Como é que o Rendimento Básico Incondicional incentiva a reciprocidade
DOI:
https://doi.org/10.31447/2021127Palavras-chave:
Rendimento Básico Incondicional, reciprocidade, Estado Social, políticas de ativação laboralResumo
Este artigo discute o RBI como política que promove a reciprocidade na sociedade, olhando para os dados disponíveis sobre experiências sociais de transferências monetárias, em particular experiências de rendimento mínimo garantido e de rendimento básico. Os resultados destas experiências mostram que com a atribuição do rendimento incondicional os indivíduos não deixam de investir o seu tempo num emprego mas antes diversificam as suas atividades, investindo no cuidado prestado a familiares ou em atividades na comunidade. As experiências indicam também que, contrariamente a propostas de rendimento mínimo condicional (ex. rendimento social de inserção), o rendimento básico promove a redução do estigma social. Estes resultados permitem-nos expandir a nossa ideia de contribuição produtiva para além do emprego, e discutir o papel do rbi como um mecanismo que, ao invés de violar a norma de reciprocidade, funciona como política essencial para a sua promoção numa sociedade mais justa.