Ética e humanização em hospitais

perceção dos gestores

Autores

  • Amélia Rego Universidade Católica Portuguesa, Instituto de Bioética, Rua Diogo Botelho, 1327, 4169-005 Porto, Portugal
  • Beatriz Araújo Universidade Católica Portuguesa, CIIS-Centro de Investigação Interdisciplinar de Ciências da Saúde, Porto, Portugal, https://orcid.org/0000-0003-0266-2449
  • Daniel Serrão Universidade Católica Portuguesa, Instituto de Bioética, Rua Diogo Botelho, 1327, 4169-005 Porto, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.48492/servir022.23678

Palavras-chave:

Ética, Humanização da assistência, Cuidados de saúde, Administração hospitalar

Resumo

INTRODUÇÃO

A gestão deve ser sempre potenciadora de prática clínica humanizada, sendo esta uma responsabilidade de todos os profissionais de saúde em funções de gestão. O paradigma holístico e a equidade em saúde constituem as bases da humanização. Ou seja, num quadro de referência em que a saúde é considerada como um valor primordial, necessariamente, tem projeção na humanização dos cuidados prestados.

OBJETIVO

Identificar a perceção dos gestores e evidenciar a existência de valores humanizantes na prestação de cuidados de saúde, em contexto hospitalar

MÉTODOS

Realizou-se uma investigação junto de 421 profissionais de saúde com funções de gestão, em 25 Hospitais do Serviço Nacional de Saúde e Convencionados, da Zona Norte de Portugal. Identifica- se como um estudo exploratório-descritivo de abordagem quantitativa e desenho transversal, mediante a aplicação do Questionário Eticidade na Gestão Hospitalar.

RESULTADOS

Os gestores têm da Unidade de Saúde em que exercem  funções um conceito elevado, tanto relativo à organização e funcionamento (93.8%) como à qualidade e humanização do serviço prestado, classificando a Unidade de Saúde como uma das que tem qualidade (97.7%) e humanização nos cuidados que proporciona aos destinatários (96.5%).

CONCLUSÕES

A análise descritiva dos dados evidenciou que,  na  perceção dos gestores, os cuidados são prestados de forma integral e humanizada nas organizações hospitalares estudadas. De facto, a existência de cuidados de saúde humanizados não depende dos valores económicos das entidades gestoras, mas de cada pessoa envolvida nos cuidados.

Na  continuidade   deste   estudo   seria   oportuno   auscultar   a perspetiva dos utilizadores dos hospitais estudados e, posteriormente, compará-la com a dos gestores.

 

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Publicado

2016-04-30

Como Citar

Rego, A., Araújo, B., & Serrão, D. (2016). Ética e humanização em hospitais: perceção dos gestores . Servir, 59(2), 25–30. https://doi.org/10.48492/servir022.23678