Sondagem nasolacrimal em crianças: resultados com mais de 14 anos de follow-up

Autores

  • Mariana Seca Interno do Internato Complementar de Oftalmologia no Hospital de Santo António, Centro Hospitalar do Porto
  • Vasco Miranda Assistente Hospitalar no Hospital de Santo António, Centro Hospitalar do Porto
  • Ricardo Parreira Assistente Hospitalar no Hospital de Santo António, Centro Hospitalar do Porto
  • Pedro Menéres Director do Serviço de Oftalmologia do Hospital de Santo António, Centro Hospitalar do Porto

DOI:

https://doi.org/10.48560/rspo.6151

Palavras-chave:

Obstrução do canal nasolacrimal, sondagem nasolacrimal.

Resumo

Introdução: A obstrução do canal nasolacrimal (OCNL) está presente em cerca de 6% dos recém nascidos, sendo a causa mais frequente de epífora e conjuntivite neste grupo. Quando o desenvolvimento da criança, a terapêutica médica e a massagem do sistema nasola- crimal não permitem a resolução do quadro clínico, torna-se necessário proceder à sondagem nasolacrimal (SNL). Objectivo: Avaliar os resultados da SNL em crianças com OCNL, 14 anos ou mais após a primeira intervenção. Material e métodos: Estudo retrospetivo de 128 crianças (total de 181 olhos) com OCNL sub- metidas a SNL no Serviço de Oftalmologia do Hospital de Santo António – Centro Hospitalar do Porto, durante um período de 5 anos (1993 a 1997) (excluídos os que não cumpriram follow-up em 2011). O diagnóstico de OCNL foi feito com base na presença de epífora e/ou secreções, e o sucesso foi definido como resolução completa dos sintomas pré-operatórios. São apresentados os resultados relativos ao sucesso da primeira SNL por grupo etário, bem como o sucesso das reintervenções. Resultados: Dos 115 olhos incluídos, 52,2% crianças eram do sexo masculino, e 42% apresen- tavam um atingimento bilateral. A idade da primeira sondagem variou entre os 3 e 60 meses (média de 20,9 meses). Epífora (56,5%) foi o sintoma de apresentação mais comum. A taxa de sucesso global com a primeira SNL foi de 85,2%. Se considerarmos as crianças que foram submetidas a duas ou mais intervenções o sucesso atingiu os 96,5%. No grupo etário que realizou SNL antes dos 12 meses de idade, a taxa de sucesso foi de 87,9%. O grupo etário, o sexo, a lateralidade e o tipo de sintoma à apresentação não apresentaram um impacto significativo na taxa de sucesso (p>0,05). Conclusão: A SNL demonstrou ser um tratamento eficaz, seguro e repetível, com excelentes resultados a longo prazo, permitindo boas taxas de sucesso terapêutico mesmo quando realizada após os 2 anos de idade. Perante os resultados obtidos, os autores recomendam a sua realização em crianças até aos 5 anos, bem como a reintervenção após um insucesso.

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Como Citar

Seca, M., Miranda, V., Parreira, R., & Menéres, P. (2014). Sondagem nasolacrimal em crianças: resultados com mais de 14 anos de follow-up. Revista Sociedade Portuguesa De Oftalmologia, 37(4). https://doi.org/10.48560/rspo.6151

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