Grau de cobertura do solo e dinâmica da vegetação em olivais de sequeiro com a introdução de herbicidas
DOI:
https://doi.org/10.19084/rca.15721Resumo
São apresentados resultados do grau de cobertura do solo e da dinâmica da vegetação num olival de sequeiro, localizado em Mirandela, após a introdução de herbicidas como estratégia de manutenção do solo. As modalidades em estudo foram: mobilização tradicional; herbicida pós-emergência (glifosato); e herbicida com componentes de acção residual e pós-emergência (diurão+glifosato+terbut ilazina). O grau de cobertura e a composição da vegetação foram avaliados desde 2002 a 2007 pelo método do ponto quadrado. Ambas as soluções herbicidas combateram adequadamente a vegetação herbácea em aplicação única anual. O grau de cobertura no talhão mobilizado, antes da primeira mobilização, oscilou entre 50 a 80 % e 30 a 60 % debaixo e fora da copa, respectivamente. O tratamento com glifosato permitiu um grau de cobertura em Abril entre 60 a 90 % debaixo da copa e 40 a 50 % fora da copa. No tratamento com herbicida residual o grau de cobertura do solo foi sempre muito baixo ao longo do ano. A gestão da vegetação com glifosato permitiu a cobertura do solo durante todo o ano, com vegetação viva desde o Outono à Primavera e um mulching de vegetação morta durante o Verão. Nas restantes modalidades o solo permaneceu descoberto durante grande parte do ano. No talhão gerido com glifosato a vegetação manteve elevada dinâmica. Um ano após o início da aplicação de glifosato apareceu a dominar o coberto Ornithopus compressus. Com o tempo ganharam importância algumas espécies de Inverno de ciclo muito cur-to (como Mibora mínima e Logfia gallica)e outras de elevada produção de sementes e fácil dispersão pelo vento (como Hypochaeris radicata e Conyza canadensis) com origem provável em incultos e caminhos que circundam o olival ou em plantas individuais que escaparam à acção dos herbicidas.