Destinos cruzados: estruturas e processos da homogamia
DOI:
https://doi.org/10.31447/AS00032573.1997143.06Palavras-chave:
mobilidade social, percurso matrimonial, sócios de empresas recém-criadas, homogamiaResumo
Neste artigo pretende-se abordar, a propósito de um universo de sócios de empresas recém-criadas de dois concelhos periféricos de Lisboa, Loures e Barreiro, a questão da homogamia. Num primeiro ponto discute-se a pertinência de uma perspectiva que foca o desfasamento entre as representações que constroem a conjugalidade moderna e a lógica homogâmica das práticas de escolha do cônjuge. No segundo, a homogamia é metodologicamente trabalhada como estrutura, isto é, como produto final de uma decisão que recai sobre um par ou sobre alguém com uma posição vizinha no espaço social e, no terceiro, como processo, ou seja, privilegiando os cenários de interacção nos quais os parceiros vêm efectivamente a encontrar-se ou desencontrar-se. Conclui-se, por último, que, apesar de esta população se caracterizar por uma acentuada mobilidade social (face à geração de origem), o percurso matrimonial é socialmente endogâmico.