Xylella fastidiosa: uma nova ameaça para a agricultura e floresta portuguesas

Autores

  • Paula Sá Pereira

DOI:

https://doi.org/10.19084/rca.16907

Resumo

Xylella fastidiosa é uma bactéria Gram-negativa classificada como organismo de quarentena pela EPPO (Lista A1), desde 1981. É uma bactéria restrita ao xilema, com uma ampla gama de hospedeiros (mais de 300 espécies), que afeta as culturas agrícolas e espécies florestais de grande importância económica. É um desafio de quase 30 anos na América para os produtores de videira (doença de Pierce) e citrinos (clorose variegada dos citrinos). O primeiro surto na Europa foi reportado em outubro de 2013, no sul da Itália, na região de Apúlia, área de Salento. A estirpe CoDiRO (X. fastidiosa subsp. pauca) foi responsável pela doença – “Complesso del disseccamento rapido dell'olivo” (CoDiRO). Mais de 8000 ha de oliveiras foram destruídas, e quase 21 000 ha estão em quarentena, o que equivale a mais de 53 milhões de euros em prejuízos. É confirmado pela EFSA, que emitiu um alerta em janeiro de 2015, que a disseminação de X. fastidiosa está longe de estar controlada. Especialistas da EFSA alertaram os países europeus para o facto de ser "muito provável" que X. fastidiosa se dissemine, o que representa um grande risco para olivais europeus, e advertiram que a doença é uma "ameaça muito séria" para a agricultura europeia. Não há registo de planos de erradicação bem-sucedidos, assim uma estratégia de investigação abrangente e multidisciplinar, é necessária porque X. fastidiosa tem um notável poder de adaptação. Está provado que eventos de introgressão têm permitido que X. fastidiosa angarie novos hospedeiros. A sua competência natural de adquirir novos genes transforma-a num agente fitopatogénico, com todas as condições necessárias para se adaptar a quase qualquer nicho ecológico.

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Publicado

2019-01-23

Edição

Secção

Geral