Reconversões e reestruturações das elites: o caso da aristocracia em França
DOI:
https://doi.org/10.31447/AS00032573.1995134.06Palavras-chave:
reconversão da aristrocracia, elites francesas, reconversão de altos funcionáriosResumo
Os aristocratas constituem um grupo social que, em França, já não tem existência legal nem jurídica há mais de duzentos anos e cujos membros têm tido, na maior parte dos casos, grandes dificuldades e fortes resistências a conceber e concretizar reconversões. No entanto, nos últimos anos, um número significativo de aristocratas conseguiram reconverter os seus recursos sociais e simbólicos (redes de relações familiares e escolares, nome de família, título, etc.) em recursos económicos, entrando em sectores de actividade, como a publicidade, relações públicas, gestão, mercado de arte, etc., em que as qualidades de apresentação e de representação, a arte de acumular e de gerir as relações, o nome, são valorizados. O artigo examina os vários factores (estado do mercado de emprego, volume e estrutura dos diferentes recursos possuídos, características da família e dos actores, reacções dos outros grupos sociais em concorrência) que podem incitar ou, pelo contrário, demover os aristocratas dos processos de reconversão; no artigo analisam-se ainda outros casos de reconversão, em particular o dos altos funcionários que passam ao sector privado. A partir de vários estudos de caso, deveria ser possível elaborar progressivamente um modelo explicativo de diversos tipos de reconversão e de reclassificação das elites.