Culturas da juventude, transformação social e a transição para a vida adulta na Grã-Bretanha
DOI:
https://doi.org/10.31447/AS00032573.1990105.08Palavras-chave:
modernas culturas da juventude, lazer, estilos de vida, ingresso no mercado de trabalhoResumo
Nas modernas culturas da juventude, distinguem-se três teorias sociológicas. Uma delas defende que as culturas da juventude estão sujeitas a uma socialização contínua, outra realça as visões estruturais entre os jovens nos domínios do lazer, enquanto a terceira sustenta que as culturas da juventude da classe trabalhadora são manifestações de resistência. Os autores defendem que cada uma destas teorias era, em certa medida, válida na altura em que foi formulada, durante os «30 gloriosos anos» que decorreram entre a Segunda Guerra Mundial e meados da década de 70. Desde então, as transformações registadas no processo de ingresso no mercado de trabalho deram origem a uma nova condição social para os jovens, definida por um elevado desemprego, períodos prolongados de transição para empregos de adultos, novas contradições e divisões e a ausência de vias claras de acesso a estatutos adultos. Dados recolhidos durante as fases iniciais da «Iniciativa 16-19» do Economie and Social Research Council indicam que, para um número considerável de jovens, o lazer deixou de ser um processo de socialização contínua destinado a reproduzir modelos sociais existentes. O lazer tornou-se, antes, uma esfera em que os jovens se adaptam à sua nova condição social ao criarem estilos de vida que muitos irão provavelmente conservar na vida adulta.