Decomposição in situ de folhas senescentes de pereira (Pyrus communis L. cv. Rocha)
DOI:
https://doi.org/10.19084/rca.15469Resumo
Estudou-se a variação da perda de peso e a contribuição das folhas senescentes de pereira (cv. Rocha) para a restituição de azoto (N) ao solo através da técnica dos sacos de decomposição in situ, colocados em Outubro de 2003 à superfície do solo dum pomar situado no Cadaval (Oeste de Portugal). Os sacos contendo folhas senescentes colhidas em pereiras com um ano de plantação e fertilizadas com três níveis de N (0, 10 e 40 kg N/ha), foram recolhidos em Dezembro de 2003, Janeiro, Fevereiro, Maio, Julho e Outubro de 2004 e Março de 2005. No mesmo pomar enterraram-se, em Outubro de 2003, 12 cilindros de PVC, contendo à superfície folhas senescentes de pereiras com três anos de plantação e fertilizadas com 40 kg N/ha de adubo enriquecido com 10% de átomos de 15N. Os cilindros foram recolhidos em Janeiro, Março, Junho e Novembro de 2004. Determinouse a variação do peso e os teores de N total e enriquecimento em 15N nos resíduos, e nas amostras de terra avaliaram-se os teores de N total, N-inorgânico e carbono (C) orgânico, bem como os nitratos potencialmente lixiviados e adsorvidos em resinas de troca aniónica, em cada data.
A decomposição in situ das folhas senescentes das pereiras Rocha jovens variou significativamente com a fertilização azotada após 506 dias. As folhas provenientes da modalidade 0 kg N/ha apresentaram menor peso residual (21% do inicial) e menor teor de N (44% do teor inicial de N) comparativamente com as folhas resultantes das modalidades adubadas com N, no final do período em estudo. Padrão idêntico de comportamento verificou-se na decomposição in situ das folhas das árvores com três anos, colocada à superfície do solo dos cilindros de PVC enterrados. A mineralização do N destas folhas levou à disponibilização do N para as árvores no início do abrolhamento e a partir de Junho, não se tendo observado lixiviação do N mineral produzido.