Trends of Secession and Retrocession in International Politics
the Case of Taiwan and Kosovo
Resumo
Após a 2.ª Guerra Mundial a tendência da política internacional tem sido as secessões: vários países nasceram em resultado da implosão de grandes Estados. No entanto, em casos específicos, a tendência foi exactamente a oposta: retrocessão, através da qual pequenas unidades integraram outros Estados bem maiores. A China permanece como uma excepção neste contexto de casos de retrocessão. Entre as décadas de 1920 e 1930, as concessões estrangeiras (com excepção de Taiwan, Hong Kong e Macau) foram‑lhe devolvidas, após um longo período de controlo externo. Mais tarde, respectivamente em 1997 e 1999, Hong Kong e Macau foram inseridas na China encaixando no modelo de retrocessão. Este artigo foca‑se em Taiwan, que pode tornar‑se, pela segunda vez, um exemplo primário de retrocessão, concretizando a política chinesa de reunificação; ou pode transformar‑se num caso de secessão, para satisfação de muitos taiwaneses. Ter‑se‑á em consideração o potencial efeito de dominó resultante da proclamação unilateral de independência por parte do Kosovo, o exemplo mais recente de secessão, o qual foi, ainda que durante um curto período tempo, seguido de manifestações pró‑independência no Tibete. Através da análise das similariedades e diferenças entre os dois casos, este artigo defende que a declaração de independência do Kosovo abriu uma nova frente na antiga e extensa batalha diplomática entre a China e Taiwan. Os líderes chineses têm sido dos maiores críticos da independência do Kosovo, receando que tal precedente possa ser um perigoso catalizador para movimentos secessionistas em termos globais, mas mais especificamente para aqueles localizados em Taiwan, no Tibete e em Xinjiang.
