A Ilha da Madeira durante a Grande Guerra (1914-1918)

Tópicos de Política e Defesa

Autores

  • Paulo Miguel Rodrigues Doutor em História Contemporânea, Professor Auxiliar na Universidade da Madeira (UMa), Presidente do Centro de Competências de Artes e Humanidades e Diretor do Centro de Investigação em Estudos Regionais e Locais (CIERL/UMa).

Resumo

A Madeira, situada numa zona de interseção, crucial para os interesses britânicos e alemães, no Atlântico próximo-sul europeu e norte africano e à entrada do Mediterrâneo, despertou, desde o final do século XIX, múltiplas cobiças, que a diplomacia portuguesa, apesar de condicionada, foi conseguindo gerir e, de uma forma geral, usar a favor dos interesses globais de Portugal. Com uma importância geoestratégica fundada e (re)criada ao longo século XIX, mas sempre sustentada nos interesses das grandes potências continentais com projeção naval e imperial, a Madeira viveu de perto o aproximar da guerra também pelo facto de nela existirem duas importantes comunidades britânica e germânica, que não se podiam manter alheadas da crise internacional. Depois, com o envolvimento direto de Portugal e a expansão da atividade dos submarinos alemães, a ilha foi bombardeada por duas vezes: a primeira, em dezembro de 1916; a segunda em dezembro de 1917. Foi o único espaço português no hemisfério Norte a sofrer um ataque de tal dimensão, ao qual se podem ainda juntar as inúmeras vezes em que se registou ou houve apenas notícia da atividade dos submarinos no mar do arquipélago, com todas as consequências políticas e militares, que daí resultaram.

Downloads

Publicado

2024-10-07