Legado de informação de solos e novas tecnologias na antevisão de delimitação de “terroirs”
DOI:
https://doi.org/10.19084/rca.33464Resumo
O conceito de terroir em viticultura associa-se à variação de fatores ambientais que influenciam o comportamento da vinha e maturação das uvas. Em especial, o solo afeta a variação espacial de recursos (e.g. água e nutrientes). Os avanços tecnológicos, como a tecnologia computacional, permitem estudar em detalhe o ambiente, mormente a variabilidade espacial do solo e do relevo. Numa área para instalação de uma vinha, foi analisada a variabilidade espacial do solo e respetivas características. Primeiramente, identificaram-se os tipos de solos, a partir de cartografia na escala 1:25000. Face à heterogeneidade da área avaliou-se a condutividade elétrica aparente do solo (sensor EM38-MK2, Geonics Limited, dados recolhidos em linhas contiguas de 10 em 10 m e frequência de recolha de segundo a segundo) a 0-50 e 50-100 cm de profundidade, para conhecer a variabilidade espacial de características do solo – mapeamento na escala 1:4000. Este mapeamento orientou a observação de perfis de solos, a amostragem e a análise detalhada, quanto à textura e contrastes texturais e outras características relevantes para a instalação e gestão da vinha. O mapeamento detalhado das características do solo, desenvolvido em SIG, e o modelo digital do terreno (MDT) definiram a variabilidade espacial do terreno, constituindo suporte para planear a vinha: delimitar blocos para alocar castas, seleção de porta-enxertos, esquematizar o sistema de instalação, e a gestão do solo e água.