1®. É imperiosa a necessidade de definir e implementar critérios de referenciação em Portugal que possibilitem uma melhoria da comunicação entre cuidados de saúde primários e secundários no âmbito da Saúde Mental.

Biografias Autor

Marta Lopes, Unidade de Saúde Familiar Remo (Reguengos de Monsaraz - Évora), Agrupamento de Centros de Saúde do Alentejo Central

Médica Interna de Formação Específica de Medicina Geral e Familiar

Teresa Alves dos Reis, NOVA Medical School/Faculdade Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa; Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental, Hospital do Espírito Santo de Évora

Doutoranda em Medicina na NOVA Medical School/Faculdade Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa;

Interna do internato complementar de Psiquiatria no Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental, Hospital do Espírito Santo de Évora

Jorge Lorga Ramos, Unidade de Saúde Familiar Planície (Évora), Agrupamento de Centros de Saúde do Alentejo Central

Assistente Graduado Sénior em Medicina Geral e Familiar

José Palma Góis, Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental, Hospital do Espírito Santo de Évora

Diretor do Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental

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Publicado

2018-07-02

Edição

Secção

Artigos Originais