A construção sociológica da juventude: alguns contributos
DOI:
https://doi.org/10.31447/AS00032573.1990105.07Palavras-chave:
teoria sociológica, representações da juventude, sociologia da juventude, paradoxos da juventudeResumo
A teoria sociológica vê-se cada vez mais confrontada com a necessidade de estabelecer rupturas com as representações correntes da juventude. De facto, de acordo com estas representações, os jovens são tomados como fazendo parte de uma cultura juvenil «unitária». No entanto, questão central que se coloca à sociologia da juventude é a de explorar não apenas as possíveis ou relativas similaridades entre jovens ou grupos de jovens (em termos de situações, expectativas, aspirações, consumos culturais, por exemplo), mas também - e principalmente - as diferenças sociais que entre eles existem. A sociologia da juventude, ela própria, tem vacilado entre duas tendências: a) numa delas, a juventude aparece referida a uma «fase da vida», prevalecendo a busca dos aspectos mais uniformes e homogéneos que caracterizariam essa fase da vida - aspectos que fariam parte da «cultura juvenil», específica, portanto, de uma geração definida em termos etários; b) noutra tendência, contudo, a juventude é tomada como um conjunto social necessariamente diversificado. Aos diferentes sentidos que o termo «juventude» tem tomado e às manifestações de sentido contrário que entre os jovens é possível encontrar se refere o autor com a expressão «paradoxos da juventude». Sobre estes e outros paradoxos se propõe reflectir, começando pelas representações ou «doxas» mais vulgares da juventude para chegar à noção («para doxa») de juventude como construção sociológica.
