Resistência Adquirida aos Herbicidas em Portugal

Autores

  • João Portugal
  • Isabel Calha

DOI:

https://doi.org/10.19084/rca.35027

Resumo

Há cerca de 30 anos foi registado o primeiro caso de resistência adquirida a herbicidas em Portugal: Alisma plantago-aquatica resistente ao bensulfurão-metilo na cultura do arroz. Desde então a resistência aos herbicidas tem vindo a desenvolver-se em muitas espécies de infestantes. As alterações nas práticas culturais, nomeadamente novos sistemas culturais, combinados com o aumento da utilização de herbicidas conduziram à selecção de infestantes resistentes a uma vasta gama de herbicidas. Atualmente este problema afecta as nossa principais culturas - arroz, olival, vinha e pomares (citrinos e romãzeiras) havendo a acrescentar um caso na cultura do milho e outro no trigo. Conhecem-se 16 espécies de infestantes (4 dicotiledóneas e 12 monocotiledóneas) com populações resistentes. A resistência foi confirmada a herbicidas inibidores da ALS (Alisma plantago aquatica, Cyperus difformis, Echinochloa crus-galli subsp. hispidula, Echinochloa plyllopogon e Papaver rhoeas), aos inibidores da ACCase, (E. phyllopogon e Leptochloa fusca subp. fascicularis), aos inibidores do PSII  (Chenopodium album e C. difformis), ao herbicida glifosato, inibidor da enzima EPSPS (Conyza bonariensis, C. canadensis, Echinochloa crus-galli , Lolium perenne e  L. rigidum) e às auxinas sintéticas (Papaver rhoeas). A diversidade de mecanismos fisiológicos e bioquímicos responsáveis pela resistência inclui a insensibilidade da enzima alvo (TSR-Target site resistance), a resistência metabólica (NTSR-Non target site resistance) e resistência múltipla. Neste artigo apresenta-se de forma resumida a situação da resistência adquirida aos herbicidas a nível nacional numa perspectiva de estratégias adequadas para a gestão das infestantes considerando o mecanismo de resistência, a disponibilidade de herbicidas alternativos e de outras práticas culturais.

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Publicado

2024-04-16

Edição

Secção

Geral