Avaliação da flora espontânea e infestante das vinhas para a provisão de serviços dos ecossistemas com recurso ao indicador VIFLORES

Autores

  • Francisca C. Aguiar
  • Beatriz R. Pires
  • Carlos M. Lopes

DOI:

https://doi.org/10.19084/rca.35062

Resumo

A flora espontânea das vinhas na região mediterrânea tem sucitado grande interesse recentemente, devido à crescente consciencialização dos seus benefícios para os agroecossistemas, o solo e no fornecimento de Serviços dos Ecossistemas (SE). No entanto, é comum estas iniciativas de valorização da flora colidirem com as perdas por interferência com as videiras. Neste trabalho, desenvolveu-se o indicador VIFLORES- Valor da Flora das Vinhas para Serviços dos Ecossistemas-, com o objetivo de avaliar a importância da flora das vinhas. O VIFLORES varia de 0 a 1 e é calculado pela média da contribuição das espécies para três categorias de SE: Provisão (ex. uso medicinal), Regulação e Manutenção (ex. polinização) e Serviços Culturais (ex. estética da paisagem). Para mapear e comparar os valores florísticos das vinhas, propomos uma integração da densidade das espécies, da fenologia e do VIFLORES. Para testar esta abordagem, realizámos 192 levantamentos florísticos na primavera de 2021 em três vinhas da região vinícola do Alentejo, sul de Portugal, com diferentes modos de produção: Convencional (CPS), Integrado em Optidose (IPS) e Biológico (BPS). As entrelinhas das vinhas IPS e BPS foram significativamente mais diversas que as CPS e apresentaram um maior VIFLORES. As linhas BPS apresentaram valores de diversidade e indicadores significativamente mais elevados que as CPS e IPS, o que poderá estar relacionado com a gestão do solo. Embora a abordagem VIFLORES oriente para a promoção de vinhas multifuncionais, ainda é limitada na incorporação da sazonalidade da flora espontânea e necessita de validação para uma melhor decisão na gestão do solo.

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Publicado

2024-04-16

Edição

Secção

Geral