Fumo sem fogo: determinações subjetivas, contraterrorismo e semiose
DOI:
https://doi.org/10.31447/202210Palavras-chave:
Contraterrorismo, policiamento, semiótica, pessoalidade, Portugal, União EuropeiaResumo
Este ensaio reflete sobre o policiamento contraterrorismo em Portugal, prestando atenção à sua vertente preventiva, que atua por antecipação, visando neutralizar as ameaças antes de estas se concretizarem. Neste âmbito, assume especial importância a vigilância dos posicionamentos pessoais que desafiam os limites aceitáveis da identidade e da cidadania e que, precisamente por isso, são apelidados de “radicais”. Assente numa pesquisa empírica realizada junto de uma unidade policial contraterrorismo, o ensaio propõe-se apreciar esta vertente da investigação criminal como um trabalho de natureza semiótica, marcado por interpretações e inferências falíveis, tecidas em torno de sinais e funções da pessoalidade.
Trata-se de uma dimensão do policiamento que se combina com uma cultura securitária de dimensão europeia que se tem
vindo a consolidar ao longo dos últimos vinte anos, apesar da considerável insignificância das ocorrências registadas.