O Conflito no Nagorno-Karabakh

Análise do Statu Quo Após a Guerra de 2020

Autores

  • João Gomes Licenciado e Mestre em Relações Internacionais, detentor de Pós-graduação em Gestão de Informações e Segurança. Investigador e consultor na IPS_Innovative Prison Systems.

Palavras-chave:

Nagorno-Karabakh, Arménia, Azerbaijão, Rússia, Turquia

Resumo

A ideia central deste artigo foi de inferir uma estratégia de combate à insurgência a partir das ações do Ahlu Sunnah Wa-Jammá. Assim, utilizando a revisão bibliográfica e pesquisa de campo, apurou-se que os fatores que originaram a insurgência compreendem principalmente a radicalização islâmica e a aversão em relação às instituições governamentais. Para a obtenção de recursos, os insurgentes, entre outras ações, capturam e compram arsenais, saqueiam as aldeias e traficam seres humanos. O modus operandi dos insurgentes resume-se a ações iniciais da década de 70, que evoluíram até ao presente, marcado por emboscadas às unidades das Forças de Defesa e Segurança e assaltos a aldeias. Por conseguinte, a estratégia de combate consiste em atacar a estratégia da insurgência, a partir da lógica de que aguerra deve ser vencida sem a necessidade do confronto armado, implicando, necessariamente, a adoção de medidas políticas, económicas, militares e de segurança.

 

 

Recentes desenvolvimentos em redor do Nagorno-Karabakh destacam uma realidade longe de uma resolução. A guerra de 2020 expôs a natureza crescentemente instável do conflito, observável pelo envolvimento de potências regionais e internacionais no terreno e nas opções políticas da Arménia e do Azerbaijão. O artigo centra-se na análise do statu quo pós-guerra de 2020, do conflito, dos beligerantes e das supramencionadas potências, seguido de uma análise das dinâmicas que o caracterizam atualmente. As principais conclusões apontam para a existência de duas grandes dinâmicas interligadas de natureza competitiva, entre a Arménia e o Azerbaijão, e entre a Rússia e a Turquia, que decorrem paralelas a tendências de cooperação. Simultaneamente, os interesses das potências regionais e internacionais, especialmente num ambiente internacional tenso, deram ao conflito uma natureza duplamente centrífuga e centrípeta, que pode ser catalisadora de conflito, mas também de paz, pelo que tal dependerá essencialmente da evolução de tais dinâmicas.

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Publicado

2023-07-18