DOENÇA DE SORO-LIKE – A PROPÓSITO DE 3 CASOS
DOI:
https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v24.i0.9646Abstract
Introdução: A doença soro-like é uma patologia rara, cuja fisiopatologia ainda não se encontra estabelecida e que ocorre mais frequentemente em idade pediátrica. O diagnóstico é essencialmente clínico, sendo determinado pela relação temporal entre a ingestão do fármaco e o aparecimento da sintomatologia (1-3 semanas), classicamente composta por febre, lesões cutâneas e artralgias. Geralmente o estudo laboratorial plasmático e urinário não apresentam alterações. Para o seu diagnóstico devem ser excluídas outras patologias, por exemplo a doença de Kawasaki, o lúpus eritematoso sistémico e a vasculite urticariforme.
Descrição dos casos: Apresentam-se 3 casos de crianças com idades compreendidas entre os 15 meses e os 3 anos. Após 6-8 dias de terapêutica com amoxicilina ou amoxicilina/ácido clavulânico desenvolveram um quadro de exantema eritematoso urticariforme pruriginoso, associado a edema das pequenas articulações, com ou sem febre. O tratamento efetuado incluiu a suspensão do fármaco, corticoterapia e anti-histamínicos, verificando- se resolução clínica entre 3 a 10 dias. Nos 3 casos, o estudo da IgE específica para antibióticos β-lactâmicos foi negativo, tendo sido programada a prova de provocação oral (PPO).
Discussão: As reações a fármacos são raras e relacionam-se, na sua maioria, com as suas ações farmacológicas. Em idade pediátrica, a prevalência de exantemas de etiologia vírica é elevada, sendo, por isso, difícil estabelecer um diagnóstico perante uma criança sob antibioterapia que se apresente com clínica de alterações cutâneas e/ou articulares. Nos casos apresentados, a hipótese de doença de soro-like é considerada a mais provável devido à relação temporal entre a ingestão do fármaco e o aparecimento da clínica, que por si só é também sugestiva. A negatividade para a IgE específica vem reforçar o diagnóstico. Contudo, é necessária a realização de PPO para um diagnóstico. Nestes doentes, um diagnóstico definitivo é essencial, por um lado para assegurar a segurança da criança e, por outro, para tranquilizar os cuidadores e evitar o uso de antibioterapia de largo espectro de forma desnecessária, caso seja negativa a prova.
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