Os primórdios da Intersindical sob Marcelo Caetano
DOI:
https://doi.org/10.31447/AS00032573.1990105.04Palavras-chave:
Intersindical, politização antigovernamental, regime corporativo português, Marcelo CaetanoResumo
O sucessor de Salazar à frente do regime corporativo português, Marcelo Caetano, tentou, a partir de 1968, levar a cabo algumas reformas no domínio sindical e de negociação colectiva. Aproveitando essa abertura, as forças oposicionistas conquistaram cerca de três dezenas de sindicatos, em eleições menos controladas do que anteriormente. Como consequência disto, alterou-se completamente o clima de paz corporativa que até então presidira à negociação de contratos colectivos, verificou-se uma aguda politização antigovernamental da acção sindical e formou-se o embrião de uma confederação, a Intersindical. Esta agruparia algumas das mais importantes associações de trabalhadores (da banca, comércio, metalurgia, indústria dos lanifícios, etc.). Formalmente proibida pelo governo em 1971, a Intersindical sobreviveu numa quase clandestinidade até à Revolução de 1974, no decurso da qual estará frequentemente em grande evidência.