Avaliação do efeito de culturas de cobertura na estrutura da comunidade florística e na produtividade da cultura do milho
DOI:
https://doi.org/10.19084/rca.34855Resumo
São cada vez mais necessários meios inovadores, para a gestão das infestantes, como são as culturas de cobertura. No entanto, e apesar dos objetivos definidos no Pacto Ecológico Europeu, a sua adoção pelos agricultores tem sido gradual independentemente das vantagens que apresentam na manutenção de matéria orgânica do solo, prevenção da erosão e em particular na redução da abundância e biomassa das infestantes. Para avaliar o impacto de misturas de Poaceae e Fabaceae como culturas de cobertura na estrutura da comunidade florística da cultura do milho foi instalado um ensaio no Ribatejo com três modalidades: Testemunha, cultura de cobertura e mobilização do solo. Durante o período de outono-inverno foi avaliada a biomassa da cultura de cobertura em cinco datas periódicas acompanhadas de observações através de imagens de satélite. Recorreu-se ao índice NDVI (Normalized Difference Vegetation Index) e à quantidade de biomassa para avaliar o efeitos das culturas de cobertura sobre a comunidade florística. Na primavera avaliou-se o efeito destas medidas culturais nas abundância e frequência das infestantes e na produtividade do milho. Até meio do ciclo da cultura os valores de NDVI permitiram detetar diferenças significativas entre tratamentos. A 1,5 meses da colheita estas diferenças não foram significativas, o que pode ser atribuído ao desenvolvimento da cultura, que atenua o efeito da competição das infestantes. As culturas de cobertura podem constituir uma nova oportunidade para os agricultores aumentarem a sustentabilidade dos sistemas culturais, reduzindo a dependência dos herbicidas e melhorando a qualidade do solo.