Sustentabilidade dos sistemas dominantes de produção agrícola e pecuária em sequeiro na região Alentejo: diferenças nos resultados económicos e efeitos ambientais

Autores

  • Maurícia Rosado
  • Carlos Marques
  • Rui Fragoso

DOI:

https://doi.org/10.19084/rca.16935

Resumo

Este artigo apresenta um estudo de caso com dois sistemas agrícolas tradicionais característicos da área Mediterrânea, no Alentejo, região sul de Portugal. Um sistema agrícola tradicional dominante na produção de culturas e, um segundo sistema agrícola tradicional vocacionado para a produção de pastagens e forragens dominante em produção animal. Para cada sistema de produção foi desenvolvido um modelo de programação linear que considera os aspetos económicos e ambientais. Os modelos maximizam o lucro da exploração sujeito a restrições de recursos, de implementação das rotações e restrições ambientais. Estes sistemas tradicionais da área Mediterrânea, foram comparados em termos de resultados económicos, impactes ambientais e “trade-offs”. Os impactes ambientais foram avaliados do “berço ao túmulo” seguindo uma análise de input-output (I/O) do azoto e da energia utilizada e uma metodologia do ciclo de vida (ACV) para os gases de efeito de estufa, acidificação, eutrofização e um indicador agregado de impacte ecológico. Os resultados mostram que o sistema predominante em pecuária tem impacte ambiental maior e rendimento líquido mais baixo do que o sistema predominante em culturas. Os preços sombra das restrições ambientais foram comparados em ambos os sistemas para avaliar os potenciais custos e eficiências de políticas ambientais que promovem a sua sustentabilidade. Os custos requeridos para compensar os agricultores por reduções de impacte ambiental são mais baixos para o sistema predominante em animais que para o de culturas. Por isso as prioridades políticas deverão ser dirigidas mais para o sistema predominante de animais do que para o de culturas. Os subsídios representam uma parte substancial do rendimento líquido em ambos os casos. Assim, em ambos os casos, mas particularmente em explorações predominantes de animais há uma margem considerável para melhorar a eficácia das políticas de redução dos impactes ambientais.  

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Publicado

2019-01-24

Edição

Secção

Geral