«Um centro na margem»: o caso do cinema português
DOI:
https://doi.org/10.31447/AS00032573.2006180.03Palavras-chave:
cinema português, indústria cinematográfica, mecanismo de produção e recepçãoResumo
Este trabalho defende a ideia de que as ligações especiais que o cinema mantém no âmbito local têm uma dimensão nacional, entendida, em primeiro lugar, no seu sentido subjectivo, mas que é, simultaneamente, parte de um mecanismo específico de produção e recepção. Desde o início, o cinema (arte ou indústria, arte e indústria) tem-se caracterizado quer pelas suas raízes nacionais, quer pelas suas relações internacionais (obras, recursos humanos, capitais). Este paradoxo é analisado tendo como referência o caso do cinema português, como exemplo de uma construção intencional, defendida durante mais de trinta anos, de uma excepção cinematográfica nacional: os artistas-cineastas de um pequeno país, sem indústria cinematográfica, têm resistido e, ao mesmo tempo, têm sido obrigados a submeterem-se parcialmente ao modelo europeu, nos aspectos da produção e do trabalho.