Clivagens do sistema político espanhol da transição (1975-85)
DOI:
https://doi.org/10.31447/AS00032573.1988101.02Palavras-chave:
transição democrática, Espanha, 1975, sistema político espanhol, clivagens, centrismo, centripetismoResumo
A transição democrática ocorrida em Espanha após 1975 é aqui analisada não como um modelo, mas sim, essencialmente, como a dinâmica social, ideológica e político-partidária resultante de uma série de clivagens históricas que, num determinado momento, se entrecruzam e mutuamente anulam, atenuam ou mesmo reforçam. São assim sucessivamente tratadas algumas das clivagens que no passado mais marcaram o sistema político espanhol, clivagens essas que ainda hoje, de algum modo e em grau diverso, o estruturam e condicionam. A saber: Monarquia/República; Campo/Cidade; Estado/Igreja (isto é, predominantemente a dicotomia anticlericalismo/confessionalismo); Centro/Periferias (ou seja, o problema regional) e, por fim, as divisões de classe e a «natureza de classe» dos actuais partidos políticos espanhóis. O estudo conclui com uma análise da questão ideológica durante a transição, focando, sobretudo, um dado hoje por todos considerado fulcral - o «centrismo» e o «centripetismo» que eminentemente caracterizam este sistema político.