Emoções, anjos e demónios das mobilizações sociais
DOI:
https://doi.org/10.31447/202314Palavras-chave:
emoção, razão, mobilizações sociais, “paixões tristes”, pragmatismoResumo
Como poderemos dar às emoções o seu devido lugar na política e nas mobilizações sociais? E como poderemos evitar que as formas da sua expressão se tornem destrutivas dos costumes democráticos? Responder a estas perguntas requer apreender os diferentes aspetos do papel das emoções na política e na ação coletiva. Será, então, uma questão de compreender de onde vem a habitual subestimação deste papel. É o tratamento das paixões e, mais amplamente, da sensibilidade oposta à razão, pela filosofia ocidental e pela psicologia moderna, que está em questão. O apelo à razão para domesticar as paixões perde todo o sentido assim que deixamos de dotar a primeira de um estatuto transcendente e de um poder específico. Seria mais promissor substituir a dominação pela cooperação, como recomendaram os pragmatistas americanos William James e John Dewey.