A pegada do “Ouro Líquido” Mediterrânico nos ecossistemas aquáticos: estudo dos impactos da indústria oleícola no Rio Tua, Portugal

Autores

  • Silvana Teixeira Costa
  • Fernando Miranda
  • Fernando Teixeira
  • Aya Zidouh
  • Conceição Fernandes
  • Luís Dias
  • Zulimar Hernandez
  • Amílcar Teixeira

DOI:

https://doi.org/10.19084/rca.33352

Resumo

Atualmente, 80.000 t de bagaço de azeitona são processadas numa única unidade extratora localizada na região de Trás-os-Montes e Alto Douro, produzindo águas-ruças (OMWW) que são altamente fitotóxicas. A falta de medidas de gestão para este resíduo em específico, levanta a importância de compreender como este pode impactar a integridade ecológica dos ecossistemas aquáticos. Assim, oito locais espalhados pelo Rio Tua e tributários foram sazonalmente monitorizados durante um ano (2021-2022), segundo as normativas da Diretiva-Quadro da Água. Foram também caracterizados sedimentos de três locais a montante e no canal de descarga industrial. De forma a entender a potencial toxicidade das OMWW, os bioindicadores Daphnia magna e Unio delphinus foram sujeitos a exposições aguda (24 horas) e crónica (14 dias), respetivamente. Os resultados obtidos mostraram que as áreas de estudo localizadas a jusante da unidade extratora, apresentam um significante decréscimo na qualidade da água (valores elevados para demanda de oxigénio e fenóis) e nos habitats aquáticos (sedimentos anóxicos). Diversas métricas ecológicas e análises multivariadas detetaram o impacto ecológico das descargas industriais. Os ensaios revelaram elevada toxicidade para diferentes níveis tróficos, de onde se destaca os 8,88 mg/L OMWW necessários para levar à morte de 50% da população de D. magna testada.

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Publicado

2024-02-09

Edição

Secção

Geral