Portugal e o Plano Marshall: história de uma adesão a contragosto (1947-1952)
DOI:
https://doi.org/10.31447/AS00032573.1994128.04Palavras-chave:
Plano Marshall, ajuda financeira a Portugal, negociações para a adesão, política externa portuguesaResumo
Constitui objecto deste artigo mostrar como, a partir da proposta americana de ajuda financeira à Europa do segundo pós-guerra, que ficou universalmente conhecida por «Plano Marshall», o governo português, mesmo com hesitações e de certa forma a contragosto, foi participando nas negociações que conduziram à sua concretização. Aliás, como se afirma no texto, o encontro de Portugal com o Plano Marshall foi bem menos discreto e bem mais profundo do que foi sugerido pela propaganda oficial portuguesa da época. Ao contrário do que tem sido generalizadamente aceite, Portugal beneficiou mesmo da ajuda Marshall. Tema praticamente virgem na historiografia portuguesa contemporânea, este «Portugal e o Plano Marshall» passa sistematicamente em revista as principais fases das negociações que se estabeleceram no seio da OECE e como no decurso da participação portuguesa nessas negociações se assistiu a uma das mais importantes viragens da política externa portuguesa durante a vigência do Estado Novo.