Plantas aromáticas usadas como condimentos: prevalência de ácidos gordos polinsaturados

Autores

  • Carla Pereira
  • Lillian Barros
  • Isabel C.F.R. Ferreira

DOI:

https://doi.org/10.19084/RCA16227

Resumo

Tradicionalmente, as plantas aromáticas são adicionadas para aprimorar o sabor aos alimentos e substituir o uso excessivo de sal ou condimentos com alto teor em gordura. Reconhecidas desde a antiguidade como alimentos funcionais, estas ervas continuam a ser recomendadas em dietas contemporâneas por fornecerem benefícios fisiológicos adicionais aos requisitos nutricionais mais comuns. De entre os compostos fitoquímicos responsáveis por estas propriedades, destacam-se os ácidos gordos, especialmente os ácidos gordos essenciais, que têm papéis fundamentais no crescimento e na manutenção de um estado equilibrado de saúde. Assim, o presente estudo teve como objetivo comparar a composição em ácidos gordos de vinte e seis espécies amplamente consumidas como condimentos, nomeadamente aneto, cebolinho, coentros, erva-peixeira, estragão, loureiro, malaguetas, orégãos, salsa, segurelha, tomilho-vulgar, manjerona, alecrim, alfazema, carqueja, erva-príncipe, funcho, hortelã-vulgar, hortelã-pimenta, limonete, manjericão, poêjo, salva, stévia, tomilho bela-luz e tomilho-limão.

A técnica utilizada foi a de análise GC-FID (cromatografia gasosa com deteção por ionização de chama) e os resultados foram expressos em percentagem relativa dos diferentes ácidos gordos.

Nos condimentos analisados, foram encontrados trinta e dois ácidos gordos diferentes, com prevalência de ácidos gordos polinsaturados (PUFA), seguidos dos ácidos gordos saturados (SFA) e monoinsaturados (MUFA). A carqueja revelou a percentagem mais elevada de SFA (60,12%), com a contribuição significativa dos ácidos palmítico (C16:0, 25,66%) e araquídico (C20:0, 13,39%). As malaguetas demonstraram uma prevalência de MUFA com elevadas percentagens de ácido oleico (C18:1n9, 19,26%), enquanto o cebolinho e o funcho apresentaram as maiores percentagens de PUFA, ambas com grandes percentagens de ácidos linoleico (C18:2n6; 22,85 e 24,38%, respetivamente) e α-linolénico (C18:3n3; 47,77 e 45,89%, respetivamente).

Com este estudo foi possível aprofundar o conhecimento de várias plantas aromáticas, no que respeita à sua composição em ácidos gordos, permitindo corroborar a relevância da sua contribuição para uma melhorada nutrição.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Downloads

Publicado

2019-01-13

Edição

Secção

Geral