Notas críticas sobre a observação participante no contexto da etnografia portuguesa
DOI:
https://doi.org/10.31447/AS00032573.198376.06Palavras-chave:
observação participante, papel do etnógrafoResumo
Quando a sabedoria popular contrapõe que «o hábito não faz o monge», ela demonstra que há uma tendência a falar do hábito e a esquecer o monge. Do mesmo modo muito se tem falado sobre a observação participante como método de trabalho de campo e muito pouco sobre o etnógrafo que a leva a cabo enquanto indivíduo. Acontece que a observação participante é, de todos os métodos de colecta de dados científicos, um dos que envolvem o investigador, enquanto pessoa, mais profundamente. O presente texto não pretende ser uma discussão exaustiva dos conceitos de trabalho de campo e observação participante. Pelo contrário, o que o autor procura é apresentar uma série de questões que se levantam quando se verifica que o hábito não anda sem monge, que não há observação participante sem indivíduo participante.

