O Estado, o patronato e a indústria portuguesa (1922-1957)
DOI:
https://doi.org/10.31447/AS00032573.1998148.05Palavras-chave:
corporativismo, evolução económica, regulação económica, Estado Novo, SalazarResumo
Este artigo analisa a emergência e consolidação do corporativismo no regime autoritário de Salazar e do Estado Novo e a sua adaptação à evolução económica até depois da segunda guerra mundial. Na primeira parte caracterizam-se os elementos da crise económica da década de 1920-1930, interpretando a solução corporativa, na sua matriz original, como uma tentativa de patrocinar a sindicalização dos produtores em alguns sectores, transferindo para o Estado e daí para os produtores os custos económicos e políticos da organização e monitorização de acordos entre empresas. Face a uma estrutura industrial dispersa e com tremendas debilidades na organização de empresas, esta solução recolhe amplos consensos no patronato. No entanto, o corporativismo traz consigo o vírus da descentralização de decisões e rapidamente o Estado recua nas formas de representação autónomas de interesses. Na parte final analisa-se como se adaptaram os diferentes sistemas de regulação económica à conjuntura da década de 50.